Etapas esperadas no desenvolvimento da criança
Sinais de alerta para o autismo
- Ausência de contato visual ou expressões faciais.
- Não responder ao nome até os 12 meses.
- Atraso na fala ou regressão de habilidades já adquiridas.
- Pouco ou nenhum interesse por interações sociais.
- Comportamentos repetitivos (como balançar o corpo ou alinhar objetos).
- Resistência a mudanças na rotina.
- Hiper ou hipossensibilidade a sons, luzes, texturas.
Esses sinais não garantem o diagnóstico de TEA, mas indicam a necessidade de avaliação multiprofissional.
Fluxo assistencial para o cuidado às pessoas com TEA
Ciclo de vida no TEA
Infância
Crianças com TEA podem apresentar dificuldades na identificação e expressão de emoções, o que pode gerar comportamentos desafiadores como birras, agressividade ou isolamento. Esses comportamentos estão ligados à dificuldade de lidar com frustrações e situações sociais. A intervenção precoce com estratégias definidas pela equipe multiprofissional que acompanha a criança é essencial para promover a autorregulação emocional. Histórias sociais elaboradas enquanto curtas narrativas e jogos com expressões emocionais auxiliam a criança a compreender situações sociais e sentimentos e reconhecimento de expressão de emoções básicas.
Diante disso, quanto mais breve for iniciada uma intervenção, por meio de apoio psicossocial, mais resultados positivos a criança terá, no sentido da construção de sua identidade e controle de seus sentimentos.
Adolescência
Os adolescentes passam por uma fase de significativas mudanças nos contextos hormonais, sociais, físicos e cognitivos e, com isso, a dificuldade em identificar e expressar emoções, podendo surgir autocobrança, pressões por independência, aceitação e autoestima, aumento de comportamentos relacionados a ansiedade e até isolamento social.
É importante focar na saúde mental, construção da identidade e apoio psicossocial durante a transição para a vida adulta, envolvendo o adolescente, a família e a escola no processo terapêutico, com acompanhamento psicológico contínuo, com ênfase na saúde emocional, orientação vocacional e formação da identidade.
Vida adulta e envelhecimento
A busca por autonomia, inserção no trabalho e relações pessoais tornam-se situações prioritárias na fase adulta e ganham destaque. A pessoa com TEA nessa fase pode vir a enfrentar dificuldades com rotina flexível, sensibilidade a barulhos ou toques, ou dificuldade em lidar com emoções no trabalho ou nos relacionamentos, afetando suas relações e provocando sentimentos de solidão. Com o passar dos anos e avançar da idade, os desafios emocionais podem persistir ou se intensificar.
No processo de envelhecimento, os desafios emocionais podem persistir ou se intensificar, exigindo apoio contínuo e ambientes previsíveis. Muitos desenvolvem comportamentos e rotinas rígidas, a depender de sua autonomia, do suporte recebido e se há outras comorbidades correlacionadas.
É recomendado um acompanhamento terapêutico contínuo, focado na autoconfiança, gestão da ansiedade e inclusão social e profissional.
Atenção à crise
Os fatores principais como agravantes das crises são:
- Sobrecarga de tarefas
- Mudanças inesperadas na rotina
- Superestimulação sensorial.
Rede de Apoio e Intersetorialidade
A Rede de Apoio e a Intersetorialidade são formas de organizar o cuidado em saúde, garantindo que as pessoas recebam atendimento completo e coordenado dentro do SUS. A Rede de Apoio é formada por diferentes serviços e ações que se conectam para acompanhar os usuários ao longo do tempo. Já a Intersetorialidade reconhece que a saúde não depende só do atendimento médico, mas também de fatores como moradia, alimentação, renda, estudo e acesso a serviços básicos.
Para pessoas com Transtorno do Espectro Autista (TEA), isso significa que o cuidado precisa envolver não apenas a saúde, mas também áreas como educação, esporte, lazer, assistência social e cultura. O atendimento deve garantir encaminhamentos rápidos, profissionais preparados para identificar sinais precoces do TEA, uso de terapias e tecnologias adequadas, além de acesso a atividades que promovam inclusão e qualidade de vida.
Cuidar de quem cuida
A família é fundamental para o desenvolvimento emocional, social e cognitivo da pessoa com TEA. Por isso, além do trabalho dos profissionais de saúde, é muito importante que pais e responsáveis recebam orientação e assumam um papel ativo no processo de cuidado e reabilitação. Esse apoio ajuda não só a criança, mas também fortalece a família.
As orientações para os pais e cuidadores envolvem:
- Acolher as angústias após o diagnóstico
- Oferecer apoio emocional
- Dar informações em saúde
- Aumentar a confiança e a autonomia da família
- Ensinar formas de estimular a criança em casa, complementando o trabalho das equipes multiprofissionais
O cuidado não se limita à pessoa com TEA: é essencial também olhar para a saúde e o bem-estar dos cuidadores. Muitas vezes, mães e responsáveis ficam sobrecarregados quando não têm rede de apoio, o que pode gerar sofrimento para eles e para a criança. Por isso, é necessário cuidar tanto da criança quanto de quem cuida dela, fortalecendo os vínculos familiares e comunitários.
Atendimento
Locais onde buscar atendimento para pessoas com TEA no SUS:
Observação: A disponibilidade dos serviços pode variar conforme o município. Procure os serviços de saúde do SUS na sua cidade ou região.

