Conheça as 10 ações integradas Mulheres e Clima
O Ministério das Mulheres estruturou um plano de trabalho com dez ações integradas, voltadas à incidência qualificada na agenda da COP30, com enfoque transversal na promoção da igualdade de gênero, na justiça climática e na valorização dos saberes e experiências das mulheres, em toda sua diversidade. Conheça cada uma das ações:
Ação 1 - Articulação Nacional Mulheres e Clima
Espaço permanente de diálogo entre representantes do Executivo, Legislativo, sociedade civil, organismos internacionais e movimentos sociais.
O objetivo é construir convergências, fortalecer redes e assegurar que as políticas climáticas brasileiras reflitam as experiências e demandas das mulheres em seus diversos territórios.
Por meio dessa articulação, o Ministério das Mulheres estabelece um canal contínuo de cooperação e escuta ativa, estimulando a integração de agendas, a formulação conjunta de políticas e a ampliação da presença das mulheres nos processos decisórios sobre clima, desenvolvimento sustentável e transição justa.
Ação 2 - Diplomacia Popular: Emergência Climática, Territórios e Gênero
Formação de 100 lideranças de grupos de base em gênero, clima e territórios, com ênfase em mulheres, juventudes e povos tradicionais.
Fruto de parceria entre o Ministério das Mulheres, por meio da Secretaria Nacional de Articulação Institucional, Ações Temáticas e Participação Política (Senatp), o Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima e a Universidade de Brasília (UnB), a ação funciona como ponte entre iniciativas de base e os espaços formais de negociação climática, ampliando a legitimidade, a voz e a representatividade desses grupos.
A primeira turma do curso de formação teve início em agosto de 2025 e está prevista para conclusão em outubro de 2025.
Ação 3 - Estratégia Transversal Mulheres e Clima – Plano Clima (2025–2035)
Instrumento orientador da política climática brasileira sob perspectiva de gênero, com ações voltadas à mitigação, adaptação e resiliência.
A primeira versão do documento foi entregue ao Grupo de Trabalho de Transição Justa, do Plano Clima, marcando o início de um processo de debates e aprimoramento técnico. As discussões e validações da proposta estão sendo conduzidas no âmbito do Subgrupo Mulheres e Clima, em reuniões que consolidam contribuições de diferentes ministérios, especialistas e organizações da sociedade civil.
A versão final da Estratégia Mulheres e Clima será submetida à consulta pública na plataforma Brasil Participativo, ampliando a escuta social e o diálogo federativo antes de sua entrega oficial à sociedade. As próximas etapas incluem a formação de gestoras estaduais de políticas para as mulheres para elaboração de planos locais de adaptação, mitigação e prevenção com enfoque de gênero, além da mobilização interministerial para incorporar indicadores desagregados por gênero nas revisões do Plano Clima e do Plano Plurianual (PPA).
A ação conta com a parceria do Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima, da WRI Brasil e da GIZ (Agência Alemã de Cooperação Internacional).
Ação 4 - Justiça Climática na 5ª Conferência Nacional de Políticas para as Mulheres
Integração da agenda de gênero e clima no principal espaço nacional de debate sobre políticas para as mulheres.
Durante a 5ª Conferência Nacional de Políticas para as Mulheres (5ª CNPM), realizada entre 29 de setembro e 1º de outubro de 2025, o Ministério das Mulheres consolidou as discussões sobre gênero, clima e território por meio da Tenda Mulheres e Clima, em parceria com a GIZ, ONU Mulheres, Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA) e Comissão Interamericana de Mulheres (CIM/OEA).
Com atividades culturais, rodas de conversa, lançamento de cartilha e exibição de vídeos, o espaço reafirmou o protagonismo das mulheres na luta por uma transição justa e inspirou novas redes de cooperação rumo à COP30.
Ação 5 - Preparatórias para a Pré-COP 30
Etapa estratégica de articulação e incidência política nacional e internacional, com o objetivo de consolidar a presença e o protagonismo das mulheres na COP30.
As preparatórias reúnem uma ampla rede de parceiros institucionais e organizações da sociedade civil, incluindo o UNFPA, a Secretaria Nacional de Juventude (SG/PR), redes de mulheres latino-americanas, universidades e movimentos territoriais, em debates e formações voltados à participação política, equidade de gênero, geração de renda e sustentabilidade.
Entre os destaques estão as iniciativas de formação de delegações femininas e jovens, o diálogo com as negociadoras da AILAC+ (Associação Independente da América Latina e do Caribe) e o encontro das quebradeiras de coco babaçu em Imperatriz (MA), que simboliza o diálogo entre saberes tradicionais e ação climática. Essas ações fortalecem capacidades, criam alianças e projetam o protagonismo das mulheres brasileiras rumo à COP30.
Ação 6 - COP30
Atuação estruturada nos espaços oficiais (Zona Azul) e da sociedade civil (Zona Verde), com o eixo Mulheres e Clima como diretriz transversal da presença brasileira.
A participação do Ministério das Mulheres durante a COP30, que será realizada em Belém (PA), de 10 a 21 de novembro de 2025, reforça o compromisso do Governo do Brasil em colocar a igualdade de gênero e a justiça climática no centro da agenda global, ampliando a visibilidade das políticas públicas e das iniciativas lideradas por mulheres.
