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Voluntário do ICMBio cria projeto de educação ambiental e divulgação dos Parques Nacionais por meio de produções audiovisuais
Conhecer os Parques Nacionais do Brasil é uma experiência única e inesquecível, cada um carrega com si suas peculiaridades, diversidade, desafios e história. Foi pensando em mostrar isso a outras pessoas e divulgar temas relacionados à natureza por meio de conteúdos audiovisuais que Sérgio Espada idealizou o projeto Parques Nacionais.
Mas tudo começou muito antes do projeto ser criado em 2018, na infância de Sérgio, quando ele passava temporadas na casa de campo da família, em meio à mata atlântica. Esse contato inicial com a natureza despertou nele um amor pelas atividades ao ar livre que só cresceu com o tempo. Na vida adulta, tornou-se montanhista e mergulhador, dedicando fins de semana, feriados e férias a explorar paisagens naturais. "Para me reconectar com a natureza, me tornei montanhista e mergulhador. Essas duas atividades eram o que me motivava a sempre estar fazendo coisas na natureza", conta Sérgio.
Foi através dessas aventuras que ele conheceu diversas Unidades de Conservação, não só no Brasil, mas também em outros países da América do Sul e nos Estados Unidos. Durante essas experiências, percebeu algo importante, todos os destinos que buscava como turista eram áreas protegidas por lei, e só existiam porque estavam preservadas. Essa constatação foi o pontapé inicial para a ideia do projeto. Sérgio queria fazer algo por esses parques, levar mais pessoas a conhecê-los e a valorizar a biodiversidade brasileira.
Uma experiência crucial aconteceu quando Sérgio, que é engenheiro de formação, precisou se mudar temporariamente para os Estados Unidos a trabalho. Lá, conheceu vários parques nacionais e começou a se questionar: "Por que os parques americanos são tão valorizados pela sociedade, enquanto no Brasil, mesmo eu sendo alguém que os valoriza, a maioria das pessoas nem sabe que eles existem?". Ele relata que chegou a perguntar para amigos sobre esses lugares e muitos não tinham conhecimento. A frustração com essa realidade, somada à dificuldade de adaptação profissional no exterior, fez com que os parques nacionais brasileiros se tornassem uma obsessão. "Passei por um processo de não adaptação com o trabalho lá fora e não conseguia pensar em outra coisa além dos parques nacionais do Brasil. Isso começou a me pegar, e pensei em fazer alguma coisa por esses parques", lembra.
De volta ao Brasil, Sérgio colocou no papel um projeto ambicioso: uma expedição para documentar os 74 parques nacionais do país. Fez levantamentos de custos, tempo necessário e outros detalhes logísticos. O plano estava pronto, mas faltavam recursos financeiros e conhecimento em audiovisual, afinal, como engenheiro, ele não tinha experiência na área. A ideia inicial era conseguir patrocínios para bancar a expedição e a produção. "Listei possíveis patrocinadores e fui atrás de marcas brasileiras, já que queria algo que representasse símbolos nacionais, assim como os parques. Bati na porta de cerca de 70 empresas, mas infelizmente não consegui apoio", revela.
Sem patrocínios, o projeto precisou ser adiado. Foi então que Sérgio descobriu o programa de voluntariado do ICMBio e viu uma oportunidade de se aproximar ainda mais da realidade das unidades de conservação. "Minha intenção não era apenas visitar os parques e mostrá-los, mas me envolver de verdade. O voluntariado não é só para biólogos; múltiplos conhecimentos são úteis", explica. Sua experiência como montanhista o levou a trabalhar na sinalização de trilhas no Parque Nacional do Caparaó, e suas habilidades em engenharia foram úteis no Parque Nacional Marinho de Fernando de Noronha, onde ajudou a criar planilhas automatizadas para controlar a visitação. "O voluntariado foi essencial porque me fez perceber que, para falar sobre as unidades de conservação, eu precisava entender não só a perspectiva do visitante, mas também a realidade, as dificuldades e o trabalho das pessoas que mantêm esses lugares", afirmam.
Essa vivência prática abriu portas, Sérgio conheceu chefes de unidades, pesquisadores e, ao acompanhar o dia a dia dos parques, ganhou confiança para produzir seu primeiro filme. A produção começou com a busca por uma produtora que pudesse garantir a qualidade que ele imaginava. Inspirado pelo documentário americano “National Parks Adventure”, que celebrou os 100 anos do sistema de parques dos EUA, Sérgio queria criar algo com alto padrão técnico, mas voltado para o público brasileiro. Após conversar com várias produtoras, encontrou a Geetê Filmes, que apoia projetos selecionados anualmente. Apresentou a ideia de um filme-piloto sobre o Parque Nacional do Itatiaia, e eles toparam.
