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PLANEJAMENTO
Maranhão recebe Diálogos para a Estratégia Brasil 2050, e secretária destaca urgência de planejamento de longo prazo
A secretária Nacional de Planejamento do Ministério do Planejamento e Orçamento (MPO), Virgínia de Ângelis, defendeu nesta sexta-feira (23/5) a urgência da adoção de um planejamento de longo prazo, a fim de que o Brasil possa se preparar para os desafios que tem pela frente. “A gente não vai achar que a gente vai chegar lá e vai conseguir resolver se a gente não se preparar”, afirmou, durante a abertura dos Diálogos para a Construção da Estratégia Brasil 2050, em São Luís, no Maranhão.
Representando a ministra Simone Tebet, a secretária reforçou que o Brasil enfrenta desafios urgentes — das mudanças climáticas ao envelhecimento populacional, passando pela transformação tecnológica — que exigem respostas desde já. “A gente está construindo hoje, com cada decisão que é tomada, com cada real que é investido, esse país do futuro”, observou.
União como chave
A construção da Estratégia Brasil 2050, segundo Virgínia, será ancorada em três eixos — social, econômico e ambiental —, além do fortalecimento das capacidades estatais e da democracia. Ela destacou que o sucesso da Estratégia depende de um pacto nacional, capaz de mobilizar governos, parlamento, setor privado e sociedade. “Os desafios que o nosso país tem não se resolvem nem somente por um setor, nem só pelo setor público, nem só pelo setor privado e nem somente um mandato. Por isso, é importante essa união de esforços institucionais, mas, sobretudo, a gente andar de mãos dadas com o setor privado”, defendeu.
Virgínia alertou para riscos como insegurança hídrica e energética, perda de competitividade, envelhecimento da população e baixo crescimento econômico. Além disso, destacou a necessidade de qualificar a população, citando estudos que mostram a possibilidade de dobrar o PIB per capita até 2050, desde que a escolaridade média chegue a 13,5 anos.
“As pessoas precisam passar pelo menos 13 anos e meio de escolaridade, mas as projeções do estudo de transição demográfica mostram que a gente alcança 12 anos e meio em 2060. Então, a gente precisa agora, urgentemente, investir em políticas de qualidade da educação e de permanência de estudantes na escola, de formação e capacitação de mão de obra”, enfatizou.
Futuro sustentável
O secretário de Estado do Planejamento e Orçamento do Maranhão, Vinícius Ferro, que representou o governador Carlos Brandão, reforçou o chamado para que o planejamento de longo prazo entre de vez na cultura da gestão pública brasileira. “Pensar no Brasil daqui a 25 anos é pensar em uma nova geração, é pensar em benefícios para a nossa população. Acreditamos que precisamos demandar esforços para resolver o presente. Mas, sobretudo, precisamos garantir também o futuro”, destacou.
Ferro citou a indústria privada como exemplo de compromisso com o planejamento estratégico e lembrou que o Maranhão já vem trilhando esse caminho, com o Plano Maranhão 2050 em construção, não pensando apenas em um ciclo de governo, mas em um projeto de Estado.
Ferro também reforçou que o Brasil só avança se ouvir seus territórios e respeitar as diferentes realidades regionais. Ele entende que é preciso “conversar com os estados” para que a diversidade seja levada em conta num plano nacional. “O Brasil não vai avançar se ele não conversar com os estados. E aí a importância desse diálogo. Porque cada região do país tem uma diversidade diferente”, pontuou.
Contribuições
O Maranhão é o 11º estado a receber os Diálogos para a Construção da Estratégia Brasil 2050. A proposta é coletar contribuições para a Estratégia Brasil 2050, documento que definirá a visão de desenvolvimento sustentável de longo prazo do país. As contribuições colhidas nos seminários regionais serão sistematizadas e encaminhadas à consulta pública, aberta até o fim deste mês. A previsão é que a Estratégia Brasil 2050 seja consolidada até o segundo semestre deste ano.
Também participaram do evento em São Luís o desembargador Raimundo Nonato Neris, do Tribunal de Justiça do Maranhão; a procuradora de Justiça Mariléa Campos, do Ministério Público estadual; o reitor do Instituto Federal do Maranhão, professor Carlos Cesar Teixeira; o reitor da Universidade Estadual (Uema), professor Walter Canales; o presidente do Conselho Deliberativo do Sebrae-MA, Celso Gonçalo; o Vice-Presidente Executivo da Federação das Indústrias (Fiema), Luiz Fernando Coimbra Renner; e o secretário-geral do Tribunal de Contas do Maranhão, Marcelo Chaves.