A programação reunirá uma ampla rede de parceiros institucionais como o Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania (MDHC), Banco do Brasil, SEBRAE, ABM, ONU Mulheres, Escritório das Nações Unidas para Redução de Risco de Desastres (UNDRR) e GIZ, em debates voltados à construção de uma transição justa e inclusiva. Entre os temas em destaque estão financiamento climático com equidade de gênero, empreendedorismo feminino sustentável, cidades inclusivas, justiça ambiental, trabalho e política de cuidado, além da proteção dos direitos das mulheres em contextos de emergência climática e desastres.
Ação 7 - Dia de Gênero (Gender Day) da COP30
Atuação no dia oficial da COP30 dedicado à transversalização das agendas de gênero e clima, fortalecendo a presença das mulheres como protagonistas da ação climática global.
O Gender Day da COP30 reafirma o papel das mulheres como agentes centrais na construção de soluções sustentáveis e na promoção da justiça climática. Previsto para ocorrer nos dias 19 e 20 de novembro de 2025, o evento será realizado em articulação com o Dia Internacional de Luta contra o Racismo e a Discriminação Racial Afrodescendente, evidenciando a interseção entre gênero, raça e justiça climática como pilares da governança ambiental global.
A ação integra os Dias Temáticos da COP30, concebidos como espaços de colaboração multissetorial voltados à implementação de soluções concretas e à aceleração dos compromissos assumidos no âmbito do Acordo de Paris. Inspirado pelos resultados do primeiro Global Stocktake, a iniciativa busca transformar a conferência em uma plataforma global de inovação, cooperação e compromisso, reunindo governos, movimentos sociais, setor privado e academia em torno da construção de políticas inclusivas, equitativas e sensíveis a gênero.
Ação 8 - Fortalecimento do Plano de Ação de Gênero (GAP/UNFCCC)
Contribuição brasileira à revisão do Gender Action Plan (GAP), destacando vulnerabilidades interseccionais e o financiamento sensível a gênero.
O fortalecimento do Plano de Ação de Gênero (GAP) da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre a Mudança do Clima ((UNFCCC, na sigla em inglês) é a contribuição do Brasil ao debate global sobre igualdade nas políticas climáticas. Por meio do Ministério das Relações Exteriores, e com contribuições do Ministério das Mulheres, o Governo do Brasil atua para que o novo ciclo do GAP incorpore vulnerabilidades interseccionais e promova mecanismos de financiamento sensíveis a gênero.
Essa ação reforça a participação ativa do Brasil nas negociações multilaterais, contribuindo para a formulação de diretrizes que reconheçam o papel das mulheres na adaptação, mitigação e governança climática. Assim, o país se posiciona como liderança internacional na defesa da justiça de gênero no âmbito da UNFCCC.
Ação 9 - Internacionalização da Agenda de Gênero e Clima
Posicionamento estratégico do Brasil como referência internacional em justiça climática com equidade de gênero, ampliando alianças multilaterais e incidência global.
A ação reforça o compromisso do país em defender a integração entre igualdade de gênero, sustentabilidade e desenvolvimento social como pilares da agenda climática internacional.
Nesse contexto, o Brasil tem atuado de forma articulada em espaços como o G20, BRICS, MERCOSUL, ONU e CEPAL, contribuindo para que a dimensão de gênero seja incorporada aos acordos e declarações multilaterais sobre clima..
O Brasil tem fortalecido alianças com organismos multilaterais e redes feministas globais para promover o intercâmbio de experiências e o acesso a financiamento para iniciativas lideradas por mulheres. Essa atuação amplia a incidência internacional do país e consolida sua imagem como referência na integração entre igualdade de gênero, sustentabilidade e justiça climática.
10. Plano de Aceleração de Solução (PAS) | COP30
Elaboração de protocolo internacional para o fortalecimento dos direitos das mulheres em situações de emergências climáticas e desastres ambientais.
O Plano de Aceleração de Solução (PAS) representa a principal contribuição do Brasil à Agenda de Ação da Presidência da COP30, por meio da elaboração de um protocolo internacional para o fortalecimento dos direitos das mulheres em situações de emergências climáticas e desastres ambientais.
A iniciativa inédita propõe incorporar de forma estruturada a perspectiva de gênero em todas as etapas da gestão de crises climáticas — prevenção, resposta e reconstrução — garantindo que políticas, planos e investimentos considerem as desigualdades que afetam de maneira desproporcional as mulheres em contextos de desastres ambientais.
O protocolo organiza-se em quatro eixos centrais: 1) produção e uso de dados desagregados por gênero, raça e etnia; 2) prevenção e enfrentamento à violência de gênero; 3) promoção da autonomia econômica e reorganização do trabalho de cuidado; e 4) financiamento de iniciativas de resiliência climática lideradas por mulheres.
Elaborado em parceria com a ONU Mulheres, o Escritório das Nações Unidas para a Redução do Risco de Desastres (UNDRR) e a GIZ, o protocolo busca consolidar um marco internacional de referência, posicionando o Brasil como país pioneiro na construção de respostas climáticas centradas na igualdade, na justiça e no cuidado.