SUS é capaz de contribuir com o Plano Brasil Sem Fome, reiteram representantes do Ministério da Saúde

Durante a 51° Reunião do Comitê Mundial de Segurança Alimentar (CSA), em Roma, na Itália, representantes do Ministério da Saúde reiteraram a importância de iniciativas que relacionam a atenção primária ao desenvolvimento de políticas e ações que previnam ou reduzam o risco das múltiplas formas de má nutrição.

Esse é o caso do Plano Brasil Sem Fome, que reúne 80 ações e programas, com mais de 100 metas propostas pelos 24 ministérios que compõem a Câmara Interministerial de Segurança Alimentar e Nutricional (CAISAN). Ao participar de um dos painéis do evento, a assessora técnica da Coordenação-Geral de Alimentação e Nutrição (CGAN) do ministério, Janne Nogueira, reiterou que o Sistema Único de Saúde (SUS) é capaz de contribuir substancialmente com o plano. 

“O investimento em um sistema de saúde universal, público e de qualidade contribui para diminuir as iniquidades sociais, que são as raízes da pobreza e da fome”, disse Janne.

Ela reforçou ainda a importância das ações de saúde no enfrentamento da fome por meio da ampliação da oferta de serviços gratuitos de prevenção e cuidado às múltiplas formas de má nutrição, em todas as fases do curso da vida.

Segundo Janne, a capilaridade dos serviços da atenção primária junto às comunidades e territórios “possibilita realizar o reconhecimento precoce dos determinantes sociais que possam estar repercutindo sobre as condições de saúde e nutrição da população”. A técnica ressaltou, ainda, que o enfrentamento da fome precisa ser realizado com fomento à agricultura familiar, viabilizando o acesso a alimentos adequados e saudáveis, que respeitem os hábitos e culturas locais. 

O ministério também se fez presente no painel "Apresentação do progresso no seguimento da Segunda Conferência Internacional sobre Nutrição (ICN2)", que apresentou uma sistematização de como estão sendo conduzidas as ações da Década de Ação em Nutrição (2016-2025) até o momento, tendo em vista que faltam apenas dois anos para encerrá-la.

Na avaliação de Gabriele Freitas, também assessora da CGAN, o ano de 2024 será oportuno para a avaliação da ‘Década’ e reiterou a importância da liderança compartilhada entre a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO) e A OMS nesse processo. “O envolvimento do comitê nesse processo será essencial, inclusive para garantir que seja livre de conflito de interesses e com o devido envolvimento da sociedade civil”, ressaltou. 

O evento reafirmou o compromisso renovado do Brasil no combate à pobreza e enfatizou a importância de uma aliança global para erradicar a fome no mundo. 

Sobre o CSA 

O Comitê de Segurança Alimentar Mundial (CSA), criado em 1974, é a principal plataforma internacional para discussão do tema da segurança alimentar e nutricional no mundo.

O CSA desenvolve e aprova recomendações políticas relacionadas ao tema da segurança alimentar e nutricional e tem como missão a eliminação da fome e da desnutrição através de ações convergentes entre os países-membros. O evento acontece anualmente na sede da FAO, na capital da Itália.

Laísa Queiroz
Ministério da Saúde