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CAPACITAÇÃO
Segunda edição do Curso Mulheres na Gestão termina e deve inspirar novas iniciativas de capacitação
Orientadas por técnicos da Subsecretaria de Financiamento Externo (SUFIN/MPO), a dinâmica de grupo adotou uma abordagem de planejamento que integra avaliação, mensuração e acompanhamento de impacto. A partir dessa trilha, as participantes mapearam o contexto das intervenções, identificaram problemas a enfrentar, definiram objetivos e públicos envolvidos e organizaram possíveis soluções. O objetivo foi transformar ideias em projetos aptos a embasar pleitos consistentes, com foco em resultados e em mudanças verificáveis ao longo do tempo.
Os trabalhos apresentados trataram de assuntos alinhados aos objetivos estratégicos do PPA 2024–2027, como transformação e inclusão digital, mobilidade e desenvolvimento urbano, direitos humanos e proteção às mulheres. Em cada frente, as equipes buscaram definir com precisão objetivos e indicadores, de modo a tornar os projetos elegíveis a financiamentos externos e alinhados às prioridades locais.
“Trabalhamos em grupos com perfis diferentes, de municípios e estados distintos, mas com muitos pontos em comum. Primeiro, encaixamos as peças de um projeto já pronto. Isso ajudou, depois, a construir um pleito do zero. O tempo foi curto, pois era só a etapa inicial, mas já dá uma ótima noção de por onde começar ao voltar para nossos estados e municípios.”, afirmou Letícia do Carmo gestora no Estado do Maranhão.
Novos cursos
Segundo Felipe Caixeta, secretário adjunto de Assuntos Internacionais e Desenvolvimento do MPO, a experiência do curso foi tão boa que novas iniciativas como esta devem ocorrer no futuro, com formatos específicos para municípios fronteiriços e para projetos ligados à agenda ambiental. O secretário-adjunto ressaltou a importância de fazer o financiamento externo chegar a lugares onde ele é mais necessário.
Ao apontar barreiras e inércias que, muitas vezes, favorecem regiões já experientes no acesso a recursos, destacou que o financiamento não se resume ao aporte financeiro: envolve qualificação técnica e difusão de expertise, com efeitos que se replicam e melhoram a execução de políticas. Entre os sinais de amadurecimento, Caixeta mencionou o aumento das aprovações da Cofiex nos últimos anos.
“A gente tem visto bons resultados nesse sentido. Felizmente, a Cofiex tem aumentado bastante a sua média de aprovação aí nos últimos dois anos. A média era de US$5 bilhões por ano, cresceu para US$10 bilhões em 2023 e chegou a US$15 bilhões no ano passado. A gente espera não menos que isso para esse ano.”, disse.
Encerramento
Abrindo o momento final, Iara Cristina da Silva Alves compartilhou sua trajetória pessoal e profissional para sublinhar por que uma capacitação voltada à captação de recursos externos para mulheres na gestão pública cumpre função estratégica. A diretora também chamou atenção para a sub-representação feminina em postos de liderança, observando que a pauta de gênero não é específica nem ideológica, mas parte da agenda de igualdade, justiça social e direitos humanos.
“Quando a gente chega nesses lugares, a gente tem poder de decisão, a gente tem poder de definir rumos das políticas públicas. Então, um curso como esse, traz não só uma capacitação técnica, vai além disso. É uma conscientização de como a gente precisa com nossos projetos econômicos e financeiros olhar com uma perspectiva de gênero de como a gente vai trazer justiça social”, disse Iara.
Marcella Zub Centeno, diretora do CAF, segue a mesma linha de raciocínio e enfatizou a colaboração como fator decisivo para o sucesso tanto do curso quanto para superar barreiras. O curso, formatado ao longo de meses de dedicação, abre espaço para oportunidades de conhecimento e networking entre as participantes, com o propósito de capacitar mulheres para os cargos de liderança.
“Na América Latina, a porcentagem de prefeitas está perto de 15%. No Brasil, esse percentual é ainda menor. Não avançaremos em autonomia na tomada de decisões, participação efetiva e paridade sem a participação de todas vocês.”, afirmou e agradeceu as equipes envolvidas reforçando que este curso representa um ponto de partida para novas experiencias.
Expectativas superadas
Um curso que acolhe quem chegou do zero e saiu com um mapa do caminho. “Cheguei sem saber nada e saio daqui com noções dos caminhos a perseguir para pleitear financiamento externo. Sei que ainda há muita coisa. Como os próprios palestrantes disseram: a gente viu só uma parte e há um mundo por trás. Mas agora conseguimos visualizar quais caminhos devemos seguir”, comemorou Maira Andrade Lopes, representante da prefeitura de Vitória da Conquista (BA).
Também para aquela que já sabia, mas que agora tem ainda mais chance de ajudar o desenvolvimento regional. “Eu já trabalho com elaboração de projetos para captação junto a ministérios, mas precisava agregar ainda mais conhecimento nessa robustez para conseguir captar recursos no financiamento externo. Então saio daqui com uma bagagem muito boa para com certeza ajudar a desenvolver a cidade”, disse Catiuce Lima, do Fundação Social do Trabalho do Mato Grosso do Sul.
No fim, o que liga todas é a rede que se formou em busca de um país melhor. “Eu fiz bastante contatos aqui. Tive a oportunidade de nos primeiros dias dividir a mesa com gestoras do Centro-Oeste, mas também de outras realidades. E a gente percebe que, por mais que estejamos separados regionalmente, os problemas são os mesmos. A gente precisa juntar essa força. Estar próximas para dar uma a outra o apoio e a gente conseguir nesse curto, médio e longo prazo entregar boas propostas”, concluiu a gestora sul-mato-grossense.
Veja o vídeo do evento:
Confira imagens do evento:
1º Dia
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