Em Quito, Dilma enaltece a cooperação entre os países da Unasul

A presidenta Dilma discursou nesta sexta-feira (5) durante o encontro dos líderes dos países integrantes da União das Nações Sul-Americanas (Unasul), que ocorre em Quito, no Equador.

Em sua fala, Dilma exaltou a qualidade da sede permanente da Unasul e ressaltou a integração e a cooperação que ocorrem entre as nações que compõem o grupo.

"Essa sede honra a Unasul e é um símbolo da importância da nossa integração e da nossa cooperação. Hoje, inauguramos essa nova sede da Secretaria-Geral da Unasul, obra que devemos ao empenho do senhor presidente Rafael Correa e a uma demonstração do nosso compromisso em aprofundar a união do continente", afirmou Dilma.

A presidenta também fez um breve panorama da situação política na América do Sul e destacou a força da democracia na região. "O último ano foi especialmente importante para a Unasul. Mais uma vez nós fomos chamados a preservar a estabilidade e a democracia na região", disse.

"Nossa atuação na Venezuela, a pedido do Presidente Maduro, comprovou a eficácia da entidade para auxiliar os Estados-membros na busca de soluções democráticas, pacíficas e negociadas em cenários de crise. As eleições na Colômbia, Chile, Uruguai e Brasil demonstraram o vigor da democracia em nossa região, em escrutínios marcados pela expressiva participação popular e pela mais ampla liberdade de expressão", complementou. 

Dilma ainda citou que "nessas eleições, saiu vitoriosa a agenda da inclusão social, do desenvolvimento com distribuição de renda e, portanto, do combate à desigualdade e da garantia de oportunidades, que caracteriza a nossa região nos últimos anos".

De acordo com a presidenta, "Nós (Brasil), nessa eleição, mostramos que defendemos, diante da crise que nos afetou profundamente, o emprego e, por isso, mantemos uma das menores taxas de desemprego de toda a nossa história".

"Também nos dispomos a garantir esse emprego de qualidade e melhorar a nossa produtividade, ampliar o investimento em infraestrutura logística, energética, social e urbana. Impulsionar o desenvolvimento tecnológico e a inovação. Dar prioridade à educação de qualidade, garantindo oportunidades para todos", afirmou Dilma.

A presidenta também elogiou os esforços promovidos pelas outras nações que integram o bloco e citou que nos últimos anos a renda per capita aumentou, o desemprego e pobreza diminuíram.

Recursos naturais

Ao citar a relação da América do Sul com o resto do mundo, Dilma lembrou que a região é caracterizada por exportar commodities e que os países  da Unasul buscam agregar valor as suas exportações.

"Em 2014, nós realizamos um importante debate sobre os modelos de exploração de nossos recursos naturais. Não basta considerar esses recursos apenas como grande vantagem comparativa regional. É preciso transformar esses recursos em ferramentas efetivas de diversificação produtiva e desenvolvimento social, sob pena de ficarmos presos ao círculo vicioso da mera exportação de matérias-primas", afirmou a presidenta.

Dilma também mencionou as dificuldades que têm sido enfrentadas com a queda no preço das commodities e que é necessária uma agenda para superar gargalos e agregar valor às exportações. Para exemplificar, a presidenta citou a difícil situação encontrada na Europa, a recessão no Japão e a lenta recuperação nos Estados Unidos.

"Na atual conjuntura de crise internacional, com queda no preço das commodities e, principalmente, no caso do petróleo, o desafio do desenvolvimento é ainda maior. Temos diante de nós compromissos históricos a cumprir, tarefas cuja realização será crucial para o nosso futuro", disse Dilma.

Novo secretário-geral

No encontro deste ano da Unasul também será realizada a troca do secretário-geral do grupo. Desse modo, o colombiano Ernesto Samper vai suceder o venezuelano Alí Rodríguez.

Sobre essa mudança, Dilma agradeceu Alí Rodríguez pelos serviços prestados e desejou "as mais calorosas boas-vindas a Ernesto Samper".

Segundo a presidenta, durante uma conversa em Brasília, realizada no mês passado, ela comprovou que o presidente Samper "reúne as qualidades essenciais para a função: experiência, perspicácia, sensibilidade social e entendimento do sentido estratégico da Unasul".