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COP30
CAPES, CNPq e França assinam acordo em caravana científica
A CAPES/MEC, o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e o Institut de Recherche pour le Développement (IRD), da França, assinaram na sexta-feira (31) a chamada pública do Programa de Apoio ao Centro Franco-Brasileiro de Biodiversidade da Amazônia. A parceria foi firmada durante o percurso da Caravana Científica e Cultural Iaraçu pelo Rio Amazonas, na sua quarta parada, no município de Santarém.
A chamada pública selecionará até cinco projetos conjuntos de pesquisa entre equipes brasileiras e francesas e tem o objetivo de fortalecer o desenvolvimento científico, tecnológico e de inovação no Brasil. Os temas das propostas devem envolver conservação, documentação, contribuições dos povos indígenas e comunidades locais, cobertura florestal, observação da terra, mudanças ambientais, sustentabilidade, bioeconomia e sistemas alimentares saudáveis.
As propostas podem ser encaminhadas até 20 de fevereiro de 2026 ao CNPq, exclusivamente via internet na Plataforma Integrada Carlos Chagas. Os resultados serão divulgados em agosto do ano que vem. Serão concedidas bolsas de doutorado-sanduíche, pós-doutorado no exterior e de professor-visitante no exterior júnior.
O financiamento total será de até R$ 1.407.412,50 em bolsas da CAPES/MEC, o mesmo valor por parte do CNPq para itens de custeio e até 400.000 euros do IRD. Informações sobre os critérios de seleção, itens financiáveis e julgamento estão disponíveis no edital da chamada pública
A presidente da CAPES/MEC, Denise Pires de Carvalho, destacou a relevância das duas agências do governo brasileiro no fomento à educação de alta qualidade em todas as regiões do país. "É emocionante assinar este primeiro edital da chamada pública com a França para a Amazônia", afirmou. Ela ressaltou ainda a importância da caravana e disse esperar que outros projetos como este aconteçam nas áreas de fronteira.
Também foi anunciada a aprovação pela CAPES/MEC da criação da cátedra Saberes Amazônicos, que funcionará no Instituto Nacional de Pesquisa da Amazônica (Inpa), com a presença de indígenas para colaborar com a instituição e concessão de bolsas de pós-doutorado e auxílio deslocamento. “É um dia histórico para a pós-graduação brasileira. É um ato de reconhecimento do valor dos saberes tradicionais, da diversidade epistemológica e da necessidade de reconstruir pontes entre o conhecimento ocidental e a ciência indígena e dos povos e comunidades das florestas, dos rios e dos campos da Amazônia”, enfatizou o diretor do Inpa, Henrique Pereira.
Participaram da cerimônia de assinatura, o embaixador da França no Brasil, Emmanuel Lenain, a diretora de Cooperação do CNPq, Dalila Andrade, a presidente do IRD, Valérie Verdier, o representante do IRD no Brasil, Adbel Sifeddine, a conselheira internacional do Centro Franco-Brasileiro de Biodiversidade Amazônica (CFBBA), Nadège Mézie, e o coordenador-geral da Juventude do MEC, Yann Evanovick, além de representantes do Inpa e das universidades federais do Amazonas (Ufam) e do Oeste do Pará (Ufopa), e de estudantes, professores e pesquisadores.
Sobre o Projeto Iaraçu
O Projeto Iaraçu, que partiu de Manaus no dia 28 de outubro, documenta estratégias de adaptação às mudanças climáticas, com uma abordagem que combina pesquisa científica, diálogo intercultural, comunicação pública e diplomacia ambiental. Depois de Itacoatiara, Parintins, Óbidos e Santarém, a caravana terá paradas em Monte Alegre, Almeirim, Gurupá e Breves, com previsão de chegada em Belém no dia 6 de novembro.
Os participantes, que envolvem pesquisadores e gestores de instituições brasileiras e francesas, estarão presentes na 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP30), que acontecerá na capital paraense de 10 a 21 de novembro. O nome Iaraçu tem origem Tupi e significa “grande senhora das águas.”
A Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) é um órgão vinculado ao Ministério da Educação (MEC).
(Brasília – Redação CGCOM/CAPES)
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