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Unidades de Conservação federais aderem ao Big Day, evento internacional de observação de aves
Muitas crianças participaram das atividades pelo Brasil - Foto: Divulgação/Sema Sorocaba
Na primeira quinzena deste mês, 11 de outubro, aconteceu mais uma edição do Big Day, evento internacional de observação de aves promovido pelo Laboratório de Ornitologia da Universidade de Cornell, nos Estados Unidos. Realizado duas vezes ao ano, em maio e outubro, o Big Day tem por objetivo incentivar a ciência cidadã e celebrar a diversidade da avifauna, estimulando pessoas do mundo todo a observar aves num período de 24 horas e enviar seus registros pela plataforma eBird.
Segundo os organizadores, a edição de outubro de 2025 teve participação recorde, com mais de 870 mil pessoas envolvidas, totalizando 7.834 espécies observadas em 196 países. O Brasil foi o 4° país com mais listas registradas (6.611) e o 3° em número de espécies observadas (1.263).
Várias unidades de conservação (UC) federais aderiram formalmente ao evento, o que contribui para divulgar a unidade como local para observação de aves, aproximar as pessoas da natureza e atualizar as listas de aves locais. A atividade aconteceu em unidades de diferentes categorias, muitas vezes em conjunto com parceiros, gerando registros importantes.
Observação de aves em unidades de conservação federais 
O fato de os locais serem UCs é a principal motivação dos observadores para a escolha dos locais de observação, segundo o censo brasileiro de observação de aves, realizado por pesquisadores da área e apresentado no Avistar Brasil em 2023.
Diversas unidades de conservação federais são consideradas hotspots na plataforma eBird, com registros de mais de 500 espécies na Floresta Nacional de Carajás (PA), nos Parques Nacionais de Anavilhanas (AM), do Itatiaia (RJ/MG), da Chapada dos Guimarães (MT), do Viruá (RR), e da Amazônia (PA), e nas Áreas de Proteção Ambiental de Cananéia-Iguape-Peruíbe (SP), da Serra da Mantiqueira (MG-SP-RJ) e da Bacia do Paraíba do Sul (SP).
Enquanto atividade de visitação de baixo impacto, é uma das mais ricas oportunidades de contato com a natureza. Para mais informações sobre a observação de aves nas unidades do ICMBio, clique aqui.
Relatos pelo Brasil 
Serra gaúcha: Letícia Baccarin, Agente Temporária Ambiental da Floresta Nacional de São Francisco de Paula (RS), registrou duas aves em risco de extinção. “Em São Francisco de Paula, dentre as 55 espécies contabilizadas, merece destaque o gavião-de-sobre-branco (Parabuteo leucorrhous), ameaçado no Rio Grande do Sul, e a majestosa águia-cinzenta (Urubitinga coronata), ameaçada de extinção no estado e no Brasil. Compartilhar o mesmo espaço com esta águia tão emblemática e, infelizmente, tão ameaçada foi, sem dúvidas, um dos momentos mais emocionantes que vivi na observação de aves”, dividiu.
Leste capixaba: Nagyla Coser, moradora de Sooretama (ES), pode ouvir e fotografar uma ave rara, o Rabo-amarelo (Thripophaga macroura), espécie de difícil visualização e registro. Além das aves, ela também pode observar um bicho-preguiça e um quati.
Oeste catarinense: “Mesmo tendo participado brevemente nesta edição, em menos de uma hora de observação de campo, registramos mais de 30 espécies de aves no parque e em seu entorno. Esse número evidencia a grande riqueza biológica presente na região”, disse o biólogo, observador de aves e guia de birdwatching Lidiorlan Bortolaz, que participou do Big Day no Parque Nacional das Araucárias (SC) com a esposa Alini e o filho Davi.
Crianças também participaram das atividades
Uma nova geração de observadores marcou presença no evento, seja acompanhando os pais na atividade, como no Parque Nacional das Araucárias (SC), seja numa “passarinhada especial” do clube infantil de observadores de aves de Sorocaba (COAVES Kids), numa atividade conjunta do Núcleo de Gestão Integrada ICMBio Iperó (SP), Secretaria de Meio Ambiente de Sorocaba (SP) e Clube de Observadores de Aves de Sorocaba.
Um dia que foi marcante para Natália Barbosa Silveira, integrante do COAVES Kids. “Quando eu lembro que estou no Big Day, junto com o mundo inteiro, eu fico sem palavras. Eu sou uma criança de oito anos e observo aves há um ano, mais ou menos, e eu quase nunca acredito que eu participo aqui, porque é mágico: vários exploradores e observadores de aves, especialistas, e eu, aqui junto”, contou com animação.
“Os participantes saíram encantados com a floresta, sua riqueza e história. Essas atividades, para além do ponto de vista ambiental, podem gerar vínculos com o espaço e construir memórias afetivas, uma vez que a família participa e interage”, destacou Viviane Garcia, da Secretaria de Meio Ambiente de Sorocaba.
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