Saúde coleta cerca de 9 milhões de registros de dados relativos à situação alimentar da população brasileira

Para colaborar com o Plano Brasil Sem Fome do governo federal, uma das ações do Ministério da Saúde foi inserir as perguntas da Triagem de Risco de Insegurança Alimentar (Tria) no e-SUS Atenção Primária à Saúde (APS). Desde a publicação da Portaria Interministerial n° 25, em setembro de 2023, cerca de 9 milhões de registros relativos à situação alimentar dos cidadãos foram coletados. A portaria prioriza a atenção aos indivíduos e famílias em insegurança alimentar e nutricional no âmbito saúde. 

A APS, com amplo alcance nas mais diversas regiões do país, 50 mil UBS nos territórios e a ação das equipes de Saúde da Família e das equipes multiprofissionais, tem a capacidade de identificar indivíduos e famílias que estão em risco alimentar e nutricional. A Tria é um dos instrumentos que se somam a outras ações e programas do ministério com o propósito de tirar o país do Mapa da Fome, meta estabelecida até 2030. 

Para isso, basta um membro do domicílio maior de 18 anos responder às duas perguntas da triagem. Caso a família seja considerada em risco de insegurança alimentar, deverá ser conduzida para programas de assistência social. No campo socioeconômico da ficha cadastral individual, conheça as perguntas da Tria, localizada no Prontuário Eletrônico do Cidadão (PEC) do e-SUS APS:

"1 - Nos últimos três meses, os alimentos acabaram antes que você tivesse dinheiro para comprar mais comida?
2 - Nos últimos três meses, você comeu apenas alguns poucos tipos de alimentos que ainda tinha, por que o dinheiro acabou?" 

Os cerca de 9 milhões de cadastros confirmados até abril deste ano são registros recentes. No entanto, é importante reafirmar que em qualquer momento dos atendimentos realizados pelas equipes de saúde da atenção primária no SUS, o profissional de saúde tem a oportunidade de atualizar os dados de cadastro do usuário, incluindo as perguntas da Tria. Isso pode ser feito no acolhimento, nas consultas individuais, em visitas domiciliares, em atividades em grupo, na escola, durante o pré-natal, no acompanhamento de condicionalidades do Bolsa Família, entre outros. 

Para o domicílio considerado em risco de segurança alimentar, será feito o direcionamento para serviços e programas de Segurança Alimentar e Nutricional (SAN) disponíveis nos municípios. O objetivo é garantir a distribuição e o acesso à alimentação adequada e saudável, o fornecimento de cestas de alimentos, o acesso a bancos de alimentos, a cozinhas solidárias e comunitárias, a restaurantes populares e, por fim, a inclusão em programas de transferência de renda. 

Recomendações para os municípios
Para ter acesso ao campo da triagem, atualize as fichas de cadastro do usuário versão impressa e o prontuário 5.2.18. Ainda há municípios que fazem uso das fichas de cadastro físicas (em papel). Para esses, é necessário baixar a ficha mais atualizada. Já para os municípios que fazem uso do PEC, é preciso usar a versão mais recente. 

Consulte a versão mais atualizada do sistema

Renata Osório
Ministério da Saúde