Dia do Pediatra

No dia 27 de julho é comemorado, no Brasil, o Dia do Pediatra. A data foi escolhida por ter sido o dia da fundação da Sociedade Brasileira de Pediatria, em 1910. Ser Pediatra é ter um sentido muito mais amplo do que tratar somente as doenças dos pequenos, é compreender sinais muitas vezes desapercebidos pelos pais.

O papel do Pediatra é fundamental para a saúde da criança, além de prestar auxílio e esclarecimentos aos pais e familiares sobre alimentação, cuidados básicos de saúde e orientações sobre vacinação.

Em comemoração ao Dia do Pediatra e abordando um tema importante que é a vacinação infantil, confira a entrevista esclarecedora com a pediatra Beatriz Cordeiro, do Hospital Federal dos Servidores do Estado (HFSE).

“A vacinação é antes de tudo um pacto social. Eu me protejo enquanto eu te protejo. Além de ser uma responsabilidade social, é um ato de amor pelos seus entes queridos e também um ato de cidadania. Vamos vacinar? ”, convida a pediatra.

Beatriz Cordeiro, pediatra do HFSE.

Porque é tão importante vacinar as crianças nos primeiros anos de vida?

Beatriz Cordeiro: As crianças nascem como uma folha de papel em branco. O sistema imunológico delas é assim, precisamos ensiná-lo a se proteger das diferentes doenças. Algumas delas o ensino vem através das vacinas, antes de terem contato com o vírus ou a bactéria que causaria doença.

Qual a importância das consultas pediátricas e da vacinação infantil no desenvolvimento saudável da criança?

Beatriz Cordeiro: O Pediatra vai acompanhar o desenvolvimento do bebê desde o nascimento, identificando e atuando quando houver necessidade durante este período tão delicado na vida da criança e sua família. A vacinação será um aliado na manutenção da saúde da criança nesta fase.

Quais são as doenças graves que as vacinas previnem?

Beatriz Cordeiro: Existem várias doenças, como Meningites, Pneumonia, Poliomielite e Covid, entre outras.

Existe alguma vacina que seja mais importante do que a outra para as crianças nos primeiros anos de vida?

Beatriz Cordeiro: Não, todas são muito importantes, reduzem as chances de doenças graves, diminuindo morbidade e chance de internação.

Se perdeu algum período de vacinação, como proceder?

Beatriz Cordeiro: A família não precisa se preocupar, vacina aplicada não é vacina perdida. O calendário poderá ser retomado assim que possível, indo ao posto de saúde mais próximo e atualizando a caderneta.

Qual a importância dos pais acompanharem o calendário de vacinação?

Beatriz Cordeiro: Muito bom os pais terem interesse pelo calendário vacinal de seus filhos, pois assim o risco de perderem doses é muito menor.

Por que existem pais que hesitam em vacinar a criança?

Beatriz Cordeiro: Muitos pais recebem informações equivocadas de mídias sociais e grupos familiares sem embasamento científico.

Outra questão é que muitos familiares já não conhecem as doenças para as quais estamos vacinando. Então, meio que “perderam o medo” da doença simplesmente porque nunca viram, justamente porque muitos foram vacinados no passado, como por exemplo contra a Pólio e o Sarampo, doenças que estamos notando o retorno de casos após muitos anos.

Este problema é facilmente resolvido com a consulta com o Pediatra, que vai tirar todas as dúvidas e angústias da família.

Dentre as diversas doenças, quais que mais afetam as crianças em caso de não vacinar?

Beatriz Cordeiro: As vacinas protegem contra formas invasivas de várias doenças. Mas importante dizer também que a vacinação não é um ato somente individual, vacinando as crianças (e também adolescentes e adultos) conseguimos proteger o máximo de população, fazendo que eventuais falhas ou pacientes que não possam se vacinar naquele momento também estejam protegidos.

Por que é preciso vacinar as crianças contra o Covid?

Beatriz Cordeiro: Para criar o tão falado efeito rebanho – quanto maior o número de vacinados, menor a chance do vírus causador da doença circular na comunidade. Se os pequenos estiverem vacinados em sua maioria a proteção da população será muito maior.

A pediatra Beatriz em atendimento no HFSE.

Por Thiago Tostes
Fotos: ASCOM HFSE