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Ibama atua em rede para reabilitar e devolver animais à natureza
Soltura de pássaros - Foto: Diego Azevedo
Brasília (22/09/2025) – Em 22 de setembro, celebra-se o Dia de Defesa da Fauna, que busca conscientizar a população sobre a conservação da vida animal silvestre brasileira. Instituída em 1980, a data serve como um lembrete da importância da biodiversidade brasileira, a qual contempla mais de 120 mil espécies.
“O Brasil é o país com a maior biodiversidade do mundo, mas também com a maior quantidade de espécies ameaçadas”, alerta o presidente do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), Rodrigo Agostinho. “Por isso, ações de educação ambiental são fundamentais para que a sociedade compreenda que o lugar dos animais silvestres é na natureza, e que o tráfico só causa o mal para todos”, acrescenta.
Para garantir a proteção dos animais e coibir os crimes contra a fauna, o Ibama atua com operações de fiscalização, conservação e reabilitação de espécimes em todo o país. Nessa missão, conta com a rede de Centros de Triagem de Animais Silvestres (Cetas), formada por 25 unidades, que recebem espécimes por entrega voluntária, resgate ou apreensão de fiscalização. O objetivo é recuperar e destinar esses animais por meio de soltura ou de encaminhamento para empreendimentos de fauna devidamente autorizados. Em 2024, mais de 60 mil animais foram destinados aos Cetas.
Como é a reabilitação dos animais
Assim que um animal é recebido em um Cetas, ele passa por uma triagem inicial conduzida pela equipe técnica multidisciplinar, que realiza uma avaliação clínica completa. Nessa etapa, são verificados o estado geral de saúde, a presença de ferimentos, parasitas, além de sinais de doenças infecciosas ou condições decorrentes de estresse ou manejo inadequado. Paralelamente, são observados aspectos comportamentais, como o grau de sensibilização ao contato humano e a preservação de instintos naturais.
Ao longo da recuperação, o animal é submetido a avaliações periódicas, com registros contínuos sobre sua evolução clínica, comportamento e resposta ao ambiente. Para que seja considerado apto à soltura, ele deve apresentar condição física compatível com a vida livre — ou seja, estar saudável, bem alimentado, com mobilidade plena e comportamentos típicos da espécie, como capacidade de caça, fuga de predadores, voo eficiente (no caso das aves), habilidades de escalada ou natação, entre outros.
A decisão pela soltura é sempre baseada em protocolos técnicos, critérios objetivos e documentação sistemática, garantindo que o animal tenha reais chances de sobrevivência e que sua reintrodução não represente risco sanitário nem impacto negativo ao ecossistema de destino.
A reabilitação comportamental exige tempo, planejamento individualizado e o uso de técnicas especializadas pela equipe multidisciplinar, de forma a reduzir a humanização e promover a reintegração comportamental gradual. Em suma, o foco da atuação do Cetas é possibilitar a recuperação integral do animal e sua reinserção segura no ambiente natural, sempre respeitando os princípios do bem-estar animal e a preservação do equilíbrio ecológico.
Atuação em rede
A estrutura colaborativa da Rede Cetas tem permitido resultados expressivos: nos últimos cincos, 75% dos animais recebidos nas unidades do Ibama foram reabilitados e devolvidos à natureza, demonstrando a eficácia dos protocolos de atendimento e o comprometimento das equipes técnicas com a conservação da fauna.Destaca-se que o desempenho das unidades é diretamente influenciado por fatores como o perfil das espécies atendidas, a gravidade das condições em que chegam, a estrutura disponível e a existência de parcerias locais. A atuação em rede permite equilibrar essas variáveis, promovendo realocações estratégicas de fauna, capacitação conjunta das equipes, utilização compartilhada de insumos e resposta coordenada a eventos críticos, como desastres naturais e grandes apreensões.
Marco Legal da Fauna Silvestre do Brasil
Há exatamente um ano, o Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA), em parceria com organização global Proteção Animal Mundial, publicou o Marco Legal da Fauna Silvestre do Brasil, que reúne todas as fontes legais e normativas brasileiras de proteção à fauna em níveis federal, estadual e municipal.
A publicação indica os pontos positivos, as fragilidades, as oportunidades de aprimoramento e as lacunas das normas vigentes, com estudo especial sobre a criação de animais silvestres com fins econômicos. Além disso, aponta para a necessidade da construção de novos conceitos e entendimentos que abriguem de maneira adequada a proteção e os direitos animais, facilitando a compreensão das diferenças no tratamento normativo dado aos animais.
Assessoria de Comunicação Social do Ibama
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