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AGRICULTURA FAMILIAR
Tebet reforça defesa da agricultura familiar e da reforma agrária em visita a Campo Grande
A ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet, defendeu a agricultura familiar e a reforma agrária durante cerimônia realizada nesta segunda-feira (22/9), na Assembleia Legislativa do Mato Grosso do Sul (ALEMS), em Campo Grande. O evento reuniu lideranças políticas, movimentos sociais e mais de mil pessoas que acompanharam a solenidade no plenário e por telões instalados no local.
A agenda incluiu a entrega de títulos de domínio a famílias assentadas, contratos de crédito e concessão de uso a comunidades indígenas e quilombolas, além de selos de certificação para a produção desses povos. Também foram anunciados investimentos de R$ 32 milhões para fomentar a agricultura familiar no estado.
“Quem coloca comida na mesa do povo brasileiro não sou eu, não é o agronegócio. Quem coloca feijão, batata, mandioca, legumes e verduras no prato das nossas crianças e trabalhadores é a agricultura familiar. Não é motivo de vergonha, é motivo de orgulho”, disse a ministra, que também enfatizou o papel do povo brasileiro na construção democrática e a importância da união entre diferentes regiões e setores da sociedade.
Quando subiu à tribuna, a ministra agradeceu a presença e o empenho de todos e fez questão de salientar o papel desempenhado por Fernanda Machiaveli, secretária-executiva do Ministério do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar (MDA). “Ela está com sangue nos olhos quando se fala em assentamento e reforma agrária” disse Tebet. “Enquanto tiver uma criança debaixo da lona, nós vamos estar lutando pela reforma agrária”, afirmou, por sua vez, Machiaveli.
Durante a cerimônia, foram assinados e entregues:
● Títulos de domínio definitivos para famílias assentadas em diferentes municípios do estado;
● Contratos de crédito modalidade Fomento Mulher, no valor de R$ 4 milhões, para apoiar a produção e comercialização de produtos agrícolas;
● Contratos de Concessão de Uso (CCU) para famílias quilombolas e indígenas;
● Acordo de cooperação técnica entre o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (INCRA) e o município de Itaquiraí;
● Selo Quilombos do Brasil e Selo Indígena do Brasil, para certificar a produção e comercialização de produtos quilombolas e indígenas.
Investimentos e ações sociais
A cerimônia também destacou investimentos no estado, incluindo R$ 32 milhões em recursos para fomentar a agricultura familiar e ações de apoio direto às comunidades. Segundo a ministra, a reforma agrária não deve ser encarada como bandeira de um só partido político e que é importante o posicionamento de todos nesta pauta.
“Não é só a esquerda que deve falar sobre esse assunto. A direita também precisa falar, o centro também. Basta olhar a experiência de países da Europa e dos Estados Unidos, onde áreas de reforma agrária chegam a 40% da produção de alimentos. Lá, como aqui, são os pequenos que produzem aquilo que o grande produtor não tem interesse em plantar, porque não dá lucro. É com diálogo, paciência e responsabilidade que vamos avançar”, pontuou.
Tebet defendeu que o Brasil siga aberto a novos mercados internacionais e citou as negociações com China e Índia como exemplo. Ela, porém, reforçou que o setor produtivo precisa caminhar de forma equilibrada entre grandes exportadores e pequenos agricultores. “O agronegócio é importante para a balança comercial e para segurar o dólar, mas é a agricultura familiar que garante o alimento acessível na mesa dos brasileiros. Precisamos dos dois, em harmonia”, destacou.