Funai e lideranças Yanomami participam de visita técnica no Instituto Federal de Roraima (IFRR) - Campus Amajari

A presidenta da Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai), Joenia Wapichana, fez uma visita técnica ao Instituto Federal de Roraima (IFRR) - Campus Amajari, na manhã desta terça-feira (12/). A presidenta conheceu as instalações e o projeto de piscicultura desenvolvido por professores e alunos na instituição educacional. Houve também uma reunião para tratar da proposta de um termo de cooperação técnica entre o órgão indigenista e o instituto de ensino.  

O coordenador-geral de Promoção ao Etnodesenvolvimento da Funai, José Augusto Lopes Pereira; a coordenadora regional da fundação em Roraima, Marizete Macuxi; e o chefe da Coordenação Técnica Local em Amajari, Joelson de Souza Santos, participaram da visita ao IFRR. Lideranças e associações indígenas do povo Yanomami integraram a comitiva a convite da presidenta da Funai. O Campus Amajari/IFRR tem como diretora-geral Pierlangela Nascimento da Cunha. 

Outra pauta discutida ao longo da visita técnica envolveu a construção dos laboratórios no IFRR/Campus Amajari. Antes de conhecerem as dependências do IFRR, Joenia Wapichana, a comitiva da Funai e as lideranças Yanomami foram recepcionadas pela diretora Pierlangela e por professores e alunos.  

Joenia Wapichana parabenizou o IFRR por manter e valorizar a cultura e as práticas dos povos indígenas na estrutura educacional. “É muito importante quando um instituto de ensino se propõe a valorizar a cultura indígena, pois mantém costumes, língua e as práticas indígenas”, enfatizou a presidenta da Funai. 

Diante de tantos alunos, a presidenta do órgão indigenista recordou a época em que era estudante. “Meu pai é dessa região do Amajari. Eu cresci aqui e caminhei como muitos de vocês fazem. Saibam que a educação é fundamental para abrir portas de oportunidades para a atuação profissional, de tornar-se uma liderança e de aperfeiçoar os conhecimentos”, endossou.   

Foto: Divulgação/Funai

Joenia Wapichana incentivou os alunos com a sua história de vida. Além de ser a primeira mulher indígena a presidir o órgão indigenista, ela foi a primeira deputada federal indígena do Brasil, além de ter sido a primeira mulher indígena a exercer a advocacia no país.  “Se vocês precisam de um exemplo prático, que é possível se espelhar, eu estou aqui para dizer a vocês que é possível assumir qualquer cargo e ter qualquer profissão, independentemente de dispor de recurso econômico”, reforçou. 

Na avaliação da presidenta da fundação, os jovens indígenas precisam adquirir conhecimento para poderem ajudar as comunidades indígenas com os ensinamentos absorvidos. “É uma oportunidade de fazer o bem para o outro”, afirmou. Joenia Wapichana ressaltou os benefícios resultantes da construção dos laboratórios no IFRR/Campus Amajari. “É importante porque proporcionará aos estudantes fazerem aulas práticas e desenvolverem pesquisas, o que possibilitará uma maior aprendizagem aos mesmos”, disse.  

A coordenadora regional da Funai em Roraima, Marizete Macuxi, comentou sobre a satisfação em ver tantos alunos indígenas na instituição de ensino. “Nos dá muita energia e alegria vê-los acreditar no próprio potencial”, reiterou.    

Cooperação técnica

A visita da presidenta da Funai e comitiva ao Instituto Federal de Roraima (IFRR) - Campus Amajari teve por objetivo firmar o instrumento de cooperação técnica com relação à implementação de iniciativas de piscicultura na região do rio Ajarani, situado na Terra Indígena Yanomami em Roraima. As etapas do projeto de produção de pescado foram mostradas para Joenia Wapichana, coordenadores da fundação e lideranças indígenas.  

 Durante o diálogo a respeito da cooperação técnica, Joenia Wapichana considerou ser de suma importância ter ações de formação com os indígenas Yanomami antes da implementação da iniciativa de piscicultura. Também será preciso oferecer assessoramento técnico e apoio direto na implantação de criatórios de peixe no rio Ajarani, integrando um conjunto de políticas públicas de caráter sustentável na Terra Indígena Yanomami.

Assessoria de Comunicação/Funai