Notícias
HISTÓRIAS DA AVALIAÇÃO
Consultora participou da criação da área de Ensino

- Imagem: Terezinha Valim esteve em Brasília durante a Avaliação Quadrienal 2021-2024 para atuar como consultora (Julia Prado - CGCOM/CAPES)
A área de avaliação número 46 da CAPES/MEC teve início em 2000, sob o nome “Ensino de Ciências e Matemática”. Consultora na Avaliação Quadrienal 2021-2024, Terezinha Valim estava na reunião que oficializou a criação do agrupamento que, com o ingresso de outras disciplinas, passou a se chamar “Ensino”, em 2011.
Antes de se fazer presente na gênese da área e ser atuante em avaliações trienais e quadrienais, Terezinha Valim já tinha um elo forte com esse campo do conhecimento. Em 1979, a educadora criou o Clube de Ciências da Universidade Federal do Pará (UFPA), para ajudar na formação inicial de professores de Ciências e Matemática. Em 2025, tornou-se professa emérita da instituição.
Fale da sua relação com a área de Ensino.
No dia da criação da área, eu estava junto. Foi no dia 29 de setembro de 2000. Eu tinha sido convidada para a reunião da comissão, e nela vieram projetos de outras áreas, como Educação. Iniciativas que já tinham solicitado a mudança para algo mais específico, porque o início foi da área 46 como Ensino de Ciências e Matemática. Só em 2011 é que se transformou em Ensino, com projetos de Geografia, História, Saúde. Aumentou porque outros quiseram fazer parte.
Falando em criação, a senhora criou o Clube de Ciências da UFPA. Como foi isso?
Eu era casada com um paraense de Belém quando fui para a cidade, no final de 1978. Nós nos conhecemos no mestrado (em Ensino de Ciências da Matemática) e parti com o projeto já qualificado. Comecei as atividades no segundo semestre de 1979 e, com um mês e meio de aula, meus alunos me diziam: “Não estamos sendo formados para dar aula como professores. A gente nunca teve um professor assistindo uma aula da gente e dando dicas”.
Isso gerou em mim uma inquietude. Tive a ideia de criar o Clube de Ciências como espaço de formação, mas com o ensino de ciências como iniciação científica do estudante da educação básica. Fizemos um projeto juntos, meus estudantes e eu e, ainda em 1979, foi para frente. No ano seguinte, o CNPq (Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico) lançou um edital de criação de cinco clubes de ciências no Brasil. Estava tudo dentro do que queriam e enviaram um termo aditivo a outros projetos que já havia na universidade. E daí, pronto, porque foi reconhecido.
Fico emocionada porque o Clube de Ciências da UFPA tem 46 anos e continua ativo. No dia 12 de agosto, teve a cerimônia em que recebi o título de professora emérita. Tinha diretor de instituto da Universidade que foi aluno do clube quando criança. E ele me abraçou chorando, emocionadíssimo.
Atuante nesse processo avaliativo por mais de 20 anos, qual a sua visão da importância da avaliação da pós-graduação?
A avaliação é fundamental. Conversei com a coordenadora da área (Ivanise Rizzatti) que hoje temos uma visão muito mais clara do modo de avaliar. Temos escalas Likert aplicáveis para avaliar diferentes programas de pós-graduação (PPGs). Antes, recebíamos processos inteiros de cada PPG. Tinha que ler, no papel, fazer toda uma análise. Havia critérios, mas muito mais difíceis do que agora.
E como essa mudança reflete para a pós-graduação?
Assim como a pós-graduação, a avaliação evoluiu. Cada vez mais os documentos de área induzem a qualidade dos programas. Vimos na avaliação atual que um relatório bem estruturado respondia a cada questão do documento de área. Há uma perspectiva de auxiliar os programas a crescerem, a ter uma identidade própria e avançar.
A Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) é um órgão vinculado ao Ministério da Educação (MEC).
(Brasília – Redação CGCOM/CAPES)
A reprodução das notícias é autorizada desde que contenha a assinatura CGCOM/CAPES