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5ª CNPM
Tenda Mulheres e Clima movimenta a 5ª CNPM com debates, cultura e lançamento de cartilha sobre justiça climática
A Tenda Mulheres e Clima foi um dos espaços mais marcantes da 5ª Conferência Nacional de Políticas para as Mulheres (5ª CNPM), realizada de 29 de setembro a 1º de outubro, em Brasília (DF). Promovida pelo Ministério das Mulheres, em parceria com a ONU Mulheres, o Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA) e a GIZ (Cooperação Alemã para o Desenvolvimento), a Tenda reuniu atividades culturais, rodas de conversa e momentos de intercâmbio entre mulheres de diferentes territórios, povos e movimentos sociais, colocando a justiça climática com perspectiva de gênero no centro dos debates.
A abertura foi marcada pela apresentação da cantora Martinha do Coco, que animou o público e deu o tom de celebração e resistência que caracterizou o espaço. Ao longo dos três dias, a Tenda promoveu rodas de conversa sobre temas como Mulheres Rurais e COP30, Beabá da COP30: Jogo da Justiça Climática Feminista e Financiamento Climático, além de discussões sobre os impactos das mudanças climáticas na saúde sexual e reprodutiva das mulheres.
A ministra das Mulheres, Márcia Lopes, visitou o espaço e destacou a relevância do diálogo entre gênero e meio ambiente para o futuro das políticas públicas no país. “Nós sabemos que, em qualquer desastre natural – seca, chuvas, derrubada de matas, poluição dos rios – quem mais é impactada são as mulheres. Por isso, é muito importante que vocês sejam as interlocutoras, as promotoras desse debate tão importante para sempre – não é só agora, ou até a COP, em novembro, é para sempre”, destacou.
Márcia Lopes também incentivou a multiplicação dos debates nos territórios e nas universidades. “A gente precisa incluir essa pauta em todos os espaços – nas comunidades, nas rodas de conversa, nas universidades, nos cursos da área da saúde, das ciências biológicas, da área ambiental. E quem tem que falar com esses futuros profissionais não são só os livros, são vocês, mulheres, que vivem todos os dias essa realidade. Assim construiremos outro futuro, um futuro para as novas gerações”, destacou.
Ela também agradeceu a parceria das organizações internacionais e o protagonismo das participantes. “Quero agradecer a UNFPA, a ONU Mulheres, a GIZ e todas as entidades que estão conosco, e também cada uma de vocês – mulheres indígenas, quilombolas, ribeirinhas, pescadoras, mulheres com deficiência, negras, em situação de rua, LBTs, migrantes, trabalhadoras, vítimas de violência. Que vocês levem de volta essa nossa agenda. Vamos construir um grande Plano Nacional de Políticas para as Mulheres, e para isso, a questão de gênero e clima é fundamental”, enfatizou a ministra.
Lançamento de cartilha
A Tenda Mulheres e Clima também foi o palco do lançamento da cartilha “Mulheres nas ações climáticas”, material produzido pelo Ministério das Mulheres em parceria com a GIZ e que reúne conceitos, dados e experiências sobre a integração da perspectiva de gênero nas políticas e ações voltadas à crise climática.
Parcerias pelo clima
Para as organizações parceiras, a experiência foi um marco no fortalecimento da agenda de gênero e clima no país. “Foi muito emocionante e inspirador acompanhar os debates e ouvir as falas e manifestações das mulheres na sua imensa diversidade. Uma conferência desta magnitude reforça a importância de processos democráticos e, para a GIZ, por meio do projeto Mulheres na Transição Justa, somar neste evento foi uma oportunidade ímpar de aprendizado sobre pautas relevantes para as mulheres”, destacou Katharina Bohl, diretora de projetos da GIZ Brasil.
A representante auxiliar do UNFPA no Brasil, Junia Quiroga, também ressaltou a força dos diálogos construídos durante a conferência. “Durante a 5ª Conferência Nacional de Políticas para as Mulheres tivemos uma potente roda de conversa sobre os impactos do clima na saúde sexual e reprodutiva. Um rico diálogo em que mulheres de diferentes territórios, etnias e grupos populacionais compartilharam suas vivências sobre como as mudanças climáticas já afetam suas vidas e, em especial, sua saúde. Isso mostra que não podemos falar de justiça climática sem colocar os direitos das mulheres no centro da resposta. Foi inspirador ver tantas vozes unidas por soluções mais inclusivas e sustentáveis.”
Plano de Ações Mulheres e Clima
A Tenda integrou o Plano de Ações Integradas Mulheres e Clima, lançado em setembro deste ano pelo Ministério das Mulheres, reunindo dez ações estratégicas para garantir que a igualdade de gênero esteja no centro da ação climática. A iniciativa está alinhada à 5ª Carta da Presidência da COP30, publicada em setembro de 2025, que reforça a centralidade da justiça climática com perspectiva de gênero no processo preparatório da conferência da ONU sobre mudanças climáticas, que será realizada em novembro de 2025, em Belém (PA).