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SUL GLOBAL
CAPES lista desafios para o BRICS na área de Educação

- Imagem: Denise Pires de Carvalho, presidente da CAPES, participa do Fórum de Academias dos BRICS (Isabela Pimentel - CGCOM/CAPES)
Saúde mental, mudanças climáticas e a vulnerabilidade social causada pelos eventos extremos, soberania alimentar, literacia digital, conectividade e cibersegurança são alguns dos desafios do Sul global na área de educação. Os temas foram listados pela presidente da CAPES, Denise Pires de Carvalho, em apresentação nesta terça-feira, 24 de junho, no Fórum de Academias dos BRICS, no Rio de Janeiro.
A palestra da gestora teve como título “O papel central da educação no Sul global”. Denise detalhou alguns dos problemas de países da região, que correspondem àqueles com menor remuneração per capita, pobreza, altas taxas de crescimento das populações e acesso limitado à saúde e educação.
Como exemplo da diferença para países mais desenvolvidos, Denise Pires de Carvalho observou que “os países que compõem o chamado sul global têm população com menor percentual de educação superior completa, e de mestres e doutores”.
Para avançar nesse e em outros dados, uma lista de desafios está posta para o Brasil e demais países do BRICS. A presidente da CAPES listou:
- aumentar a conectividade e literacia digital com fins pedagógicos;
- cibersegurança e proteção de redes críticas e infraestrutura digital;
- enfrentar os efeitos dos eventos climáticos extremos, com foco em vulnerabilidades regionais;
- combater a fome e promover a soberania nutricional frente a emergências e desigualdades estruturais;
- mitigar problemas de saúde mental e promover auxílio psicológico em desastres;
- discutir os impactos dos problemas educacionais do BRICS em contextos de mudanças climáticas, conflitos e migração.
Denise Pires de Carvalho ressaltou parcerias Sul-Sul protagonizadas pela CAPES para promover a educação como fator transformador na região. Uma delas é o Programa Move La América, pelo qual serão investidos R$ 36 milhões para 1.369 pós-graduandos de outros países da América Latina e do Caribe desenvolverem parte de seus estudos no Brasil, que é líder regional na pós-graduação.
Outra ação citada foi o Programa CAPES/AUGM, fruto de acordo firmado entre a CAPES e a Associação de Universidades do Grupo Montevidéu (AUGM). A iniciativa objetiva integrar 40 instituições de ensino superior, do Brasil e cinco países vizinhos (Argentina, Bolívia, Chile, Paraguai e Uruguai) por projetos bilaterais ou multilaterais e mobilidade acadêmica de pesquisadores.
Destaque, ainda, para o Programa Redes para Internacionalização Institucional – CAPES-Global.Edu. Principal ação da Diretoria de Relações Internacionais (DRI) para os próximos anos, o CAPES Global tem o objetivo de formar redes de pesquisa temáticas entre instituições de diferentes regiões do país e instituições do exterior, para fortalecer o protagonismo do Brasil no cenário internacional pelas atividades de pesquisa e pós-graduação.
Outros palestrantes foram Jorge Guimarães, membro do Conselho Superior da CAPES e professor emérito das Universidades Federais do Rio Grande do Sul (UFRGS) e do Rio de Janeiro (UFRJ), e Odir Dallagostin, presidente da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio Grande do Sul (FAPERGS) e professor titular da Universidade Federal de Pelotas (UFPel). O ex-presidente da Coordenação disse que os países “precisam articular direções claras” e listou prioridades como fortalecer a mobilidade acadêmica entre os países do Sul global, o compartilhamento da infraestrutura para pesquisa científica, a conectividade digital e os ecossistemas nacionais de inovação.
A Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) é um órgão vinculado ao Ministério da Educação (MEC).
(Brasília – Redação CGCOM/CAPES)
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