Planejamento e Infra S.A firmam acordo para fortalecer conexão do Brasil com países vizinhos

O desenvolvimento de estudos aprofundados sobre as rotas que conectam o Brasil a todos os outros países da América do Sul é o principal objetivo da parceria firmada nesta sexta-feira (18), em Brasília, entre o Ministério do Planejamento e Orçamento e a Infra S.A. O acordo prevê o mapeamento da infraestrutura já existente como rodovias, ferrovias, hidrovias e terminais intermodais e a análise do que ainda precisa ser feito para tirar do papel rotas estratégicas entre o Brasil e os países da América do Sul.

O secretário de Articulação Institucional, João Villaverde, representando a ministra Simone Tebet, celebrou a conclusão da primeira etapa que culminou na assinatura do Memorando de Intenções e destacou um dos propósitos do trabalho que é estimular o comércio intrarregional na América do Sul e o multilateralismo. “O que estamos prestes a começar aqui é estudar, com a inteligência da Infra S.A., o que pode ser feito à luz do que já tem de infraestrutura instalada no nosso país com o indicativo de integração. A defesa do multilateralismo é boa para o Brasil comercializar com todo mundo. Reduz custo de produção, aumenta salário, aumenta renda e traz novas ideias”, destacou o secretário.

Atualmente, o comércio intrarregional latino-americano está em 15%, muito abaixo do estabelecido em outras regiões. América do Norte é da ordem de 40%, na Ásia é de 58% e na Europa é de 62%.

O projeto inclui a identificação dos segmentos da economia que mais se beneficiarão com essas conexões, os custos envolvidos e as intervenções necessárias para viabilizar as novas ligações logísticas.

“O projeto de rotas de integração sul-americana tem sido um projeto estruturante, que tem estimulado debates no âmbito da rede sul-americana de infraestrutura, que foi criada por iniciativa, no contexto da implementação do Conselho de Brasília, resultado da reunião de presidentes da América do Sul, em maio de 2023, por iniciativa do presidente Lula, que deu início à retomada desse diálogo, em temas de interesse para a região”, destacou a embaixadora Daniela Benjamin, diretora do Departamento de Integração Regional do Ministério das Relações Exteriores.

Os traçados selecionados para o estudo foram definidos a partir do projeto Rotas de Integração Sul-Americana por parte da Secretaria de Articulação Institucional (SEAI) do MPO. São elas: Rota 1 - a Ilha das Guianas; Rota 2 - Amazônica; Rota 3 - Quadrante Rondon; Rota 4 - Bioceânica de Capricórnio; e Rota 5 - Bioceânica do Sul.

Esse esforço se soma à parceria firmada no início do mês com a China para a realização de estudos sobre o Corredor Ferroviário Bioceânico. A iniciativa busca ampliar as possibilidades logísticas entre o Brasil e os mercados da Ásia via Oceano Pacífico.

O diretor presidente da Infra S.A., Jorge Bastos reforçou a importância do acordo e afirmou que a Infra S.A. tem condições de auxiliar o MPO no Plano Nacional de Logística. “Estamos fazendo esse acordo com o objetivo de compreender as rotas que unem o Brasil, hoje mais com os países da América do Sul, identificar gargalos, desenvolver soluções que viabilizem as ligações logísticas para promover o desenvolvimento regional e ampliar a competitividade entre os nossos países”, destacou.

Juntas, as ações reforçam a competitividade da economia brasileira, contribuem para a redução dos custos logísticos e fortalecem no Brasil o vetor d integração sul-americana, promovendo desenvolvimento regional equilibrado e maior conexão entre os países do continente.

Plataforma digital vai reunir dados sobre infraestrutura na América do Sul

Outro eixo importante do acordo é a criação do Observatório Regional de Infraestrutura Sul-Americana, uma plataforma digital de acesso público que reunirá informações padronizadas e atualizadas sobre transporte e logística na América do Sul.

Os dados serão produzidos a partir dos estudos técnicos desenvolvidos na parceria e vão subsidiar políticas públicas, orientar o planejamento de ações, ajudar na definição de prioridades de investimento, no acompanhamento de projetos e no monitoramento das cadeias logísticas em diferentes regiões do continente.