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Ministério da Igualdade Racial participa de Workshop no 15º Fórum da Internet do Brasil
Foto: Renan Vieira/Assessoria FIB
O Ministério da Igualdade Racial (MIR) finalizou, nesta quinta-feira (29), sua participação no 15o Fórum da Internet do Brasil (FIB15), que acontece em Salvador (BA). A coordenadora-geral de Imprensa da Assessoria Especial de Comunicação do MIR, Thaíse Torres, moderou o workshop "Combate ao Racismo e Promoção da Igualdade Racial nas Plataformas Digitais"
Com participação de Nina Santos, secretária-adjunta de Políticas Digitais da Secretaria de Comunicação da Presidência da República (Secom/PR); Ellen Guerra, coordenadora de projetos do Aláfia Lab; Taís Oliveira, fundadora e diretora-executiva do Instituto Sumaúma; e relatoria de David Alamansa, diretor do Departamento de Direitos na Rede e Educação Midiática, o encontro refletiu sobre como trabalhar em direção ao objetivo único de produzir coletivamente recomendações e estratégias para garantir um ambiente digital inclusivo.
Ao longo do evento, Nina Santos trouxe a visão da Secretaria de Políticas Digitais sobre o racismo e seu combate nas plataformas, bem como ações para promoção do jornalismo periférico. Ela lembrou o lançamento da Incubadora de Soluções para Jornalismo com foco em mídias negras, periféricas e independentes, na última segunda-feira (26) , uma ação conjunta entre MIR e Secom, primeira grande entrega do Plano de Comunicação pela Igualdade Racial (PCIR).
Desdobramento dos esforços do Grupo de Trabalho Interministerial, liderado por MIR e SEcom, a publicação do PCIR foi precedida pelo Webinário "Racismo na Internet: evidências para formulação de políticas digitais", lembrado pela moderadora. O documento caminha ao encontro dos dados compartilhados por Taís Oliveira e Ellen Guerra, demonstrando o alinhamento dos esforços relatados pelas representantes governamentais e do terceiro setor.
Taís Oliveira falou sobre tecnologias e proteção de pessoas negras na rede ao trazer as vivências e desafios dos comunicadores negros no ambiente digital. Ela abordou, ainda, o tema da inteligência artificial e discriminação racial no Brasil, enfatizando a necessidade de políticas de Estado, não de governo, para que o tema do antirracismo possa ser perene.
Já Ellen Guerra compartilhou os principais achados do relatório antirracista nas redes, produzido pelo Aláfia Lab. Ela trouxe as características pelas quais o racismo se manifesta nas redes digitais, ressaltando o uso de um léxico racista, a negação de direitos e a recorrência da inferiorização com base em raça e etnia.
Participações – Tarcísio Silva, pesquisador e ativista na Associação Brasileira de Organizações da Sociedade Civil, relacionou o racismo digital com o racismo dentro das empresas. Nessa oportunidade, a moderadora lembrou a participação da secretária-executiva do MIR, Roberta Eugênio no seminário "O Papel do Setor Corporativo na Promoção da Igualdade: Caminhos possíveis", que teve o objetivo de fomentar as responsabilidades das empresas na promoção da igualdade e dos direitos humanos no ambiente corporativo.
Mirtes Santa Rosa trouxe a menção ao PCIR e o financiamento publicitário. Nina Rosa lembrou que hoje muitos dos veículos não têm acesso às verbas de publicidade, mas que a incubadora de soluções busca acelerar e promover soluções de sustentabilidade de longo prazo, ao mesmo tempo que o governo promove a inclusão de veículos nos processos de recebimento da mídia pública. A moderadora Thaíse lembrou também que é possível conferir as ações de representatividade na publicidade, que fala também sobre os patrocínios.
Trabalho conjunto – Ao fazer a síntese do encontro, a moderadora ressaltou a convergência de todos os trabalhos apresentados no workshop, enfatizando que as políticas apresentadas pelo MIR e os esforços da equipe do Ministério se relacionam diretamente com os temas trazidos pelas painelistas e público. “O MIR tem trabalhado com muito afinco para poder estar nesses espaços de discussão. Nosso chefe de gabinete participou, recentemente, do Seminário Afropédia, falando justamente sobre como nos colocamos nas narrativas para que o algoritmo possa não ser tão racista. Precisamos ocupar os espaços de produção de conhecimento e aqueles em que as pessoas buscam conhecimento. Isso se relaciona diretamente com o que Ellen nos traz”, colocou.
Por fim, Thaíse Torres lembrou que o MIR tem trabalhado para prover ferramentas que possam ser úteis à sociedade na produção de conhecimento antirracista e que é necessária uma postura crítica e culturalmente engajada para se apropriar do que o governo e as instituições representadas no Workshop oferecem. “Trouxemos aqui o Objetivo do Desenvolvimento Sustentável 18, o Plano de Comunicação pela Igualdade Racial, as ações e o site do MIR, nosso engajamento, os dados produzidos pelo Aláfia Lab e pelo Instituto Sumaúma. Se aproveitem e se apropriem disso. Usem isso. As ferramentas estão disponíveis para que vocês as usem e cobrem para que disponibilizemos ainda mais”, finalizou.