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Estudantes indígenas de Goiás participam dos Jogos Interculturais 2025 com apoio da Funai
Cerca de 600 estudantes de comunidades indígenas, rurais e quilombolas do estado de Goiás participaram, entre os dias 25 e 27 de novembro, dos Jogos Interculturais 2025. A competição, promovida pelo Governo de Goiás, amplia o conhecimento sobre as diversas culturas e fortalece políticas educacionais de inclusão. A Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai) acompanhou toda a programação e prestou apoio às delegações indígenas, especialmente aos adolescentes e jovens A'uwê Uptabi (Xavante), Iny Mahadu (Karajá/Javaé) e Tapuias do Carretão, que representaram suas comunidades.
Durante os três dias de atividades, os jovens participaram de modalidades que unem tradição e protagonismo cultural, como corrida com tora, arco e flecha, luta corporal, capoeira, cabo de guerra e futebol. Cada disputa carregou narrativas, memórias e práticas ancestrais, destacando a força do esporte como ferramenta de integração social e valorização da diversidade. Para muitos jovens, esta foi a primeira oportunidade de representar suas escolas em uma competição estadual. Para outros, o evento significou mostrar ao público práticas tradicionais que compõem seu modo de vida e sua história.
De acordo com o chefe da Unidade Técnica Local (UTL) da Funai em Goiânia, Haroldo Resende, “o clima de pertencimento esteve presente em cada modalidade, desde as rodas de capoeira às disputas de arco e flecha e corrida com tora”. Ele afirma que o apoio a iniciativas como os Jogos Interculturais contribui para fortalecer políticas públicas voltadas à educação diferenciada e à construção de estratégias intersetoriais de proteção social, além de favorecer a permanência dos jovens na escola e ampliar o reconhecimento das culturas tradicionais no ambiente educativo.
Por meio da UTL, a Funai foi demandada acerca de questões específicas relacionadas à documentação, deslocamento e hospedagem das delegações indígenas. Para assegurar a participação plena dos alunos, a equipe auxiliou tecnicamente a Secretaria de Estado da Educação (Seduc), qualificando a necessidade de um tratamento diferenciado que respeitasse costumes e práticas culturais dos povos participantes.
A atuação da Funai também reforçou que normativas gerais não podem ser aplicadas sem considerar as especificidades socioculturais dos povos indígenas, sobretudo em atividades de deslocamento e vivência fora do território.