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PARA, OLHE E ESCUTE
Vidas em primeiro lugar: ANTT reforça, em entrevista nacional, alerta sobre segurança ferroviária e redução de acidentes no Brasil
Foto: Divulgação / Comunicação ANTT
A cada dia, milhares de pessoas cruzam linhas férreas em diferentes regiões do país. Muitas vezes, o que parece ser apenas mais um trajeto cotidiano pode se transformar em segundos em uma situação de risco, de vida ou morte. No fim de setembro de 2025, dois acidentes ferroviários chamaram atenção e lembraram a toda a sociedade que cruzar trilhos exige respeito às regras de segurança. Em Araraquara (SP), um caminhão atravessou uma passagem em nível devidamente sinalizada, furou a preferência do trem e colidiu com ele resultando no tombamento de 14 vagões e no descarrilamento de duas locomotivas; felizmente não houve feridos. Já em Vassouras (RJ), outro caminhão tentou cruzar os trilhos no momento em que o trem se aproximava, foi atingido, e sofreu danos severos — o veículo ficou destruído, mas os ocupantes sofreram apenas ferimentos leves.
Esses episódios são parte de um panorama maior: cerca de 75% dos acidentes ferroviários têm causa atribuída à imprudência de terceiros — motoristas ou pedestres que desrespeitam sinalização ou tentam atravessar a ferrovia sem observar as normas do trânsito. A Agência Nacional de Transporte Terrestres (ANTT), que regula e fiscaliza concessões ferroviárias no Brasil, contabiliza uma redução gradual dos sinistros ano após ano: foram 328 acidentes no primeiro semestre de 2025, contra 331 no mesmo período de 2024; no total de 2024 houve 698 acidentes, abaixo dos 748 verificados em 2023. Com 30 mil quilômetros de linhas férreas no Brasil, por onde circula parte expressiva da produção nacional, a recomendação é: pare, olhe e escute antes de atravessar.
Neste domingo (28/9), em entrevista ao Fantástico da TV Globo, o diretor-geral da ANTT, Guilherme The Sampaio, enfatizou que a maior parte desses acidentes poderia ser evitada se fosse respeitada a preferência legal do trem sobre outros veículos, conforme previsto no Código de Trânsito Brasileiro (CTB), especialmente nos artigos que regulam a travessia de linhas férreas. Ele lembrou que o trem leva enorme peso e que sua física de frenagem não permite parar de uma hora para outra. "Mesmo acionando buzina e freios de emergência, se há pouco espaço ou muito atraso na reação de quem atravessa, o acidente pode ser inevitável", explicou. Ele também falou sobre o impacto emocional para os maquinistas, que muitas vezes enfrentam acidentes mesmo quando não têm culpa e que isso, além dos prejuízos materiais, deixa marcas na vida. “Mais de 70% das ocorrências têm origem em falhas de terceiros: pressa, distração, imprudência. O trem tem a preferência, mas nada é mais importante que a vida”, reforçou o diretor-geral.
A ANTT, em resposta a esses desafios, reforça que suas medidas preventivas abrangem desde obras de infraestrutura — melhorias em passagens em nível, eliminação de travessias clandestinas, investimentos obrigatórios nos contratos de concessão, sinalização e capacitação — até ações educativas junto à população, com campanhas nas comunidades e em escolas e parcerias com concessionárias e autoridades locais. Todos os acidentes são investigados pericialmente e os laudos devem ser apresentados em até 30 dias após cada ocorrência, para apurar causas diretas e contributivas, apontando estrategicamente o que pode ser feito e melhorado para evitar novos casos.
"O que isso muda na prática para quem vive perto de ferrovias ou precisa cruzar trilhos? Muda muito: significa que haverá mais fiscalização, melhoria nos dispositivos de segurança, sinalização mais clara, empenho em regularização de passagens irregulares, além de campanhas de conscientização que visam gerar mudança de comportamento — para que evitar acidentes deixe de ser opção e se torne hábito. É importante que a população respeite as regras, as leis e as normas de segurança. É simples e salva vidas", completou Guilherme Theo Sampaio.
O que a ANTT tem feito?
A Agência atua em várias frentes para tornar as ferrovias mais seguras.
- Fiscalização contínua das passagens em nível, com análises técnicas sobre sinalização e visibilidade.
- Programa Vias Seguras, que reúne concessionárias e órgãos parceiros com a meta de reduzir em 50% os acidentes nas rodovias e ferrovias federais.
- Campanhas educativas em escolas e comunidades, reforçando a regra básica do Código de Trânsito Brasileiro: parar sempre antes de cruzar os trilhos.
- Investimentos obrigatórios previstos em contratos de concessão para eliminar passagens clandestinas e solucionar conflitos urbanos.
- Eventos e workshops que discutem não só a segurança viária, mas também temas como a prevenção ao suicídio nas linhas férreas, unindo mobilidade e saúde pública.
🚦 Pare, Olhe e Escute
Vidas em primeiro lugar. Antes de atravessar a linha férrea, lembre-se: a segurança vem sempre primeiro.
PARE
Respeite a sinalização. Nunca atravesse sem ter certeza de que pode fazê-lo em segurança.
OLHE
Verifique os dois lados da via. Lembre-se: o trem sempre tem a preferência.
ESCUTE
Esteja atento aos sinais sonoros e buzinas. Um trem pode demorar a parar.
⚠️ 75% dos acidentes ferroviários são causados por imprudência. Respeite as regras, preserve vidas.
Coordenação-Geral de Comunicação - ANTT
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