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SEGURANÇA PÚBLICA
Quadrilha interestadual do Falso Familiar é desarticulada no Rio Grande do Sul com apoio do MJSP
Ação mobilizou equipes policiais do Rio Grande do Sul (RS), de Goiás (GO) e de outras unidades da Federação onde a quadrilha mantinha ramificações. Foto: PCRS
Canoas, 10/12/2025 - Com apoio direto do Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP), a Polícia Civil do Rio Grande do Sul (RS) (PCRS) coordenou, nesta quarta-feira (10), a Operação Máscara, uma das maiores ofensivas interestaduais já realizadas contra o golpe conhecido como Falso Familiar ou Golpe do Novo Número. O esquema criminoso consistia em se passar por familiares próximos e criar cenários de emergência — como pane em veículo ou bloqueio de conta — para induzir a vítima a realizar transferências imediatas. Cerca de 80 policiais civis foram empenhados simultaneamente em outros dois estados na deflagração da operação.
A ação mobilizou equipes policiais do Rio Grande do Sul (RS), de Goiás (GO) e de outras Unidades da Federação onde a quadrilha mantinha ramificações, conduzindo, a partir do RS, o eixo central de planejamento e inteligência da operação. O nome da iniciativa faz referência ao principal artifício do golpe: criminosos mascarando identidades e simulando essas situações.
A operação teve como núcleo de investigação a 3ª Delegacia de Polícia de Canoas (2ª DPRM/RS) e contou com o suporte especializado do Laboratório de Operações Cibernéticas (CiberLAB) da CGCIBER/DiopiSenasp/MJSP, além da cooperação operacional da Polícia Civil de Goiás (PCGO).
“O sucesso desta ação policial demonstra a importância da integração entre as Polícias Civis e o apoio especializado do CiberLAB do Ministério da Justiça. Conseguimos não apenas prender os executores do golpe, mas atacar a estrutura financeira que dava sustentação a esta sofisticada rede interestadual, protegendo milhares de cidadãos vulneráveis”, destacou a Delegada Luciana Bertoletti, da Polícia Civil do Rio Grande do Sul (RS).
Os envolvidos poderão responder por estelionato mediante fraude, associação criminosa e lavagem de dinheiro. As penas podem alcançar até 21 anos de prisão, além de multa.
As apurações seguem para identificação de novas vítimas e possíveis cúmplices. O MJSP reitera a importância de que a população desconfie de pedidos urgentes de dinheiro via aplicativos de mensagens vindos de um contato desconhecido ou de um novo número, mesmo que pareçam ser de familiares, e confirme sempre a identidade por meio de ligação telefônica e/ou videochamada para o número de telefone já conhecido.
Histórico da operação que revelou a organização criminosa
A investigação teve início no Rio Grande do Sul, após um morador perder mais de R$ 10 mil ao acreditar que estava transferindo dinheiro para o próprio filho. O caso levou os policiais a identificarem uma quadrilha altamente estruturada, com atuação interligada e profundo conhecimento das vulnerabilidades do sistema financeiro digital.
O grupo se organizava da seguinte forma: alguns integrantes faziam o contato inicial com a vítima; outros recebiam o dinheiro e, na sequência, distribuidores eram responsáveis por pulverizar rapidamente os valores. Operadores financeiros davam continuidade ao processo ao utilizarem contas digitais de terceiros, conferindo aparência de legitimidade às transações.
A Polícia Civil apontou que o uso intenso de boletos bancários digitais e de contas do tipo carteira digital dificultou o rastreamento. Os valores recebidos das vítimas percorriam até sete contas diferentes, sendo fragmentados em poucos minutos para ocultar os beneficiários finais.
Goiás - base logística
Embora coordenada pelo Rio Grande do Sul, a deflagração da Operação Máscara ocorreu prioritariamente em Goiás, onde o grupo mantinha sua base logística. Foram cumpridas medidas cautelares determinadas judicialmente, incluindo: nove prisões temporárias de integrantes-chave da organização criminosa; 20 mandados de busca e apreensão, com apreensão de celulares, computadores e documentos; e o bloqueio de nove contas bancárias utilizadas no esquema de lavagem e movimentação ilícita.