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Durante Reunião Anual, Banco Africano de Desenvolvimento (BAD) elege ex-ministro de Finanças da Mauritânia, Sidi Ould Tah, como novo presidente
O Banco Africano de Desenvolvimento - BAD encerrou neste domingo (1º/6) a sua 60ª Reunião Anual em Abidjan, Costa do Marfim. O encontro teve início na última terça-feira (24/5) e teve como destaque a eleição de um novo presidente para a instituição. Após 10 anos à frente do Banco, o nigeriano Akinwumi Adesina passa o cargo para Sidi Ould Tah, da Mauritânia. Ex-Ministro de Assuntos Econômicos e Finanças da Mauritânia, Tah também já ocupou cargos de liderança em outras instituições multilaterais, como o Banco Árabe para o Desenvolvimento Econômico da África (BADEA). Ele assumirá o cargo em 1º de setembro de 2025, para um mandato de cinco anos.
Com o tema “Making Africa’s Capital Work Better for Africa’s Development” (Fazendo o capital da África trabalhar melhor pelo desenvolvimento da África, em tradução livre), o encontro contou com participação de mais de 5 mil representantes, com destaque para a presença de diversos chefes de Estado e do governo da região. Em paralelo ao Encontro Anual, ocorreu também a 51ª Reunião do Fundo Africano de Desenvolvimento (FAD), braço concessional do Grupo BAD voltados aos países mais pobres da região. Durante o período também foi realizada a 2ª Reunião de Recomposição do 17º ciclo do FAD.
O Brasil é membro não-mutuário do BAD desde 1983 e do FAD desde 1982, na condição de membro extrarregional, com participação no capital do BAD de 0,15%. Atualmente, integra, na governança do Banco, o Grupo de Países (Constituency) nº 18, formado por Arábia Saudita, Argentina, Áustria e Japão. O Ministério do Planejamento e Orçamento representa o país junto à Instituição. O secretário Adjunto Interino de Assuntos Internacionais e Desenvolvimento do MPO, Felipe Caixeta, participou da Reunião e avaliou que o encontro foi bastante positivo. A delegação brasileira contou ainda com represente da área de comércio exterior do BNDES.
“O Encontro Anual é um ocasião relevante para a governança do banco e a troca de conhecimento, permitindo avaliar os progressos e dar direcionamentos estratégicos, além de ser oportunidade ímpar para conexões com os mais importantes atores e temas na área de financiamento para o desenvolvimento no continente. Este ano, em especial, para o Brasil, ocorre em um contexto no qual o País está estreitando as relações e aprofundando sua colaboração com o continente africano", avalia Caixeta.
Além da eleição do novo presidente, houve debates e avanços em temas estratégicos da instituição, com destaque para Mobilização de Capital e as iniciativas voltadas à grande população jovem do continente. Às margens do encontro, o Brasil participou também de reunião do Compacto Lusófono, parceria entre o BAD, Brasil, Portugal e os Países Africanos de Língua Portuguesa (PALOPs) para promover oportunidades de negócios entre os setores privados dos membros, por meio de apoio financeiro e de assistência técnica. Foram realizados também encontros com Ministros de Economia e Planejamento da República Centro-Africana, da Zâmbia e do Senegal.
Como parte da programação, houve também reunião do Comitê Diretor do African Legal Support Facility (ALSF), organização internacional que presta apoio legal especializado a países africanos, com o objetivo de fortalecer a sua capacidade para negociar transações comerciais complexas, lidar com litígios de credores externos e desenvolver capacidade institucional na área.
Eleição
Após 10 anos à frente da instituição, o nigeriano Akinwumi Adesina passará o cargo para Sidi Ould Tah, da Mauritânia. Ex-Ministro de Assuntos Econômicos e Finanças da Mauritânia, Tah ocupou altos cargos em instituições multilaterais. Tah assumirá o cargo em 1º de setembro de 2025, para um mandato de cinco anos.
O novo presidente possui mais de 35 anos de experiência em finanças africanas e internacionais. Ele atuou como presidente do Banco Árabe para o Desenvolvimento Econômico na África (BADEA) por 10 anos a partir de 2015. Dirigindo-se aos governadores do Banco e à mídia logo após o anúncio, Tah afirmou "Vamos trabalhar agora, estou pronto". O processo eleitoral contou com 5 candidatos nomeados por África do Sul, Chade, Mauritânia, Senegal e Zâmbia.
Saiba mais sobre o Banco
Criado para promover os esforços de desenvolvimento econômico e social no continente, o Grupo Banco Africano de Desenvolvimento (AfDB) compreende três entidades: o Banco Africano de Desenvolvimento, que é a instituição original, criada na sequência de um acordo assinado por 23 Estados membros fundadores, a 14 de agosto de 1963 em Cartum, Sudão.
A reunião inaugural do Conselho de Governadores do Banco ocorreu em 1964 em Lagos, na Nigéria, e a sede foi inaugurada em Abidjan, Costa do Marfim, em 1965. As operações do Banco tiveram início em 1º de julho de 1966.
O grupo inclui duas entidades concessionárias - o Fundo Africano de Desenvolvimento (FAD/ADF), criado em 29 de novembro de 1972 pelo Banco Africano de Desenvolvimento e 13 países não africanos; e o Fundo Fiduciário da Nigéria (NTF), criado em 1976 pelo Governo Federal da Nigéria. O grupo do AfDB é composto por 54 países africanos e 27 países não africanos. Em dezembro de 2024, o BAD contava com carteira de mais de US$ 32,6 bilhões em empréstimos ativos.