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AÇÕES TRANSNACIONAIS
Seminário internacional debate tráfico de pessoas e crime organizado no MJSP
Seminário internacional Tráfico de Pessoas e Crime Organizado: Conexões, Estratégias e Respostas foi promovido em alusão ao Dia Mundial e Nacional de Enfrentamento ao Tráfico de Pessoas (30 de julho), em parceria uma parceria entre o MJSP e o UNODC. Foto: Jamile Ferraris/MJSP
Brasília, 24/07/2025 – O Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP), por meio da Secretaria Nacional de Justiça (Senajus), promoveu, na quarta-feira (23), o seminário internacional Tráfico de Pessoas e Crime Organizado: Conexões, Estratégias e Respostas. O evento em alusão ao Dia Mundial e Nacional de Enfrentamento ao Tráfico de Pessoas (30 de julho), ocorreu em parceria com o Escritório das Nações Unidas sobre Drogas (UNODC), no Palácio da Justiça, em Brasília (DF).
O tráfico de pessoas é um crime organizado, de difícil detecção e que exige respostas coordenadas. O secretário Nacional de Justiça, Jean Keiji Uema, alertou sobre os desafios do Estado brasileiro no combate a esse delito, que muitas vezes ocorre em conexão direta com redes de tráfico de drogas, contrabando de migrantes e crimes ambientais. “Nosso foco precisa estar tanto na repressão qualificada quanto na proteção efetiva das vítimas e na responsabilização dos agressores”, afirmou.
Uema falou sobre o Painel de Dados sobre Tráfico de Pessoas, lançado no início de julho, que agrega informações de diferentes órgãos. “O painel é um avanço em dois pilares fundamentais: transparência e capacidade de análise”, ressaltou. Além disso, o secretário destacou a reestruturação do Comitê Nacional de Enfrentamento ao Tráfico de Pessoas (Conatrap), ampliado e fortalecido em 2025 para incorporar novos órgãos estratégicos.
O titular da Secretaria Nacional de Segurança Pública (Senasp), Mario Sarrubbo, explicou que o tráfico de pessoas é uma das práticas mais cruéis e lucrativas do crime organizado. No Brasil, disse o secretário, a repressão desse crime exige uma articulação firme entre diversas esferas do Estado e uma cooperação com organismos internacionais. “Ao sediar este seminário, reafirmamos o compromisso do Ministério da Justiça e Segurança Pública em promover políticas públicas baseadas em evidências e centradas na proteção da dignidade humana", avaliou.
O oficial de Prevenção ao Crime e Justiça Criminal do Programa Global de Enfrentamento ao Tráfico de Pessoas do UNODC, Carlos Perez, ressaltou que o escritório da Organização das Nações Unidas (ONU) tem dado prioridade ao fortalecimento da cooperação internacional e apoio técnico aos países da América Latina e ao Caribe, inclusive ao Brasil, para construir respostas eficazes e integradas, alinhadas aos marcos internacionais.
Também estavam na mesa de abertura o secretário de Assuntos Multilaterais Políticos, do Ministério das Relações Exteriores, Carlos Cozendey; e o diretor de Investigação e Combate ao Crime Organizado e à Corrupção, da Polícia Federal, Dennis Cali.
O seminário
A programação foi dividida em dois painéis. No primeiro, foi debatido o uso de tecnologias pelas redes criminosas e os desafios da cooperação internacional, com participação da Polícia Federal, Comunidade de Polícia das Américas (Ameripol) e Ministério Público Federal. No segundo, foi abordada a convergência entre o tráfico de pessoas e outros crimes, trazendo contribuições do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, do Ministério do Trabalho e Emprego, da Agência Brasileira de Inteligência e da sociedade civil.
A atividade integrou a campanha Coração Azul, organizada anualmente em julho, e reforçou o compromisso do Brasil com o fortalecimento de políticas públicas integradas de prevenção, repressão e proteção às vítimas.
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