A produção foi um aprendizado intenso. Sérgio mergulhou no roteiro e no planejamento conceitual, enquanto a GT Filmes trouxe a expertise técnica. Foram meses de preparação, testes de equipamentos e ajustes até as filmagens, realizadas em julho de 2019. O filme foi finalizado em março de 2020, em meio aos desafios da pandemia. Quando viram o resultado, ficou claro que aquilo era só o começo. O projeto-piloto se transformou em uma parceria duradoura, com a GT Filmes participando de todas as produções seguintes. Ao longo desse processo, Sérgio aprendeu na prática sobre filmagem, edição, roteiro e narração. A produtora, por sua vez, passou a ter um olhar mais conservacionista, entendendo melhor a importância das unidades de proteção. Hoje, com dez filmes produzidos, o projeto "Parques Nacionais" se tornou mais do que um sonho, é um compromisso contínuo com a valorização desses espaços. Sérgio, que começou como um idealizador, hoje é também produtor, editor e narrador, totalmente imerso no universo audiovisual.
O montanhista afirma que os parques nacionais brasileiros são tesouros ainda subestimados, mas que têm o poder de inspirar as pessoas quando são bem apresentados. "Visitem, mas levem consciência. Cada parque tem suas regras, e respeitá-las é fundamental para preservar esses lugares para as futuras gerações". Para Sérgio, conhecer os parques é o primeiro passo para amá-los e protegê-los.
Atualmente, todo o conteúdo produzido está disponível no YouTube, somando 139 vídeos que exploram a riqueza dos Parques Nacionais brasileiros. O acervo inclui desde filmes documentais e webseries até shorts dinâmicos e entrevistas com especialistas. Desse total, 10 filmes já foram dedicados exclusivamente às Unidades de Conservação Federais e Estaduais, mostrando a diversidade desses territórios protegidos.
Com uma trajetória repleta de visitas a parques por todo o país, Sérgio revela que escolher a unidade de conservação mais marcante é um desafio. O Brasil, com suas dimensões continentais, abriga seis biomas distintos, além do ambiente marinho-costeiro, cada um oferecendo experiências únicas. "Como comparar um mergulho em Fernando de Noronha com a subida ao Pico das Agulhas Negras? Ou um encontro com um lobo-guará na Serra da Canastra com a observação de tartarugas marinhas em Noronha? Cada vivência tem seu impacto e sua magia", justifica.
Os parques nacionais proporcionam experiências tão diversas quanto o próprio país, desde explorar as cavernas esculpidas pelo tempo no Parque Nacional Cavernas do Peruaçu até desafiar os cumes do Parque Nacional do Caparaó, onde está o terceiro ponto mais alto do Brasil. Cada cenário impressiona não apenas pela beleza, mas também pela riqueza cultural e histórica que carrega.
Mas o que realmente torna essas áreas tão especiais vai além das paisagens. "Os parques cumprem um papel vital na conservação da biodiversidade e na reconexão do ser humano com a natureza", destaca Sérgio. “Vivenciar esses lugares, sabendo que estão protegidos para as futuras gerações, é uma experiência genuína e transformadora”.
Seja pela aventura, pelo aprendizado ou pela simples contemplação, os parques nacionais brasileiros se revelam como espaços plurais, capazes de encantar desde o visitante casual até o pesquisador mais experiente. "Eles não são apenas refúgios para a fauna e a flora, mas também para nós, que buscamos reconectar com o essencial", finaliza. Essa diversidade de possibilidades reforça a importância de preservar. O Projeto Parques Nacionais transmite essa mensagem, desde informações das UCs até peculiaridades de determinada região. Motivando a visita aos parques brasileiros.
Sobre o projeto
O projeto é uma iniciativa de divulgação de temas relacionados à natureza por meio da criação de conteúdos audiovisuais. Com a divulgação das Unidades de Conservação e de projetos científicos, educacionais, ambientais e de conservação. O projeto também tem como foco divulgar destinos turísticos e de atividades na natureza, com um olhar voltado para o meio ambiente e a relação do ser humano com a natureza.
Além da missão de educar e engajar as pessoas nas causas da conservação das áreas naturais do Brasil e do meio ambiente, promovendo um turismo responsável e sustentável.
Conheça mais sobre o projeto através do YouTube e Instagram.
Voluntariado do Instituto Chico Mendes
O Voluntariado ICMBio é uma iniciativa que permite aos cidadãos contribuírem para a preservação ambiental e a melhoria da qualidade de vida, promovendo a participação da sociedade na gestão socioambiental. O programa busca fortalecer a relação positiva entre as pessoas, a natureza e o Instituto, ajudando a proteger o patrimônio ambiental do país.
Qualquer pessoa, independentemente do perfil ou habilidades, pode participar, desde que tenha disposição, compromisso e vontade de colaborar com a proteção da natureza e o cuidado com o bem público. O programa oferece oportunidades de atuação tanto presencial quanto a distância, abrangendo Unidades de Conservação, Centros de Pesquisa e outras unidades organizacionais do ICMBio, em diversas áreas temáticas atualizadas conforme as necessidades do instituto.
Saiba mais na página de voluntariado clicando aqui.
Objetivo de Desenvolvimento Sustentável relacionado:
Comunicação ICMBio
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(61) 2028-9280