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Agenda climática antirracista e atuação internacional marcam a presença do MIR em 2025
Foto: MIR
A atuação do Ministério da Igualdade Racial (MIR) em 2025 foi marcada pelo fortalecimento da agenda climática antirracista e pela ampliação do protagonismo brasileiro nos debates internacionais sobre justiça racial, meio ambiente e desenvolvimento sustentável. Esse percurso teve como ponto alto a participação na COP30, onde o Brasil consolidou avanços históricos ao integrar, de forma inédita, o enfrentamento ao racismo ambiental às discussões globais sobre a crise climática.
Ao longo do ano, o MIR construiu uma agenda que destacou o papel estratégico das populações negras, afrodescendentes e dos povos tradicionais no enfrentamento às mudanças do clima. A participação em encontros preparatórios e espaços de diálogo com a sociedade civil reforçou a defesa de um modelo de transição ecológica antirracista, inclusiva e socialmente justa, baseado nos direitos humanos e na valorização dos territórios tradicionais.
Esse caminho culminou em uma atuação de destaque na COP30, marcada pelo enfrentamento conjunto das crises climática, ambiental e do racismo. Durante a Cúpula dos Líderes, o Brasil lançou a Declaração de Combate ao Racismo Ambiental, reafirmando o compromisso do país com uma agenda climática que reconhece desigualdades históricas e promove justiça social. Outro marco foi a menção inédita ao termo “afrodescendentes” nos documentos oficiais da maior conferência sobre clima do mundo, representando um avanço no reconhecimento dessas populações nos debates internacionais. Além disso, o MIR atuou para garantir a inclusão dos povos tradicionais nas discussões sobre racismo ambiental, ampliando sua participação nos espaços decisórios globais.
A agenda internacional do Ministério também se fortaleceu no âmbito do Quilombo das Américas, iniciativa que consolidou o diálogo regional e multilateral sobre justiça racial, desenvolvimento sustentável e proteção ambiental. A atuação brasileira esteve presente em espaços estratégicos, como o Fórum Permanente de Afrodescendentes da Organização das Nações Unidas (ONU), onde o MIR defendeu a centralidade da questão racial nos debates globais e a necessidade de políticas públicas capazes de enfrentar desigualdades estruturais.
Nesse contexto, o diálogo de alto nível entre a ministra Anielle Franco e a vice-presidenta da Colômbia, Francia Márquez, reforçou a cooperação entre os países da América Latina e do Caribe. O encontro discutiu a adesão voluntária da Colômbia ao Objetivo de Desenvolvimento Sustentável 18 (ODS 18), voltado ao enfrentamento das desigualdades raciais, evidenciando o protagonismo regional na construção de uma agenda internacional que reconhece o racismo como um entrave ao desenvolvimento sustentável.
Como desdobramento dessa articulação política e diplomática, os governos do Brasil e da Colômbia anunciaram, durante a COP30, um Plano de Aceleração de Soluções para Povos Afrodescendentes, que inclui a estruturação de um fundo de investimentos voltado ao fortalecimento de iniciativas sustentáveis, à inclusão produtiva e à ampliação de oportunidades econômicas para comunidades afrodescendentes. A iniciativa representa um avanço na integração entre justiça racial e desenvolvimento econômico, ao reconhecer a necessidade de instrumentos financeiros específicos para enfrentar desigualdades históricas e promover soluções de longo prazo.
Ao longo de 2025, a atuação do Ministério da Igualdade Racial nos fóruns internacionais consolidou uma agenda integrada, que articula justiça climática, igualdade racial e desenvolvimento sustentável, reafirmando o papel do Brasil como referência na construção de políticas públicas antirracistas em escala global.