A 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (Conferência das Partes) - COP30, um encontro global anual onde líderes mundiais, cientistas, organizações não governamentais e representantes da sociedade civil discutem ações para combater as mudanças do clima. É considerado um dos principais eventos do tema no mundo.
As mudanças no clima não afetam apenas o meio ambiente, elas impactam diretamente a saúde de todas as pessoas. Doenças respiratórias causadas pela poluição do ar, aumento da dengue e outras arboviroses, contaminação da água, insegurança alimentar, impactos na saúde mental e mortes por ondas de calor são apenas alguns exemplos dos desafios que já vivemos no presente.
Nesse contexto, a COP30 é uma oportunidade histórica de colocar a saúde no centro das decisões climáticas, integrando-a às estratégias de enfrentamento das mudanças do clima.
Saúde é prioridade na COP30 (Dia da Saúde)
A crise climática impacta diretamente a saúde das populações, especialmente as mais vulneráveis. Reconhecendo essa relação, as conferências climáticas vêm ampliando o debate sobre como fortalecer os sistemas de saúde diante dos efeitos do aquecimento global.
O Dia da Saúde surge como um marco essencial para integrar a saúde à agenda climática internacional, promovendo soluções sustentáveis e inclusivas. O Dia da Saúde na COP30 reforça que enfrentar a crise climática é também proteger vidas. É um momento de articulação entre:
- Líderes globais
- Especialistas em saúde e clima
- Representantes da sociedade civil
- Organismos internacionais
Juntos, eles discutem estratégias para reduzir desigualdades, promover justiça climática e garantir o direito à saúde para todos e todas.
Principais temas em debate
Doenças em expansão
aumento de casos de dengue, malária, leptospirose e diarreias.
Doenças respiratórias
agravadas por poluição do ar e queimadas.
Saúde mental
impactos de desastres naturais, deslocamentos forçados e perdas econômicas.
Insegurança alimentar
redução da produção de alimentos e desnutrição.
Água e saneamento
riscos à qualidade da água e acesso ao saneamento básico.
SUS x Mudanças Climáticas
O Brasil e o Sistema Único de Saúde - SUS assumiram protagonismo na luta global contra as mudanças climáticas. Não basta reduzir emissões de gases de efeito estufa: é preciso preparar os sistemas de saúde para proteger a população dos efeitos que já estão em curso e daqueles que ainda virão. O Ministério da Saúde está agindo em diversas frentes:
- Monitoramento e vigilância contínua das doenças que se agravam com o clima.
- Fortalecimento da infraestrutura do SUS para responder a emergências climáticas, como enchentes, queimadas e secas prolongadas.
- Investimento em pesquisas, tecnologias e inovação para uma saúde sustentável e resiliente.
- Atenção especial às populações mais vulneráveis, como povos indígenas, comunidades tradicionais, crianças, idosos e pessoas com deficiência.
- Promoção de ações intersetoriais que integram saúde, meio ambiente, justiça social e participação comunitária.
O SUS é a principal rede de proteção da população brasileira frente aos impactos das mudanças climáticas. Enquanto o planeta enfrenta ondas de calor, chuvas intensas, queimadas, secas e a propagação de novas doenças, o SUS trabalha para garantir o cuidado, a prevenção e a resposta rápida aos desafios que o clima impõe à saúde.
Monitoramento e Prevenção de Doenças
O SUS possui um sistema de vigilância em saúde que monitora constantemente doenças que se tornam mais frequentes ou intensas com o clima, como:
Atenção às Populações Mais Vulneráveis
O SUS dá atenção especial a:
- Populações indígenas, quilombolas e tradicionais.
- Pessoas em situação de pobreza ou vulnerabilidade social.
- Crianças, gestantes, idosos e pessoas com deficiência.
Esses grupos são os mais afetados pelas mudanças climáticas e precisam de cuidados adaptados às suas necessidades.
Respostas Rápidas a Desastres Naturais
Em situações de emergência, como enchentes, deslizamentos ou incêndios, o SUS atua com:
- Equipes de emergência e unidades de saúde preparadas para atendimento rápido, Força Nacional do SUS - FN-SUS.
- Estoques estratégicos de vacinas, medicamentos e insumos.
- Protocolos específicos para atender populações afetadas.
Pesquisa, Inovação e Sustentabilidade
O Ministério da Saúde, por meio do SUS, investe em pesquisas e inovações para:
- Tornar hospitais e unidades de saúde mais sustentáveis e preparados para eventos climáticos extremos.
- Desenvolver tecnologias de monitoramento e prevenção.
Ampliar o acesso à telemedicina e ao atendimento em áreas remotas.
Promoção da Saúde e Redução de Vulnerabilidades
O SUS também desenvolve ações que fortalecem a saúde da população para que ela esteja menos vulnerável aos efeitos do clima, como:
- Campanhas de vacinação contra doenças que podem se intensificar com as mudanças climáticas.
- Programas de alimentação saudável e incentivo à segurança alimentar.
- Orientações sobre cuidados com a saúde mental, especialmente em situações de estresse e perdas causadas por desastres ambientais.
- Monitoramento da qualidade da água e do ar, prevenindo contaminações e orientando a população sobre riscos.
Cooperação pelo Clima e pela Saúde (Plano de Ação em Saúde de Belém)
O enfrentamento das mudanças climáticas é um desafio que ultrapassa fronteiras. Nenhum país sozinho conseguirá proteger plenamente sua população dos efeitos do clima sobre a saúde. Por isso, o Brasil apresentará o Plano de Ação em Saúde de Belém, um documento (disponível em inglês e espanhol) de referência para fortalecer a cooperação internacional em saúde e clima. Elaborado pelo Ministério da Saúde, com apoio de instituições nacionais, organismos internacionais e participação da sociedade civil, o Plano orienta ações práticas que todos os países podem adotar para tornar seus sistemas de saúde mais resilientes às mudanças do clima.
É uma proposta global, de adesão voluntária, com um conjunto de medidas para que os países:
- Adaptem seus sistemas de saúde aos novos riscos climáticos.
- Reduzam vulnerabilidades sociais e econômicas que agravam os impactos do clima sobre a saúde.
- Promovam a justiça climática e a equidade em saúde.
O plano será estruturado em três grandes linhas de ação:
- Vigilância e Monitoramento em Saúde a partir da Integração de sistemas de vigilância para antecipar riscos climáticos e de saúde, com sistemas de alerta precoce e monitoramento de doenças sensíveis ao clima.
- Políticas Baseadas em Evidências e Fortalecimento de Capacidades que visam a capacitação de profissionais, formulação de políticas públicas adaptadas e participação social ativa para fortalecer a resposta em saúde.
- Inovação e Produção com incentivo à pesquisa, inovação tecnológica e produção de soluções sustentáveis no setor saúde.
Eixos transversais:
- Equidade em Saúde, Justiça Climática, Liderança e Governança em Clima e Saúde, com ampla participação social, reforçando o chamado de Mutirão a que a COP 30 se propõe.
Princípios que orientarão o Plano
- Equidade em Saúde e Justiça Climática: combater desigualdades sociais, econômicas e raciais que aumentam os impactos do clima.
- Liderança e Governança com Participação Social: promover o envolvimento de governos, sociedade civil, academia e setor privado em todas as etapas.

