Atividade física: prática durante a gravidez reduz complicações e melhora a saúde materno-infantil

A prática de atividade física é importante em todas as etapas da vida. Durante a gestação não é diferente. A gravidez é um momento onde comportamentos e o estilo de vida podem influenciar a saúde feminina, assim como o bem-estar do bebê. A atividade física tem sido proposta como medida preventiva e terapêutica para reduzir as complicações da gestação e melhora da saúde materno-infantil.

É fundamental que a mulher seja acompanhada por um médico ginecologista e obstetra. Para iniciar a prática de atividades, a gestante deve consultar o profissional de saúde e, se possível, também um profissional de educação física para prescrição da intensidade e da frequência.

Segundo o Guia de Atividade Física para a População Brasileira , não havendo contraindicações, as gestantes devem evitar o comportamento sedentário e seguir as seguintes recomendações:

• Praticar ao menos 150 minutos de atividades físicas moderadas semanalmente (essa prática aumenta a respiração e os batimentos cardíacos de forma moderada);
• Ou praticar ao menos 75 minutos de atividades físicas vigorosas semanalmente (essa prática acelera a respiração e eleva os batimentos cardíacos).

Atividades moderadas e vigorosas também podem ser combinadas ao longo da semana. Além disso, é indicado que a cada uma hora em comportamento sedentário, a gestante se levante e caminhe, estique as pernas e alongue o corpo por pelo menos 5 minutos.

Ações que podem causar a colisão com outras pessoas ou objetos devem ser evitadas, assim como esportes de contato físico, atividades com pressão na região abdominal e mergulho profundo.

O guia destaca os efeitos positivos da atividade física durante a gestação, como a diminuição do risco de diabetes gestacional e a pré-eclâmpsia, que é a pressão arterial elevada. O documento ainda salienta que gestantes que fazem exercícios para os músculos do assoalho pélvico durante e após a gestação, com auxílio de profissionais de saúde, têm menor risco de desenvolver incontinência urinária.

A publicação traz as seguintes recomendações:

• Mulheres que já eram fisicamente ativas antes da gestação podem manter a rotina de atividade física. Mulheres não ativas antes da gravidez podem iniciar a prática de atividade de forma gradual, com exercícios mais leves e de menor duração, em qualquer momento da gestação;
• O trabalho multidisciplinar é fundamental para o sucesso da gestação. Os profissionais de saúde que prestam assistência devem estar familiarizados com as contraindicações, sinais e sintomas que sugerem que a rotina de atividade física seja modificada ou interrompida;
• O apoio da família e dos amigos é fundamental para que mulheres possam praticar atividades durante a gestação e o período pós-parto;
• Exercícios para o assoalho pélvico são recomendados e podem ser iniciados logo após o parto.

As atividades físicas são estimuladas durante a gravidez, mas há casos onde são contraindicadas:

• Doenças respiratórias graves (ex.: doença pulmonar obstrutiva crônica, doença pulmonar restritiva e fibrose cística);
• Doenças cardíacas graves com intolerância ao exercício (congênitas ou adquiridas);
• Arritmia grave ou descontrolada;
• Descolamento de placenta;
• Vasa prévia;
• Restrição no crescimento intrauterino;
• Trabalho de parto prematuro ativo;
• Pré-eclâmpsia grave;
• Insuficiência cervical.

Todas as indicações ou contraindicações devem ser avaliadas, conhecidas e recomendadas pelo médico ginecologista e obstetra.

Fran Martins
Ministério da Saúde