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SUSTENTABILIDADE
ANTT promove curso de Letramento em Diversidade, Equidade e Inclusão
Foto: Divulgação / Comunicação ANTT
A Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) finalizou, na última terça-feira (18/11), a capacitação de cerca de 25 servidores em um curso inédito: Letramento sobre Diversidade, Equidade e Inclusão. O treinamento é resultado concreto do Plano de Diversidade. Equidade e Inclusão (PDE&I), publicado há exatamente um ano pela ANTT, em 18/11/2024.
“O Plano DE&I surgiu como um pilar fundamental de atuação da Agência, refletindo o compromisso de assegurar que a diversidade, a equidade e a inclusão sejam centrais na estratégia de transformação e revolução comportamental da ANTT, cujos resultados se refletirão no cumprimento da missão e da visão institucional. E é a partir desse pilar que estamos desenvolvimento treinamentos, rodas de conversa de conscientização, palestras e eventos, para buscarmos a transformação da cultural organizacional”, refletiu Paloma Campos, coordenadora de Gestão de Sustentabilidade (COGES/GSUST/SUSPI).
Segundo a instrutura do curso, Magali Dantas (Conselho Nacional de Justiça - CNJ), referência nacional em políticas afirmativas nacionais, “A turma foi aberta e participativa e, apesar de serem assuntos densos e sensíveis, avançamos juntos e juntas no sentido de identificar os desafios de DE&I enfrentados na gestão de pessoas, nas relações interpessoais e nas políticas públicas de responsabilidade da ANTT”.
Especialmente neste Mês da Consciência Negra, o curso se aprofundou sobre a negritude, seus preconceitos, desafios diários e ideias de políticas públicas afirmativas. Mas os ensinamentos foram além: a professora abordou todos os seis eixos temáticos do Plano de Diversidade, Equidade e Inclusão da ANTT (raça e etnia, gênero, crença e religião, idade, pessoa com deficiência e orientação sexual).
Para a aluna Fabiola Azevedo, o treinamento trouxe reflexões fundamentais para o desenvolvimento da instituição, para ela como profissional e para seu convívio em sociedade. “Refleti o quanto precisamos evoluir, como ser humano, para realmente termos uma sociedade que respeite e defenda, quando necessário, a verdadeira cidadania. É preciso reconhecer que se trata de uma construção social e entender a importância da inclusão”.
Já Raquel Dutra explicou como pretende aplicar os aprendizados no ambiente de trabalho. “Quero aplicar as práticas de respeito que aprendi, contribuindo para a divulgação dos planos de diversidade e incentivando todas as pessoas da organização a participarem dos processos seletivos, bem como a se candidatarem a cargos de liderança. Acredito que, ao promover uma cultura mais inclusiva, fortalecemos não apenas as instituições, mas também as relações humanas que as sustentam”.
O servidor Carlos Leandro Santos contou um pouco de sua história e relatou como o curso o lembrou de vivências profundas e como ele ainda aprendeu mais a colaborar dentro e fora do ambiente de trabalho. “Sou um homem gay, mestiço, pardo e nordestino, e vim de uma família de classe de renda baixa. Estudei a vida toda em escola pública e, por conta disso, convivi em ambientes de discriminação, preconceito e privações ao longo de toda minha trajetória. Ou seja, conheço de perto as complexidades de carregar esses atributos e o que significa estar nesses primeiros lugares de fala”. E acrescentou: “Quero usar o que aprendi para mostrar, de forma embasada e alinhada às iniciativas do próprio órgão, que temos que rever as políticas com seriedade. Não dá mais para normalizar qualquer tipo de discriminação, ironia ou piadinhas de mau gosto — sejam elas de cunho etarista, capacitista, transfóbico, homofóbico, ou qualquer outro”.
Já Pedro Alcântara, presidente da Comissão de Ética da ANTT, explicou sua luta de forma diferente: “Eu venho tentando, nos últimos anos, ter um olhar mais diverso para as questões que estudamos no curso. E a principal razão para isso foi eu perceber há algum tempo que, apenas pelo fato de eu ser homem branco, hetero e cis, fui privilegiado em tantas situações, durante toda a minha vida. Assim, é minha obrigação tentar dar algum retorno para a sociedade contra qualquer tipo de preconceito. Além disso, ele afirmou como pretende atuar daqui para frente: “Acredito que seja reforçando a minha presença nessas discussões, apresentando o conhecimento que eu adquiri e expondo para as pessoas que, como eu, também estão em locais privilegiados e em posição de poder. A motivação é para aumentar esse tipo de ação, ainda que amiúde! É assim que as mudanças acontecem!”
Magali concluiu: “O nosso objetivo foi dar elementos para promover um ambiente de trabalho inclusivo, onde a diversidade é valorizada, melhorar o bem-estar dos servidores e das servidoras e a eficiência organizacional para o público”.
Minicurrículo da professora
Magali Dantas é doutoranda em Políticas Públicas e mestra em Governança e Desenvolvimento, ambos pelo Programa de Pós-Graduação de Ciência Política da Escola Nacional de Administração Pública (Enap) Brasília - DF. É Pós-graduada em Gestão de Pessoas pela Universidade Anhanguera. Graduada em Ciências Sociais pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Concentra seus estudos na área de Políticas Públicas de Ação Afirmativa, gênero e meio ambiente, em especial, para a redução da desigualdade racial no poder judiciário. É técnica judiciária na Justiça Federal, em exercício no Conselho Nacional de Justiça (CNJ). Capacita e integra comissões de heteroidentificação, ministra cursos e seminários na esfera pública e privada.
Coordenação-Geral de Comunicação - ANTT
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