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21 DIAS DE ATIVISMO
Em Brasília, Marcha das Mulheres Negras pauta bem viver, reparação histórica e fim das violências
Nesta terça-feira (25), a ministra das Mulheres, Márcia Lopes, participou da sessão solene na Câmara Federal em homenagem à Marcha das Mulheres Negras por Reparação e Bem Viver, realizada na Esplanada dos Ministérios, em Brasília. A mobilização tem como objetivo pautar direitos fundamentais para mulheres negras, como acesso à moradia, trabalho e segurança, além de reivindicar uma vida digna, livre de violências, com políticas de reparação histórica e garantia de bem viver.
“Em nome do Ministério das Mulheres, quero agradecer às mulheres negras que mantêm essa marcha viva nos territórios, nos movimentos, nas organizações, na academia, nos coletivos, nos quilombos, nas periferias e nas instituições. Sem vocês o Brasil não avança, e nós temos, sim, como já foi dito aqui, que radicalizar as nossas lutas para que nós enfrentemos o racismo. Nós queremos igualdade de gênero e igualdade racial”, declarou a ministra durante sua fala na Câmara.
Presente na sessão, a ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, falou sobre a importância da marcha em seu discurso. “A Marcha das Mulheres Negras de 2025 marca a reparação e o bem viver. Estamos aqui para dizer que sempre fomos, sempre seremos e sempre estaremos organizadas. Uma construção que vem muito antes de nós — por Marielle, por Benedita, por Carolina — por todas que abriram o caminho para que hoje a gente siga se fortalecendo”
Participaram também da sessão solene as ministras Margareth Menezes (Cultura) e Macaé Evaristo (Direitos Humanos e Cidadania), além das deputadas federais Talíria Petrone (PSOL-RJ), que abriu a sessão; e Jack Rocha (PT-ES), atual coordenadora da Bancada Feminina. Ao final da solenidade, ministras, parlamentares e demais participantes da sessão seguiram para a marcha na Esplanada dos Ministérios.
Segunda Marcha das Mulheres Negras
Passados dez anos da primeira edição da Marcha das Mulheres Negras, realizada em 18 de novembro de 2015, quando cerca de 100 mil mulheres negras de todo o país ocuparam as ruas contra o racismo, a violência doméstica e o feminicídio, uma nova edição do ato foi realizada neste 25 de novembro, data que também marca o Dia Internacional pelo Fim da Violência contra as Mulheres.
A marcha deste ano reforça a centralidade das mulheres negras na luta por direitos e pela transformação social, destacando a urgência de políticas públicas que promovam igualdade racial, combate às violências e reparação histórica. Organizada pelo Comitê Nacional da Marcha das Mulheres Negras, a mobilização reuniu representantes de movimentos sociais, coletivos, quilombolas, ribeirinhas, do campo, urbanas, periféricas, acadêmicas, artistas, trabalhadoras, meninas, mães, jovens e idosas.
"A nossa luta é pela reparação, é pela igualdade racial, é pela igualdade de gênero. São cerca de 10 milhões de meninas e mulheres por esse Brasil. Então, que essa marcha se estenda por todo o Brasil e por todo o planeta", declarou a ministra Márcia Lopes, ressaltando que as mulheres negras representam 28% da população.
21 Dias de Ativismo
O ato integra o calendário dos 21 Dias de Ativismo pelo Fim da Violência contra as Mulheres e do Racismo, campanha que se inicia em 20 de novembro, Dia Nacional da Consciência Negra, e segue até 10 de dezembro, Dia Nacional dos Direitos Humanos. A campanha chama atenção para todas as formas de violência – física, psicológica, sexual, moral, patrimonial, política, digital, entre outras – e para a necessidade de políticas integradas de prevenção, proteção às mulheres e responsabilização dos agressores.