Participantes do Seminário Internacional de Gestão da Educação e do Trabalho na Saúde abordam importância de capacitação

O cenário da saúde pública no Uruguai e as parcerias e esforços para melhoria do Sistema Único de Saúde (SUS) do Brasil permearam as palestras e debates do terceiro dia do Seminário Internacional de Gestão da Educação e do Trabalho na Saúde, nessa quinta-feira (29). O evento promovido pelo Ministério da Saúde por meio da Secretaria de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde (SGTES), reuniu especialistas internacionais que apresentaram experiências de sistemas públicos de saúde. O encontro, sediado em Brasília, teve início na terça-feira (27).

Na manhã de quinta-feira, a professora Mercedes Perez, da Universidade da República do Uruguai, explicou como ocorre a formação continuada e a gestão de recursos humanos em saúde no país vizinho ao Brasil. Ela contextualizou o momento atual do país a partir da emergência de saúde provocada pela Covid-19.

Ao expor sobre o Sistema Integrado de Saúde do Uruguai, criado por lei em 2008, a especialista explicou que a partir da sua implantação, os cuidados com a saúde passaram a ser direito de todos os cidadãos do país, com todos os níveis de atendimento. Assim, a população que não tinha nenhum tipo de cobertura passou a ter. Essa mudança também influenciou melhorias para os trabalhadores do segmento de saúde.

Anteriormente não existiam políticas específicas para as diversas carreiras. Os recursos humanos em saúde do país são 80% de egressos da universidade que ela representou no debate. Essa forte responsabilidade pela formação dos profissionais coloca a instituição de ensino em situação de destaque na definição de políticas de saúde e de formação.

Parceria

Em parceria com o Ministério da Saúde, por meio da SGTES, o Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde (Conasems) tem contribuído para a adesão ao Programa Saúde com Agente. Trata-se da oferta de cursos técnicos para Agentes Comunitários de Saúde e Agentes de Combate a Endemias.

Esse convênio foi destacado pela assessora do Conasems, Cristina Sette, durante sua participação no Seminário. Os cursos são desenvolvidos pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Com carga horária de 1.275 horas-aula e as capacitações tiveram início neste mês de setembro e contam com 200 mil inscritos.

A assessora relacionou a contribuição do Conasems ao longo da história do SUS. Ao falar sobre o ordenamento e formação de recursos humanos do Sistema, sob a perspectiva das Secretarias Municipais de Saúde, destacou iniciativas que fizeram diferença. Em parceria com o Ministério da Saúde, a entidade ainda contribui para o desenvolvimento de ações como o ImunizaSUS, que atua no fortalecimento das ações de imunização nos territórios municipais e o Ser Gestor, que aperfeiçoa a gestão municipal do SUS.

Panorama

A importância da formação de recursos humanos na área de saúde foi destacada pelo secretário adjunto da SGTES, Vinícius Nunes Azevedo e pela diretora da Secretaria, Musa Denaise Morais de Melo. Ao explorar o tema “Panorama da Gestão de Educação e dos Recursos em Saúde no Ministério da Saúde e do SUS", a diretora Musa aproveitou para destacar o Programa Saúde com Agente, citado pela assessora do Conasems.

A diretora disse que o programa oferece formação técnica os Agentes Comunitários de Saúde e os Agentes de Combate a Endemias em “um processo gigante que disponibiliza dois cursos técnicos além de outras capacitações também com parceria da Universidade Federal do Rio Grande do Sul”.

Ela apresentou aos participantes do evento várias iniciativas da SGTES, como a realizada com a Secretaria Especial de Saúde Indígena (SESAI), para qualificação de 2.617 Agentes de Saúde Indígena e Agentes Indígenas de Saneamento que atuam em Distritos Especiais indígenas localizados no Amazonas, em Mato Grosso e Mato Grosso do Sul.

O secretário adjunto Vinícius falou sobre a atuação da SGTES no planejamento de recursos humanos em saúde baseado em evidências, dados e inteligência artificial. “Esse trabalho leva em consideração a demanda por serviços de saúde e a oferta de profissionais de saúde”.

Reflexão

O secretário da SGTES, Helio Angotti, fechou o terceiro e último dia do Seminário Internacional lembrando a reflexão que sugeriu aos participantes no primeiro dia do evento (27/09), quando falou da importância da criação de uma política para a área. Ele reforçou que após assistir a tudo que foi apresentado “fica clara a importância da existência dessa política”.

Ele defende que a nova regra contribuirá para menos flutuações entre demanda e oferta, o que dará mais estabilidade ao SUS. O secretário ressaltou que a finalidade será sempre prestar o melhor serviço à população. O gestor informou que o conteúdo apresentado nos três dias do Seminário será organizado pelos servidores da SGTES para disponibilizar tanto aos participantes quanto para subsidiar planos de ação da Secretaria.

Ministério da Saúde