Por que as crianças devem se vacinar contra a Covid-19?

A recomendação da vacinação para crianças assim como para outros públicos é realizada com base em evidências científicas nacionais e internacionais que demonstraram que as crianças, após os idosos, são mais susceptíveis para desenvolver covid-19 grave e suas complicações. Além disso, a vacina recebeu aprovação para uso no país pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), é recomendada e está disponível pelo Programa Nacional de Imunizações (PNI) para população pediátrica desde janeiro de 2022.

Em 2024, o Ministério da Saúde incluiu a vacina contra a Covid-19 no Calendário Nacional de Vacinação para crianças de 6 meses a menores de 5 anos de idade. Saiba mais sobre o assunto nos tópicos abaixo.

Quando isso aconteceu?

A inclusão foi oficializada por meio da Nota Técnica nº 118/2023, do Ministério da Saúde, publicada em 20 de dezembro de 2023, na qual ficou estabelecido que a partir de 1º de janeiro de 2024 as vacinas Covid-19 passariam a compor o Calendário Nacional de Vacinação. A referida nota aborda as recomendações quanto ao esquema vacinal, intervalos entre as doses, qual imunizante indicado, bem como as justificativas para vacinação de crianças. Além da nota foi publicado o Informe técnico com as orientações para operacionalização da estratégia de vacinação contra a Covid-19.

Por que?

A decisão foi embasada em evidências científicas globais e na avaliação do cenário epidemiológico relacionado aos casos e óbitos pela doença no país, incluindo os casos de Síndrome Inflamatória Multissistêmica Pediátrica (SIM-P). Na oportunidade, a Organização Mundial da Saúde (OMS) orientou os países a priorizarem a vacinação de grupos de alto risco para formas graves da doença e a avaliarem a situação epidemiológica local para adotarem estratégias de imunização visando a proteção da população.

E se eu não vacinar meus filhos?

A vacinação é um direito fundamental das crianças e um dever do Estado e da sociedade para garantir a proteção da saúde infantil e coletiva. No Brasil, esse direito está respaldado pelo Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), que estabelece que é obrigação do poder público fornecer acesso universal e igualitário às vacinas recomendadas pelos órgãos de saúde.

O PNI do Ministério da Saúde oferece gratuitamente no SUS as vacinas que compõem o Calendário Nacional de Vacinação, como exemplo as vacinas contra a Covid-19, e estão disponíveis em todas as unidades de saúde, garantindo equidade no acesso à proteção contra doenças imunopreveníveis.

Os pais ou responsáveis têm o dever legal de assegurar que as crianças recebam todas as vacinas recomendadas, conforme determina o ECA. Isso significa que vacinar crianças não é apenas uma escolha individual dos responsáveis, mas uma responsabilidade social, pois protege não apenas a criança vacinada, mas também aqueles que, por razões médicas, não podem receber imunizantes. Negligenciar essa obrigação pode configurar violação de direitos da criança.

Não há dúvidas de que o avanço da vacinação contra a Covid-19 foi determinante para a redução do número de casos graves, hospitalizações e óbitos. A saúde das crianças não deve ser colocada em risco. A ciência trabalha de forma séria e estuda de forma eficaz e responsável caminhos para garantir o bem-estar e a saúde das pessoas.

Como a Covid-19 se manifesta em crianças e adolescentes?

Em geral, crianças e adolescentes que contraíram a doença desenvolvem quadros clínicos mais leves quando comparados aos adultos. Porém, é importante entender que essa população não está isenta de apresentar formas graves e letais da doença, como a Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) e a Síndrome Inflamatória Multissistêmica Pediátrica (SIM-P).

A carga do vírus nessa faixa etária é significativa, principalmente quando comparada a outras doenças infectocontagiosas e imunopreveníveis que afetam (ou afetaram antes da vacinação) as crianças no país.

Qual o benefício de vacinar crianças?

As medidas de prevenção e controle da enfermidade continuam sendo recomendadas pela OMS e comprovada de forma continuada em todo o mundo. Além de aumentar a imunidade deste grupo contra formas graves da doença, a vacinação ajuda a amenizar a propagação do SARS-CoV-2 na população em geral.

Os benefícios da vacina em crianças foram avaliados em estudos que utilizaram os critérios de ponte imunológica e eficácia. O papel protetor da vacinação foi confirmado e demonstrou a redução de desfechos graves nas crianças, como hospitalizações, complicações, sequelas e mortes.

A vacina tem efeitos adversos?

Os efeitos colaterais relatados têm sido, em sua maioria, de leves a moderados e não duram mais do que alguns dias. Alguns efeitos típicos são dor no local da injeção, febre, fadiga, dor de cabeça, dor muscular, calafrios e diarreia.

A vacinação para crianças no mundo

Além do Brasil, diversos outros países vacinaram e ainda vacinam crianças e adolescentes contra a Covid-19. Os Estados Unidos, por exemplo, no final de 2021, já tinham aplicado a vacina em mais de cinco milhões de crianças, sob orientação do Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC). O país também foi o primeiro do mundo a vacinar bebês a partir dos seis meses e a vacina contra a doença foi introduzida no calendário infantil.

O Canadá, Alemanha, Irlanda e a Grécia são países que também vacinam crianças contra a doença a partir da faixa etária de 6 meses de idade. Enquanto, outros países, como Espanha e Reino Unido, optam pela vacinação a partir da faixa etária de 6 meses de idade se houver alguma comorbidade (imunossupressão, doenças cardíacas, diabetes, deficiências neuro-cognitivas, etc.).

Na Europa, países como Áustria, Bélgica, Estônia, França, Holanda, Itália, Noruega, entre outros, aprovaram ou aplicaram, ainda no auge da pandemia, imunizantes para a faixa etária de 5 a 11 anos. Hoje, a União Europeia recomenda a vacinação de crianças a partir dos 6 meses de idade.

A vacina contra a covid-19 é segura para crianças?

Sim. As vacinas ofertadas pelo Programa Nacional de Imunizações (PNI) são seguras, possuem autorização de uso pela Anvisa e passam por um rígido processo de avaliação de qualidade pelo Instituto Nacional de Controle de Qualidade em Saúde (INCQS) da Fundação Oswaldo Cruz, instituição responsável pela análise de qualidade dos imunobiológicos adquiridos e distribuídos pelo Sistema Único de Saúde (SUS). O sistema de vigilância sobre a segurança das vacinas é permanente e atuante em todo o país, sendo operacionalizado de forma descentralizada no SUS.

O monitoramento de segurança é realizado de forma contínua para todas as vacinas e imunobiológicos recomendados pelo PNI, por meio do Sistema Nacional de Vigilância (SNV) de Eventos Supostamente Atribuíveis à Vacinação ou Imunização (ESAVI).
Consulte o calendário e fique seguro.

Vacinas salvam vidas

A vacinação é gratuita. Procure uma unidade de saúde e lembre-se de levar o cartão de vacinação. Os locais estão prontos para oferecer as vacinas necessárias em todas as fases da vida, desde a infância até a idade adulta e a terceira idade.

Diga não à Fake News

Quando o assunto é vacinação, seja contra a Covid-19 ou outras doenças, a população deve estar atenta às informações e buscar fontes confiáveis. A vacina continua sendo a melhor forma de prevenir doenças. Na dúvida, pesquise sempre em fontes oficiais e entre para o time de combate à desinformação. Não repasse informações duvidosas.

Fonte

É falsa a informação de que o Brasil é o único país que vacina crianças contra a covid-19
Vacina contra Covid-19 será incluída no calendário nacional de crianças e aplicada em grupos prioritários a partir de 2024
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