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Ação apreende quase 3 toneladas de peixes no Amazonas
Entre os dias 07 e 27 de abril, técnicos da Coordenação Regional de Manaus e da Coordenação Técnica Local (CTL) de Manacapuru da Fundação Nacional do Índio, do Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA) e policiais do Batalhão de Polícia Militar Ambiental do Estado do Amazonas realizaram ação de fiscalização na região do baixo rio Purus, nos municípios de Manacapuru, Anamã, Beruri e Tapauá, no Amazonas. Foram fiscalizadas as Terras Indígenas Lago do Beruri, Lago do Aiapuá, Itixi Mitari e Ilha do Camaleão, além dos territórios indígenas reivindicados, Água Fria e Kaninari Itixi e regiões de entorno.
Na ação foram apreendidos 1.400 kg de pirarucu, 1.406 kg de tambaqui, 210 kg de carne de caça e 440 m3 de madeira em 3 embarcações, 1 balsa, 1 canoa e 1 motor rabeta que também foram apreendidos. As multas totalizaram um valor de R$ 275.000,00. O rio Purus fornece cerca de 60% de todo o pescado consumido na cidade de Manaus e poucas ações de fiscalização vinham sendo feitas na região, tanto por parte da FUNAI como do IBAMA. A região é formada por um complexo de Terras Indígenas e Unidades de Conservação, de onde acredita-se serem oriundos os materiais apreendidos. A pesca do pirarucu no Amazonas só é permitida se proveniente de áreas de manejo e o tambaqui tem um tamanho mínimo que pode ser comercializado nesta época do ano, fora do período de defeso.
Há muita pressão dos donos de barcos de pesca para a venda de peixe, quelônios e carne de caça pelos indígenas e ribeirinhos, perpetuando relações de aviamento e patronagem historicamente existentes nessa região. Como alternativa a tais atividades, quase sempre pouco vantajosas para os indígenas em termos financeiros, a equipe da FUNAI também veio propor a construção de Planos de Gestão Ambiental e Territorial (PGTAs) nas TIs Lago do Aiapuá, do povo Mura e Itixi Mitari, dos Apurinã. Durante a construção dos PGTAs pretende-se, juntamente com os indígenas, trilhar caminhos para a superação dessas relações de forma que eles possam manejar os recursos naturais existentes em seus territórios de forma sustentável, com geração de renda e em consonância com práticas tradicionais de manejo.
Em Assembleia da Associação do Povo Indígena Apurinã da Terra Indígena Itixi Mitari (APIATI), entre os dias 14 e 17 de abril, os próprios indígenas externaram sua vontade de pensar alternativas de geração de renda, pois vem percebendo uma diminuição dos recursos pesqueiros ao longo dos últimos anos e solicitaram o apoio da FUNAI nesse processo. Em um primeiro diagnóstico, elegeram o pirarucu, a castanha e o açaí como produtos potenciais para início dos trabalhos de manejo e comercialização.