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GOVERNO DIGITAL
Gestão participa de seminário sobre governo digital e as inovações tecnológicas no Estado brasileiro
Seminário IPEA
Nesta quarta-feira (19), o Ministério da Gestão e Inovação em Serviços Públicos (MGI) participou do seminário “Estado digital – Dados, Plataformas, Serviços e Federalismo em Debate”, que foi organizado pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). Durante a abertura do evento, a secretária-executiva do MGI, Cristina Mori, declarou que a transformação digital do Estado é uma questão inescapável da atualidade, ao lado apenas da crise climática.
Em seguida, a secretária-executiva apresentou as iniciativas de transformação digital do Estado desenvolvidas e geridas pelo MGI e detalhou seus objetivos. “Essa transformação do Estado só serve se promover um desenvolvimento justo e com redução das desigualdades sociais”, defendeu Cristina. Ela também ressaltou que o Brasil é internacionalmente reconhecido como um país avançado em digitalização dos servidos, com mais de 4.500 deles disponíveis na plataforma GOV.BR.
Cristina também destacou as iniciativas estruturantes para a transformação digital do Estado Brasileiro: a Infraestrutura Nacional de Dados (IND) e a Estratégia Federal de Governo Digital. Ela explicou que, infelizmente, a lógica de silos digitais ainda é muito presente na administração pública federal, ou seja, cada base de dados foi construída com uma tecnologia diferente para atender apenas um órgão, o que dificulta o cruzamento e atualização de dados.
“Essas duas iniciativas pensam em um ecossistema, em estabelecer relações entre as bases dados e aumentar a interoperabilidade delas”, explica a secretária-executiva. “O sistema precisa trocar dados, compartilhar informações para melhorar as políticas públicas”, complementa.
Outra iniciativa do tipo citada por Cristina Mori foi a Nuvem de Governo, que traz para o Brasil os servidores que guardam os dados sensíveis que o governo tem a respeito dos seus cidadãos e cidadãs. “Esses servidores podem usar tecnologia de empresas estrangeiras, mas os datacenters ficam localizados fisicamente no país e não podem ser desligados remotamente”, explica.
Esse projeto, chamado informalmente de nuvem soberana, é fruto de parcerias do MGI com duas empresas públicas de tecnologia, o Serviço Federal de Processamento de Dados (Serpro) e a Empresa de Tecnologia e Informações da Previdência Social (Dataprev). Nesse projeto, as duas empresas já investiram mais de R$ 1,5 bilhão.
Foco nas pessoas
Além de pensar na transformação interna à administração federal que resultam em avanços para os cidadãos de forma indireta, Cristina lembrou que iniciativas como o Balcão GOV.BR são totalmente focadas em atender diretamente as pessoas. O projeto cria pontos de atendimento presencial para quem tem dificuldade de usar a plataforma federal de serviços públicos digitais.
“Os serviços de governo digital dependem da alfabetização digital e de outros fatores externos como a capacidade dos smatphones da população e o pacote de dados de cada um, entre outras coisas”, pondera Cristina. O Balcão GOV.BR procura diminuir essas dificuldades ao atender as pessoas presencialmente e, além de resolver a dificuldade, capacitar o cidadão ou cidadã para usar a plataforma de forma autônoma.
Além da abertura do evento com participação do Ministério da Gestão, o evento contou ainda com duas mesas de debate com especialistas do Ipea em áreas correlatas. Para Luseni Aquino, diretora de Estudos e Políticas do Estado do instituto, o debate sobre as transformações digitais acontece em um momento único. “É incomum para analista de políticas públicas ver as mudanças acontecerem tão rapidamente”, ressaltou.