Em Brasília, presidenta da Funai participa de reunião do Comitê Regional para Parcerias com Povos Indígenas e Comunidades Tradicionais

A presidenta da Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai), Joenia Wapichana, participou da abertura do segundo dia da Reunião Ordinária do Comitê Regional para Parcerias com Povos Indígenas e Comunidades Tradicionais, da Força-Tarefa dos Governadores para o Clima e Florestas (GCF). O evento ocorreu na manhã desta quinta-feira (28) na sede da Associação Brasileira de Entidades Estaduais de Meio Ambiente (Abema) em Brasília. 

Pela Funai, também esteve presente o coordenador-geral de Gestão Ambiental, Francisco Itamar. O diálogo reuniu a presidente do Comitê Regional Indígena, Francisca Arara; a vice-presidente do Comitê Regional Indígena, Sineia Bezerra do Vale; e Carlos Aragon, secretário-executivo da Força-Tarefa dos Governadores para o Clima e Florestas (GCF). Integraram o encontro lideranças indígenas do Acre, Amapá, Amazonas, Mato Grosso, Pará, Rondônia, Roraima e Tocantins, além do representante da Embaixada da Noruega.

No discurso, a presidenta do órgão indigenista destacou: “A Funai voltou, com o jeito indígena. O que significa isso? É trazer uma participação não somente de povos indígenas, mas com os povos indígenas”. Segundo Joenia Wapichana, a fundação está de portas abertas para firmar parcerias e desenvolver projetos que favoreçam e deem visibilidade às comunidades indígenas. 

A presidenta da Funai ressaltou ainda a relevância da retomada do Conselho Nacional de Políticas Indígenas (CNPI), instância construída pelos povos indígenas. Ela pontuou que o conselho é extremamente importante por possibilitar a consulta, análise, debates e deliberações diretamente com e pelos povos indígenas. “Essas instâncias são estratégicas para alinhamento de políticas que serão criadas. Também ajudam a fortalecer as reivindicações”, frisou. 

Foto: Lohana Chaves/Funai

Conforme Joenia Wapichana, além de dar espaço para os povos indígenas, deve-se dar também o poder de decisão. “É importante que haja a oitiva dos povos indígenas nesses espaços, que ouçam as demandas, mas também que haja a deliberação com os povos indígenas para que tenham a participação na tomada de decisão.”

A presidenta do Comitê Regional Indígena, Francisca Arara, parabenizou a atual gestão da Funai por estreitar a conversa com os povos indígenas. “Fiquei feliz com o retorno da Funai, não só pela retomada, mas pela participação dos povos indígenas, porque essa é a nossa luta”, sustentou. Francisca atua como secretária extraordinária de Povos Indígenas no Acre.  

Crise climática

Em outro momento da reunião, Joenia Wapichana salientou ser necessário pensar estratégias de enfrentamento à crise climática que o mundo vive, o que requer um diálogo estreito com os povos indígenas, pois eles são os responsáveis por preservar as florestas. “Não podemos deixar de considerar a importância das Terras Indígenas. Às vezes, pensamos que é só floresta em pé, mas têm povos indígenas que dependem da floresta, vivem dos recursos e precisam de apoio para continuar o cuidado que fazem”, declarou.    

De acordo com o secretário-executivo da Força-Tarefa dos Governadores para o Clima e Florestas (GCF), Carlos Aragon, o primeiro dia da 2ª Reunião Ordinária do Comitê Regional para Parcerias com Povos Indígenas e Comunidades Tradicionais teve discussões a respeito da COP 30, a ser realizada em Belém (PA), em novembro de 2025. Outro ponto abordado foi a oportunidade de diálogo e interação viabilizada pelo governo federal com os povos indígenas. Na avaliação dele, essa atuação tende a fortalecer as comunidades indígenas.  

Foto: Lohana Chaves/Funai

Comitê Regional

A criação do Comitê Regional é resultado de um esforço de diálogo global intensificado a partir de 2017. À frente da comissão, estão organizações representativas do movimento indígena, tendo o apoio de organizações não governamentais. 

O comitê faz parte da Força-Tarefa dos Governadores de Clima e Florestas (GCF), criada em 2008 com a finalidade de responder sobre os problemas fundamentais do desmatamento tropical e das mudanças climáticas.  

Assessoria de Comunicação/Funai