Notícias
SEMANA DA INOVAÇÃO 2025
Ministra Esther Dweck defende compromisso coletivo no enfrentamento às emergências climáticas durante abertura da Semana da Inovação 2025
Cerimônia de abertura da Semana de Inovação teve como tema “Um planeta, uma chance”. Foto: Adalberto Marques e André Correa
A 11ª edição da Semana de Inovação foi aberta nesta terça-feira (30/9), em Brasília, com um chamado à ação coletiva diante da crise climática global. Promovido pela Escola Nacional de Administração Pública (Enap), em parceria com a Faculdade Latino-Americana de Ciências Sociais (Flacso), o Tribunal de Contas da União (TCU), o Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA) e o Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos (MGI), o evento é considerado o maior encontro de inovação em governo da América Latina e, neste ano, integra a programação oficial da COP30, que será realizada em Belém, em 2025.
Com o tema “Um Planeta, Uma Chance”, a Semana reúne mais de 15 mil inscritos, entre participantes presenciais e virtuais, vindos de 40 países. A ministra da Gestão, Esther Dweck, destacou a relevância do encontro como espaço de construção de soluções para os desafios ambientais e institucionais que marcam o século XXI.
“É impossível enfrentar a emergência climática de forma isolada. Essa é uma agenda em que o multilateralismo é essencial. Se a maioria dos países fizer sua parte, ainda assim alguns poucos podem comprometer os esforços globais. Por isso, precisamos de um compromisso coletivo”, afirmou.
Segundo Dweck, sediar a COP 30 neste momento é oportuno para o Brasil, que busca “liderar pelo exemplo”, sendo um ator central no fortalecimento para a implementação de políticas climáticas. “Esta é a COP30 da implementação, que é como fazer as coisas; já sabemos o que fazer, mas temos muita dificuldade em como fazer. Precisamos cada vez mais do envolvimento do Estado nessa agenda”, disse.
A mesa de abertura contou ainda com a presidenta da ENAP, Betânia Lemos; o secretário de Mudança do Clima do Ministério do Meio Ambiente e Mudança Climática (MMA), Aloísio Melo; e o superintendente nacional de Impacto e Sustentabilidade da Caixa, Rogério Saab. Todos reforçaram a urgência de alinhar inovação, sustentabilidade e justiça social, reconhecendo o papel estratégico do setor público no enfrentamento da crise climática.
Para Betânia Lemos, presidenta da ENAP, o tema carrega uma urgência, visto que a emergência climática não é mais apenas uma previsão futura, mas uma realidade, onde os impactos daquela já são sentidos em todo o planeta. Para ela, o setor público tem um papel-chave na agenda ambiental, com políticas que enfrentem as emergências climáticas, com ações que mobilizem instituições públicas e privadas, fazendo-se necessário uma gestão comprometida com o futuro.
“A inovação pública não é o fim em si mesmo, ela é uma ponte. Neste caso, uma ponte entre a política e o território, entre a gestão e as pessoas, entre os desafios presentes e as possibilidades do futuro”, disse Betânia.
Já Aloísio Melo, secretário de Mudança do Clima do Ministério do Meio Ambiente e Mudança Climática, destacou o debate social na agenda climática. Para o secretário, os efeitos das mudanças climáticas afetam de maneira mais brusca os países menos desenvolvidos e, por isso, a responsabilidade reside especialmente naqueles com mais disponibilidade de recursos. Estes, de acordo com Aloísio, têm mais responsabilidade de avançar e ser proativos na implementação de descarbonização.
“Os países que estão vivendo emergências climáticas e que estão sendo mais afetados pelos impactos dos eventos extremos são aqueles que se desenvolveram menos, que estão mais expostos, que tem mais vulnerabilidades econômicas e sociais”, afirmou.
Na mesma linha, Rogério Saab, superintendente nacional de Impacto e Sustentabilidade da Caixa, defendeu a necessidade de se promover uma transição para economia de baixo carbono de uma forma que os estados mais vulneráveis não saiam prejudicados. De acordo com o superintendente, estamos próximos do ponto de “não-retorno”, em que a deterioração da natureza não vai mais poder ser revertida.
“A gente percebe que os eventos climáticos extremos vão acontecer, vão acontecer cada vez com maior intensidade, com maior recorrência, e nós precisamos fazer alguma coisa, precisamos tomar alguma atitude de forma proativa, para que essa realidade não prejudique aqueles que são mais vulneráveis.”
Durante a cerimônia, também foi lançado o Manifesto 2025 da Semana de Inovação, que convoca governos, sociedade civil e setor privado a transformar desafios ambientais em oportunidades de desenvolvimento sustentável, com protagonismo dos servidores públicos como agentes de mudança.
A Semana de Inovação segue até o dia 2 de outubro. Para mais informações, acesse: https://semanadeinovacao.enap.gov.br/index.php/pt/