Força Nacional do SUS capacita profissionais para situações com Múltiplas Vítimas (IMV)

“Essa é a primeira vez que a capital sergipana recebe a capacitação da Força Nacional do SUS para o preparo da resposta em situações de emergências e desastres que podem gerar múltiplas vítimas”, afirma a coordenadora-geral da Força Nacional do Sistema Único de Saúde (FN-SUS), Pâmela Moreira. Durante três dias, cerca de 300 profissionais do estado participaram do treinamento que integra e aprimora a técnica das equipes locais para resposta a Incidentes com Múltiplas Vítimas (IMV).

A superintendente do SAMU no estado de Sergipe, Érika Junqueira, destaca que equipes qualificadas e treinadas tornam as ações dos profissionais em situações de emergências mais eficazes. “A integração também nos leva a uma positividade de recursos imensuráveis, porque a gente ganha tempo de resposta cada vez menor e, consequentemente, número muito maior de salvamentos”, detalha.

Durante a capacitação, foram demonstradas medidas e decisões adequadas para salvar vidas em desastres de grandes proporções. O instrutor da FN-SUS e médico emergencista, Antônio Cedrim, além de participar como professor das capacitações da Força, atuou em algumas missões, como as enchentes que atingiram o estado de Pernambuco e Alagoas. “É gratificante participar dessas missões, levar ajuda às pessoas que necessitam e passar essa experiência aqui”, diz. Cedrim explica que os atendimentos nessas situações vão desde a Atenção Primária até assistência médica mais complexa.

No primeiro dia da capacitação, houve explanação teórica sobre os diversos tópicos referentes a incidentes com múltiplas vítimas. No segundo dia, foram apresentadas as competências e responsabilidades das agências envolvidas no preparo e respostas aos incidentes, além de serem discutidas as habilidades e como colocar em prática o conhecimento adquirido ao longo da profissão.

O último dia foi para simulação realística de um acidente, organizado pela Secretaria de Estado de Saúde de Sergipe. A ocorrência envolveu o atropelamento de ciclistas e a colisão de uma van com um carro, que bateu em um poste de luz, além de atingir pedestres. A simulação é baseada em acidentes mais comuns ou possíveis de acontecer no estado. Alunos universitários participaram como voluntários. A prática contribuiu para treinar tudo o que foi trabalhado durante a capacitação.

Para a aluna Renata Dias, médica emergencista do SAMU no estado, o treinamento é necessário para antever procedimentos em casos reais de acidentes. "Conseguimos mapear as fragilidades e corrigir para que, no momento necessário, as coisas fluam”, afirma. Até o momento, o Ministério da Saúde ofereceu essa capacitação a mais de 2 mil profissionais por todo o Brasil.

Cooperação Internacional

O evento, realizado pela Força Nacional do SUS do Ministério da Saúde, com apoio da Secretaria de Estado de Saúde de Sergipe, teve a participação do Corpo de Bombeiros, Defesa Civil, órgãos de controle de trânsito, órgãos de segurança, forças militares e outros. Contou ainda com comitiva de gestores e profissionais de saúde do Haiti.

O chefe de gabinete do Ministro da Saúde e coordenador do Projeto de Cooperação em Saúde do Haiti, Jean Henrys, lembrou do apoio do Brasil após o terremoto que atingiu o país caribenho há 12 anos. Jean disse que a parceria possibilitou a construção de três hospitais, a criação do Instituto de Reabilitação, além do Centro Nacional de Ambulância (CAN), que tem como modelo o SAMU brasileiro. “É exatamente por conta desse projeto que nós estamos aqui em Aracaju para participar dessa capacitação”, explica Jean.

Acionamento da Força Nacional do SUS

Para que a Força Nacional do SUS seja acionada, o município ou estado deve decretar situação de emergência, calamidade ou desassistência e solicitar o apoio do Ministério da Saúde. Com isso, uma equipe é deslocada para a missão exploratória. Nessa fase, é realizado um diagnóstico da rede de saúde e verificada a necessidade de apoio em relação a equipamentos, insumos e profissionais de saúde.

A Força Nacional do SUS contribui com o território afetado por meio de orientações técnicas, ações de busca ativa e monitoramento de pacientes, atendimentos, liberação de medicamentos e apoio na reorganização da rede de atenção à saúde local, conforme o nível de resposta que a situação exija.

Quando há alguma situação característica de emergência em saúde pública, o grupo de resposta (GR/FN-SUS) é convocado para tomar as decisões da situação específica. Caso seja uma situação grave e de grande impacto social, imediatamente profissionais do GR/FNSUS são encaminhados ao local onde ocorre o acidente ou calamidade.

Karol Ribeiro
Ministério da Saúde