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Palestra voltada a lideranças do MGI debate integridade e cultura organizacional no serviço público
Palestra foi conduzida pela pós-doutora em People Analytics e Liderança, Juliana Almeida. Foto: Washington Costa.
O Ministério da Gestão e Inovação em Serviços Públicos (MGI) realizou, nesta quarta-feira (19/2), a palestra “Integridade: mais que normas; comportamentos”, voltada a servidores em funções e cargos comissionados de nível 10 e superior. Conduzida pela pós-doutora em People Analytics e Liderança, Juliana Almeida, a capacitação que integra as atividades do projeto Pró-Integridade abordou os riscos à integridade no ambiente de trabalho, o impacto da cultura organizacional na qualidade da gestão e as dificuldades enfrentadas por servidores em posições de chefia.
Durante a abertura, o chefe da Assessoria Especial de Controle Interno do MGI, Francisco Bessa, destacou a importância da iniciativa dentro de um projeto maior voltado à formação de lideranças. “Esta agenda de hoje faz parte de uma iniciativa mais ampla, que foi contratada pelo MGI para garantir resultados concretos e mensuráveis ao final do ciclo”, afirmou. Além da formação, 150 gestores participarão de mentorias sobre o tema, ao longo de nove semanas.
Na palestra, Juliana destacou os desafios enfrentados por gestores públicos, muitos dos quais assumem funções sem preparo específico para lidar com pessoas. Segundo ela, a falta de orientação adequada contribui para práticas que podem prejudicar equipes, ainda que de forma não intencional. A pesquisadora também apresentou dados sobre exaustão no trabalho e os fatores que contribuem para o esgotamento profissional. “O número de afastamentos de saúde, de longa duração, por causas de exaustão, já eram os maiores antes da pandemia. No Brasil, 32% dos trabalhadores, seja da iniciativa privada ou do serviço público, estão em um quadro de burnout, em diferentes níveis. O segundo lugar no ranking mundial em termos de exaustão”, afirmou Juliana.
Segundo a psicóloga, que já teve passagem também pelo serviço público ao longo da carreira, a cultura organizacional é um dos fatores apontados pela ciência para este quadro. Juliana alertou que ambientes com normas rígidas, mas sem uma cultura que valorize respeito e transparência, favorecem desvios de conduta. A segurança psicológica, ou seja, a possibilidade de expressar opiniões e apontar problemas sem receio de represálias, foi citada como essencial para que líderes e equipes atuem de maneira íntegra. “Integridade não é sobre seguir regras, mas sobre criar um ambiente onde as pessoas queiram fazer o certo”, afirmou.
O evento encerrou com o sorteio de vagas para as mentorias individuais, para fortalecer a cultura organizacional do ministério e preparar gestores para desafios da liderança. Uma nova sessão da palestra será realizada nesta quinta-feira (20/2) para os gestores que não puderam participar no primeiro dia.