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CONCURSO NACIONAL
Na abertura do curso de formação, Esther Dweck destaca papel estratégico da carreira de Analista em Tecnologia da Informação
Cerimônia de Abertura do Curso de Formação Inicial para a carreira de Analista em Tecnologia da Informação (ATI). Foto: Adalberto Marques
A ministra da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos, Esther Dweck, e o secretário de Governo Digital, Rogério Mascarenhas, participaram nesta terça-feira (15/4) da aula inaugural do curso de formação dos novos Analistas em Tecnologia da Informação (ATIs). A capacitação é voltada para os 214 servidores aprovados na primeira edição do Concurso Público Nacional Unificado (CPNU), O evento, realizado no auditório da Academia Nacional de Polícia (ANP), em Brasília, marcou o início do processo de formação dos novos servidores conduzido pela Escola Nacional de Administração Pública (Enap), em parceria com o Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos (MGI).
A ministra Esther Dweck destacou o papel estratégico da tecnologia da informação para a transformação digital do Estado e a melhoria dos serviços públicos. Ela também celebrou o momento de reconstrução e valorização do serviço público brasileiro com a transformação do cargo de analista em tecnologia da informação em uma carreira da administração pública e a abertura de 300 vagas por meio do CPNU.
“Nos últimos tempos, a área de TI ganhou uma dimensão gigantesca e está na fronteira tanto do avanço tecnológico quanto das disputas geopolíticas. Estamos vivendo um salto tecnológico e o Estado não pode ficar para trás”, declarou Dweck. A ministra também ressaltou que a missão dos ATIs não é apenas técnica, mas também de fortalecer o país neste momento de realinhamento das relações internacionais e transformar a realidade dos brasileiros por meio de serviços públicos digitais.
Esther Dweck também falou sobre o futuro da administração pública. Para a ministra, o desafio mais imediato será o uso de inteligência artificial (IA) na gestão dos órgãos. Mas ela também vê uma oportunidade para os analistas em TI não se limitarem a usar ferramentas de IA desenvolvidas por outros atores e se engajarem no desenvolvimento de novas tecnologias nacionais e públicas. “O Brasil tem um destaque relevante na área de governo digital, sabemos que houve, no país, um processo de digitalização, mas precisamos dar um salto de qualidade para que possamos atender a população cada vez melhor. Essa área é onde podemos melhorar a relação do Estado com a população e ajudar as pessoas terem acesso aos seus direitos é essencial”, disse.
A ministra ressaltou que todas as servidoras e servidores selecionados no CPNU, não só os da área de TI, terão aulas sobre a transformação digital do Estado. “Não é só digitalizar a burocracia, passando do papel para o computador, mas resolver problemas com foco em facilitar a vida da população”, explicou. Esther lembrou que o Brasil já tinha uma boa base de governo digital, mas que a pandemia da Covid-19 acelerou muito a necessidade de implementação de serviços digitais para o público.
Ao final de sua apresentação, a ministra ainda parabenizou diretamente as 18 mulheres inscritas no curso de formação. “Nós somos poucas, mas estamos sempre presentes e temos grande importância no serviço público. A gente precisa de todos vocês, pois entendemos que o digital precisa ser a base do governo e isso precisa ser feito de maneira eficiente. Cada uma e cada um aqui vai ajudar a transformar a realidade brasileira”, disse Dweck.
Aula magna
Na sequência, o secretário de Governo Digital, Rogério Mascarenhas, conduziu a aula magna do curso. Ele defendeu que ser servidor público é uma vocação e que os novos ATIs devem chegar à administração pública sabendo que o objetivo da carreira é prestar serviços melhores para os cidadãos. “Recuperar a carreira de ATI é importante porque o futuro do serviço público é a digitalização”, declarou.
O secretário apresentou aos futuros ATIs a estrutura das áreas de tecnologia do governo brasileiro e as principais iniciativas em desenvolvimento, como a Estratégia Nacional de Governo Digital, a Infraestrutura Nacional de Dados, o Núcleo de Inteligência Artificial, a Carteira de Identidade Nacional (CIN) e a plataforma GOV.BR. O secretário ainda respondeu perguntas dos alunos e esclareceu detalhes sobre o curso de formação.
O chefe da Unidade de Auditoria Especializada em TI do Tribunal de Contas da União, Rafael Albuquerque da Silva, também participou da aula e destacou o trabalho do órgão de controle do Poder Legislativo em parceria com o Ministério da Gestão. Para ele, todos precisam trabalhar juntos para entregar serviços públicos digitais com uma boa experiência para o usuário (UX).
Também estiveram presentes na abertura a diretora de Ensino da ANP, Christiane Machado, e a presidente da Enap, Betânia Lemos. Já na mesa seguinte, falaram o diretor presidente da Associação Nacional dos Analistas em TI (ANATI), Luiz Alexandre Silva, e o diretor jurídico da Confederação dos Trabalhadores no Serviço Público Federal (Condsef), Edison Cardoni.
O diretor da ANATI aproveitou a oportunidade para explicar aos alunos sobre as áreas de atuação “transversal e estratégica” da carreira e dizer a eles que os órgãos estão ansiosos por suas nomeações. “Nós, ATIs, estamos contando com vocês”, finalizou Luiz Alexandre. Já o diretor da Condsef concordou com a fala da ministra da Gestão sobre a importância da carreira. “O papel de vocês não será só desempenhar serviços técnicos, mas entender que o serviço público é uma conquista da população e que o governo digital é um instrumento fundamental para o desenvolvimento econômico e social do país”, disse Cardoni.
Sobre o curso de formação
Ao todo serão 440 horas-aula presenciais ao longo das próximas 11 semanas, ministradas na própria Academia Nacional de Polícia. Ao final, os alunos receberão o título de especialista condizente com uma pós-graduação latu sensu. Após a posse, serão alocados em um dos 250 órgãos e entidades da administração pública direta, de acordo com as necessidades do serviço público federal.