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Colaboração entre ciência e Poder Público para um futuro mais resiliente é tema de apresentação da ANA em seminário sobre reconstrução do RS
Diretora-presidente da ANA, Veronica Rios, discursa durante o painel no 1º Seminário Internacional Plano Rio Grande: Reconstrução e Resiliência para o Futuro do RS em Porto Alegre (RS) - Foto: Filipe Marques / Banco de Imagens ANA
Representada pela diretora-presidente, Veronica Sánchez da Cruz Rios, no Instituto Caldeira, em Porto Alegre (RS), a Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA) esteve presente no 1º Seminário Internacional Plano Rio Grande: Reconstrução e Resiliência para o Futuro do RS. A dirigente participou do Painel Inovação, Ciência e Tecnologia na Reconstrução juntamente com a secretária de Estado de Inovação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Sul, Simone Stülp. A proposta do debate foi discutir como a inovação tecnológica, a articulação com a academia e o fortalecimento de espaços técnico-científicos qualificados permitem respostas mais eficazes, baseadas em evidências e adaptadas à complexidade dos riscos climáticos contemporâneos.
Em sua apresentação, Veronica Rios abordou a atuação da ANA em termos de colaboração entre ciência e Poder Público para um futuro mais resiliente. A diretora-presidente falou acerca da atuação da agência reguladora a partir das enchentes de 2024 no Rio Grande do Sul, especialmente na mobilização para fornecer informações hidrometeorológicas, recuperar estações fluviométricas (que monitoram rios) e obter informações imediatas para a resposta e reconstrução do estado.
Rios também mencionou a criação do Grupo Técnico de Assessoramento para Estudos Hidrológicos e de Segurança de Infraestruturas de Reservação e de Proteção das Cheias no Estado do Rio Grande do Sul (GTA RS). A diretora-presidente citou, ainda, trabalhos desenvolvidos pelo GTA RS, como a avaliação de curvas intensidade-duração-frequência (IDF) para o Rio Grande do Sul, desenvolvido pela Universidade Federal da Paraíba (UFPB), e a caracterização hidrológica dos eventos observados e modelagem de cheias em escala regional, incluindo impactos da mudança do clima, realizado pelo Instituto de Pesquisas Hidráulicas da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (IPH/UFRGS), entre outras iniciativas científicas.
Veronica também apresentou o estudo As Enchentes no Rio Grande do Sul: Lições, Desafios e Caminhos para um Futuro Resiliente. Segundo o levantamento, 478 municípios gaúchos foram afetados pelas enchentes de 2024, impactando cerca de 2,4 milhões de pessoas. Houve, ainda, 183 mortos e 27 desaparecidos no estado, que teve prejuízos bilionários e colapso de infraestruturas estratégicas.
Além disso, Veronica Rios destacou as ações da ANA para transformar a tragédia das enchentes no Rio Grande do Sul num futuro resiliente, como: ampliar a cultura da prevenção e educação em gestão de riscos hidrológicos; promover parcerias para modernizar redes de monitoramento; fortalecer sistemas de alerta a eventos hidrológicos críticos; e promover, articular e difundir o conhecimento científico de modo que ele seja transformado em ação efetiva para as pessoas.
De acordo com o estudo, as vazões máximas podem aumentar em aproximadamente 20% no Rio Grande do Sul e cheias extremas podem ser até cinco vezes mais frequentes no território gaúcho. Nesse cenário, o levantamento traz recomendações para um futuro mais resiliente no estado, como: conectar o conhecimento científico à preparação para enchentes, fortalecer redes de monitoramento e sistemas de alerta precoce, melhorar a comunicação de riscos e a cultura da prevenção, garantir planos de contingência atualizados e testados, entre outras medidas.
Nesse sentido, a diretora-presidente da ANA alertou para o cenário de mudanças climáticas e a necessidade de adaptação a esse novo quadro climático. “Antes a gente tinha um tempo de recorrência de até 50 anos, ou seja, eventos como esse [as enchentes de 2024 no Rio Grande do Sul] são prováveis que aconteçam a cada 50 anos, agora eles podem vir a acontecer a cada dez anos. O que isso significa? Que precisamos estar preparados para que esses eventos, quando acontecerem – pois eles irão acontecer – não impactem de forma tão dramática as pessoas, o patrimônio, a infraestrutura, a agricultura, as atividades produtivas”, afirmou Veronica.
Também participaram do 1º Seminário Internacional, representando a ANA, a diretora Ana Carolina Argolo, os diretores interinos Nazareno Araújo e Marcelo Medeiros, e a superintendente de Estudos Hídricos e Socioeconômicos, Ana Paula Fioreze.
O GTA RS
O GTA RS é coordenado pela ANA e composto por instituições de ensino e pesquisa, órgãos públicos, associações profissionais e outras entidades sem fins lucrativos com expertise nos temas relacionados às suas atividades. Além da Agência, participam do Grupo outras 14 instituições: Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), por meio do Instituto de Pesquisas Hidráulicas (IPH) e do Centro de Pesquisa e Estudos sobre Desastres do Rio Grande do Sul (CEPED/RS); Universidade de Brasília (UnB); Associação Brasileira de Recursos Hídricos (ABRHidro); Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS); Serviço Geológico do Brasil (SGB); Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE); Universidade de Passo Fundo (UPF); Universidade Federal da Paraíba (UFPB); Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG); Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (EMBRAPA); Universidade Federal do Rio Grande (FURG); Universidade Federal de Pelotas (UFPEL); Universidade Federal de Santa Maria (UFSM); e Empresa de Pesquisa Energética (EPE).
O 1º Seminário Internacional
A primeira edição do Seminário Internacional Plano Rio Grande: Reconstrução e Resiliência para o Futuro do RS é realizada pelo Governo do Estado do Rio Grande do Sul para contribuir com o debate público em torno do primeiro ano após os eventos climáticos extremos de 2024, como as enchentes ocorridas entre abril e maio do ano passado. Nesse sentido, o evento promove uma plataforma de diálogo e compartilhamento de melhores práticas e lições aprendidas à luz de experiências nacionais e internacionais, mobilizando partes interessadas do Plano Rio Grande e disseminando conhecimentos nas áreas de gestão de riscos de desastres e formulação de políticas públicas de reconstrução, adaptação e resiliência climática.
Assessoria Especial de Comunicação Social (ASCOM)
Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA)
(61) 2109-5129/5495/5103
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