Governo recebe Alto Comissário das Nações Unidas para Refugiados e cobra posicionamento da ONU em relação à ditadura venezuelana

Nesta quinta-feira (15) o governo brasileiro recebeu, na Casa Civil da Presidência da República, o Alto Comissário das Nações Unidas para Refugiados (Acnur), Filippo Grandi, para discutir a situação dos venezuelanos atendidos pela Operação Acolhida no Brasil.

Participaram da reunião, além de representantes da ONU, os ministros da Casa Civil, Onyx Lorenzoni; das Relações Exteriores, Ernesto Araújo; da Justiça, Sérgio Moro; e da Cidadania, Osmar Terra.

Grandi reconheceu que a situação na Venezuela é uma “tragédia humana”, agradeceu o apoio do governo Bolsonaro no acolhimento de refugiados venezuelanos. O ACNUR ressaltou ainda o excelente trabalho realizado pela Operação Acolhida e celebrou a continuidade da parceria com o governo brasileiro.

O ministro Onyx Lorenzoni assegurou a manutenção da Operação, reforçou a intenção de continuar acolhendo os “irmãos venezuelanos”, mas cobrou um posicionamento mais efetivo da ONU sobre a ditadura venezuelana. “Nós estaremos de braços abertos para receber nossos irmãos, mas não podemos esquecer que a ditadura chavista de Maduro se tornou uma fábrica de refugiados”, enfatizou. “A ONU precisa ter uma voz mais ativa, já que o regime chavista, apoiado pela esquerda brasileira, está agredindo sua própria população”, cobrou. “Nós não nos calaremos!”, finalizou.

Operação Acolhida
A Casa Civil da Presidência da República preside o Comitê Federal de Assistência Emergencial, que instituiu subcomitês para organizar o fluxo crescente de venezuelanos desde a fronteira de Roraima. A Operação Acolhida garante atendimento de saúde básica, operações logísticas para alimentação e acampamento, e também auxilia na logística dos postos de fronteira e do subcomitê de interiorização.

De janeiro a julho, venezuelanos protocolaram 23,4 mil solicitações de refúgio ao chegar na fronteira brasileira. No mesmo período, o governo Bolsonaro promoveu a interiorização de cerca de 6 mil venezuelanos para outros estados. Desde 2017, 415 mil venezuelanos passaram pelo Brasil, sendo que cerca de 162 mil permanecem em território nacional.

Decreto
Além disso, o governo federal publicou hoje, Diário Oficial da União, decreto que adequou a composição do Conselho Federal de Assistência Emergencial, que tem a finalidade de realizar ações para o acolhimento a pessoas em situação de vulnerabilidade decorrente de fluxo imigratório provocado por crise humanitária.