Comitê da Enimpacto avalia plano de ação nesta quinta, com presença de Muhammad Yunus

A primeira reunião do Comitê da Estratégia Nacional de Economia de Impacto (Enimpacto), nesta quinta-feira (19), às 14h, terá a tarefa de analisar a proposta de plano de ação para os próximos 10 anos que seguirá para consulta pública.  O evento contará com a presença do economista de Bangladesh, Muhammad Yunus, ganhador do Prêmio Nobel da Paz de 2006.

O Plano Decenal da Enimpacto é um conjunto de ações pensadas para promover o aumento de investimentos públicos e privados em empreendimentos com foco na solução de problemas sociais e ambientais.

Yunus, premiado pela criação do Grameen Bank — instituição especializada na concessão de microcréditos para pessoas de baixa renda —, está no Brasil para uma agenda voltada a temas de seu interesse, como o combate à pobreza e a crise climática. A Yunus Negócios Sociais, co-fundada pelo economista, é uma das integrantes do comitê da Enimpacto, que tem o objetivo de encontrar soluções para a ampliação dos investimentos em empreendimentos que tenham foco na solução de problemas sociais e ambientais.

*A reunião será aberta para imagens às 14h. Às 15h, o secretário de Economia Verde do MDIC, Rodrigo Rollemberg, e o economista Muhammad Yunus estarão disponíveis para conversar com a imprensa.

Enimpacto

A economia de impacto é um ramo de atividades caracterizadas pelo equilíbrio entre a busca de resultados financeiros e a promoção de soluções para problemas sociais e ambientais. A Enimpacto foi estabelecida pelo Decreto Presidencial nº 11.646, de 17 de agosto de 2023.

 As atividades de impacto estimulam empreendimentos com efeitos positivos para a regeneração, restauração e renovação dos recursos naturais. Promove, também, a inclusão de comunidades para tornar o sistema econômico mais equitativo.

A estratégia envolve órgãos e entidades da administração pública federal, do setor privado e da sociedade civil na promoção de um ambiente favorável à economia de impacto. Os exemplos bem-sucedidos nesse campo incluem projetos de financiamento de cooperativas de agricultores para recuperação de áreas degradadas, com retornos financeiros no mercado de carbono para os investidores, e a reforma de moradias para comunidades de baixa renda implementada por negócios inovadores.

Nas projeções do Plano Decenal, as ações de impacto têm potencial para proporcionar 12,5 mil negócios até 2032.

Nobel da Paz

 Muhammad Yunus, 83 anos, cursou economia em Bangladesh e concluiu os estudos nos Estados Unidos. Criador do conceito de microcrédito, fundou o Grameen Bank, instituição criada para conceder recursos a pessoas de baixa renda, especialmente para as mulheres, e se tornou conhecido como “banqueiro dos pobres”. As experiências de Yunus se tornaram referência em outros países. Bem-sucedidas na redução das desigualdades, as iniciativas de Yunus se tornaram referência em muitos outros países e lhe renderam o Prêmio Nobel da Paz.

Comitê

Órgão consultivo, o Comitê de Economia de Impacto tem a atribuição de propor, monitorar, avaliar e articular a implantação da Enimpacto. É composto por 50 integrantes, sendo 25 indicados por órgãos de governo e outros 25 representantes da sociedade civil. O Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC) coordena a estratégia, representado pela Secretaria de Economia Verde (SEV), Descarbonização e Bioindústria, com participação do Departamento de Novas Economias.

Participam do Comitê os seguintes órgãos públicos: MDIC, Casa Civil da Presidência da República; Ciência, Tecnologia e Inovação; Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome; Educação; Fazenda; Gestão e da Inovação em Serviços Públicos; Meio Ambiente e Mudança do Clima; Planejamento e Orçamento; Relações Exteriores; Trabalho e Emprego; Secretaria de Relações Institucionais da Presidência da República; Secretaria-Geral da Presidência da República; além de instituições como Banco da Amazônia, Banco do Brasil, Banco Central do Brasil, BNDES, Banco do Nordeste do Brasil, Caixa Econômica Federal, Comissão de Valores Mobiliários - CVM, Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico - CNPq, Embrapii, Finep, ApexBrasil, Sebrae.

O setor privado é representado por organizações da sociedade civil, organismos multilaterais e associações representativas de estados e municípios.