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PLANEJAMENTO
Brasil apresenta sua estratégia de Justiça Intergeracional na ESPAS Annual Conference, principal encontro de prospectiva da União Europeia
A Secretária Nacional de Planejamento do Ministério do Planejamento e Orçamento, Virgínia de Ângelis, participou virtualmente, nesta quinta-feira (13/11), do painel “Justiça Intergeracional: Como entregar um futuro mais justo para todos?" na Conferência Anual do Sistema Europeu de Estratégia e Análise de Políticas (ESPAS Annual Conference) 2025, realizada em Bruxelas e coorganizada pela Comissão Europeia e pelo Parlamento Europeu.
A Conferência é um dos mais importantes fóruns europeus de prospectiva estratégica. O evento reúne líderes políticos, especialistas, pesquisadores, representantes da sociedade civil e formuladores de políticas públicas de diversos países. Em sua 12ª edição, a conferência de 2025 ocorre em um momento de grande incerteza global, marcado por crises simultâneas, rápidas transformações tecnológicas e novas pressões geopolíticas. Nesse contexto, o encontro busca orientar a reflexão sobre os caminhos possíveis para a Europa até 2040.
Os debates abordam temas centrais para o futuro do continente, como o papel das tecnologias transformadoras, especialmente a inteligência artificial, a posição da União Europeia diante de uma nova ordem internacional, o fortalecimento da democracia frente à desinformação e ao autoritarismo, e a construção de uma nova agenda de Justiça Intergeracional.
A Secretária Virgínia de Ângelis participou do painel “Justiça Intergeracional: Como entregar um futuro mais justo para todas e todos?” e apresentou a experiência brasileira na reconstrução do planejamento governamental como função essencial para integrar urgências, reparar passivos históricos e antecipar desafios futuros. Ela destacou os quatro pilares que têm orientado o trabalho do Ministério do Planejamento e Orçamento desde 2023: i) análise prospectiva e uso intensivo de evidências; ii) foco em entregas e resultados para a sociedade; iii) fortalecimento da participação social; e iv) coordenação e articulação multinível.

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A secretária apresentou como esses pilares orientaram tanto a formulação do PPA 2024–2027, que contou com participação social inédita – mais de 1,4 milhão de contribuições – quanto da Estratégia Brasil 2050, cuja construção envolveu diretamente mais de 5 mil pessoas e mais de 130 instituições governamentais e não governamentais. Segundo ela, “a participação social não apenas legitima os instrumentos de planejamento, mas lhes confere força política, funcionando como uma âncora para sua continuidade ao longo dos ciclos governamentais”.
De Ângelis destacou ainda a importância do engajamento de adolescentes e jovens nas discussões sobre futuro, especialmente em temas como mudanças climáticas, digitalização, educação e justiça social. “Temos o desafio de resgatar a esperança da juventude em relação ao futuro. Seu engajamento assegura que as gerações futuras não sejam apenas beneficiárias das decisões, mas protagonistas de sua construção”, afirmou.
A Secretária ressaltou que decisões públicas devem ser planejadas para garantir que urgência, inclusão, equidade e preparação para o futuro caminhem juntas, em uma mudança de modelo mental que transforma o planejamento governamental em uma ferramenta estratégica para a justiça intergeracional.
Ao participar da ESPAS Annual Conference, o Brasil, por meio da Secretaria Nacional de Planejamento, reafirma seu compromisso com o diálogo internacional e com a construção de políticas públicas orientadas por evidências, participação social e visão de futuro. A presença do Brasil no principal fórum de foresight da União Europeia reforça a centralidade do planejamento governamental na promoção de um desenvolvimento sustentável, inclusivo e justo para todas as gerações.