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CÁTEDRA NA ALEMANHA
Em Bonn, catedrático pesquisará agricultura sustentável
Professor titular da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), Marciel João Stadnik foi o pesquisador selecionado na segunda chamada do Edital nº 24/2023, do Programa Cátedra Bonn. Atuante no Centro de Ciências Agrárias da instituição, ele destaca a tradição da Universidade de Bonn na área e diz que, na Alemanha, pretende desenvolver um projeto sobre práticas de manejo ecológico e bioinsumos para a agricultura sustentável.
Agricultura, biodiversidade e bioeconomia são temas centrais tanto para o Brasil quanto para o futuro do planeta. O que espera desse período na Alemanha?
A Universidade de Bonn é uma das melhores da Alemanha, com forte tradição nas áreas de ciências agrárias, ambientais e econômicas. Ela abriga o prestigiado Instituto de Agricultura e Recursos Naturais (INRES) e o Centro de Pesquisa em Bioeconomia (ZEF), que mantêm colaborações internacionais focadas em segurança alimentar, biotecnologia agrícola e políticas sustentáveis. Ao ocupar a Cátedra CAPES na Universidade de Bonn, espero me integrar a um ambiente acadêmico de excelência, tendo acesso a laboratórios avançados e grupos de pesquisa nas áreas de agricultura sustentável, bioeconomia e biodiversidade. Pretendo interagir com pesquisadores do ZEF e do INRES em projetos voltados para bioinsumos, agroecologia e conservação ambiental. Buscarei construir conexões científicas e parcerias com pesquisadores alemães, além de prospectar oportunidades de cooperação Brasil-Alemanha, publicações conjuntas e participação em projetos da União Europeia.
Que tipo de pesquisa o senhor pretende empreender por lá?
Durante minha estadia em Bonn, pretendo desenvolver um projeto sobre práticas de manejo ecológico e bioinsumos para a agricultura sustentável. Há vários anos, tenho me dedicado ao estudo do Manejo Ecológico de Doenças e Pragas na UFSC, onde desenvolvemos um método para ensinar essa abordagem e aplicar o manejo fitossanitário ecológico de forma sistemática e racional. Em Bonn, meu objetivo é aprimorar esse modelo em colaboração com pesquisadores locais, explorando maneiras de integrar bioinsumos, inoculantes, bioprotetores e bioestimulantes em sistemas agrícolas sustentáveis. Para isso, considerarei aspectos-chave como bioeconomia, interdisciplinaridade e segurança alimentar, promovendo soluções inovadoras para a produção agrícola. Já estão previstas uma série de conferências e um curso sobre o tema.
Qual a importância de um programa como esse, na opinião do senhor?
Sinto-me honrado por ter sido selecionado para o Programa Cátedra da CAPES. Representa um marco importante em minha carreira e reconhece o mérito do meu trabalho como professor e pesquisador. Ao mesmo tempo, tenho plena consciência da grande responsabilidade que acompanha essa posição. Este programa é uma verdadeira vitrine do que a Ciência e a Educação brasileira têm de melhor.
Fale sobre o papel do Brasil, em sua visão, nessa área.
O Brasil desempenha um papel crucial nas áreas de Agricultura, Biodiversidade e Bioeconomia. Como um dos maiores produtores e exportadores mundiais de alimentos, o país vem investindo em práticas mais sustentáveis, embora enfrente desafios como equilibrar a expansão agrícola com a preservação ambiental. Em termos de biodiversidade, o Brasil é rico em recursos naturais, com biomas essenciais, como a Amazônia, vitais para a agricultura e para a manutenção dos agroecossistemas. O desmatamento e a degradação ambiental, porém representam grandes desafios para a conservação. Na bioeconomia, o Brasil tem um enorme potencial para desenvolver produtos e tecnologias a partir de sua biodiversidade. O país se destaca na produção de biocombustíveis e bioinsumos, além de explorar bioprodutos e biotecnologias. O Brasil, portanto, tem um papel de liderança global, com grandes oportunidades para promover sustentabilidade e inovação.
Sobre o Programa
O Programa Cátedra Bonn é uma iniciativa da CAPES para aprofundar a cooperação acadêmica entre instituições de ensino superior e centros de pesquisa brasileiros e da Alemanha, além de incentivar a criação de novas parcerias e uma rede internacional de pesquisa. O acordo promove visibilidade internacional à produção científica, tecnológica e cultural dos catedráticos brasileiros, e amplia o acesso de pesquisadores de alto nível a centros internacionais de excelência.
A Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) é um órgão vinculado ao Ministério da Educação (MEC).
(Brasília – Redação CGCOM/CAPES)
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