ODS estão em 50 mil teses e dissertações, constata publicação

Imagem: Capa do livro (Divulgação)

No ano de 2022, cerca de 50 mil trabalhos de conclusão de mestrado e doutorado citavam ou eram sobre temas relacionados aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Organização das Nações Unidas (ONU), a serem cumpridos até dezembro de 2030. A descoberta consta em um dos capítulos do livro   Impacto da Pós-Graduação Brasileira na Agenda 2030: Contribuição do Sistema Nacional de Pós-Graduação para a COP30 na Amazônia.

As áreas Ciências da Saúde, Multidisciplinar e Ciências Humanas têm o maior número de teses e dissertações que abordam o tema.  De acordo com o livro, dos 17 ODS, o mais citado pelos pesquisadores brasileiros é o relacionado à saúde e bem-estar, seguido de igualdade de gênero, educação de qualidade fome e zero e agricultura sustentável.

Para identificar os trabalhos relacionados aos ODS, os responsáveis pelo artigo mapearam 700 mil teses e dissertações colocadas no sistema Dados Abertos CAPES/MEC de 2013 a 2022. Na sequência, foi verificado o conteúdo dos programas de pós-graduação stricto sensu, o que permitiu análises multidimensionais dos resultados e a produção dos indicadores.

No período observado pelo estudo, que considera trabalhos de conclusão de curso produzidos entre 2013 e 2022, os autores constataram um aumento na proporção de teses e dissertações abordando temas relacionados aos ODS, subindo de pouco menos de 50% dos produtos contabilizados no início do período para quase 65% em 2022. A publicação revela ainda uma semelhança da atenção dada no Brasil e no exterior aos objetivos definidos pela ONU. “O que indica que a atenção da pós-graduação brasileira está em sintonia com as questões internacionais no que se refere à Agenda 2030”, destaca a publicação, lançada pela CAPES/MEC na semana passada.  

Na avaliação dos autores, as metas referentes aos ODS propostos especificamente para o Brasil, que abordam igualdade étnico-racial (18), arte, cultura e comunicação (19), e direitos dos povos originários e comunidades tradicionais (20), devem ser mais divulgadas nos meios de formação, para ressaltar a riqueza da sociobiodiversidade brasileira.

“A produção de trabalhos com temáticas associadas a todos os ODS contribui tanto para o aumento quantitativo quanto para a melhoria qualitativa da produção técnica e científica da pós-graduação brasileira, alinhando-a às demandas globais”, recomendam os autores do capítulo Evanilde Benedito, André Brasil, Roberta Regina Delboni, André Frota, Claudia Terezinha Kniess e José Carmino Gomes Jr.

“Além disso, a inclusão dessas metas nos trabalhos de conclusão favorece avanços em setores de relevância estratégica e promove o bem-estar e o desenvolvimento sustentável da sociedade brasileira, abrangendo os aspectos sociais, econômicos e ambientais”, acrescentam.

Composta por 248 páginas e dividida em oito capítulos, a publicação destaca projetos e ações relacionados à temática nas nove grandes áreas do conhecimento. O trabalho foi organizado por Carlos Alberto Cioce Sampaio, Soraia de Queiroz Costa, André Brasil, Gabriela da Rocha Barbosa e Roberta Giraldi Romano. O livro é uma forma de contribuição para a 30ª Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas (COP 30), a ser realizada em Belém (PA) entre 10 e 21 de novembro. 

A Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) é um órgão vinculado ao Ministério da Educação (MEC).
(Brasília – Redação CGCOM/CAPES)
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