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QUILOMBOLAS
Ministra Cida Gonçalves participa de lançamento do Comitê Quilombola da Marcha de Mulheres Negras
Foto: Clarice Castro/MDHC
A ministra Cida Gonçalves participou do lançamento do Comitê Quilombola da Marcha de Mulheres Negras, nesta terça-feira (25), juntamente com a ministra dos Direitos Humanos e da Cidadania, Macaé Evaristo. O colegiado criado pela Coordenação Nacional de Articulação das Comunidades Negras Rurais Quilombolas (Conaq) tem entre seus objetivos organizar e traçar o calendário de mobilizações das quilombolas no biênio 2025-2027.
Segundo a ministra, o novo espaço de debate e mobilização é essencial para avançar nas pautas urgentes e evitar retrocessos. “O nosso ministério é de todas as mulheres e para alcançarmos a igualdade de gênero precisamos de políticas públicas adequadas a cada realidade. As ações para as mulheres quilombolas têm um viés mais profundo, pois estamos falando do direito de permanecerem sobretudo em seus territórios, sem sofrer violência e ao mesmo tempo garantir que elas tenham sua independência econômica e ocupem espaços de poder e decisão para fortalecer a luta. Nosso país precisa conhecer e reconhecer a riqueza da ancestralidade afro-brasileira presentes em cada ato dessas mulheres”, destacou.
A ministra Macaé Evaristo enalteceu o papel das quilombolas na preservação da cultura afro-brasileira, na defesa de seus territórios e na manutenção do bem-viver das comunidades. "Nós, mulheres quilombolas, temos um papel de extrema importância nas lutas de resistência, pela manutenção e regularização dos nossos territórios. No quilombo ou na cidade, temos sido as grandes guardiãs das tradições da cultura afro-brasileira", disse a ministra que teceu críticas à demora na titulação de terras quilombolas em comparação a outros grupos por resistência de setores econômicos e políticos.
Segundo a representante da Conaq, Edna Paixão, o comitê fortalece a organização coletiva e amplia as possibilidades de luta pela garantia da justiça e reconhecimento pelos danos históricos sofridos por estas comunidades. Na oportunidade, foi anunciado que a 2ª Marcha das Mulheres Negras será realizada no dia 25 de novembro, em Brasília, e a expectativa é reunir 1 milhão de negras e quilombolas de todo o país.
Fórum de diálogo
O Ministério das Mulheres tem fomentado a participação de mulheres quilombolas na construção de ações e programas por meio do Fórum Nacional Permanente para Diálogo da Promoção de Estratégias de Fortalecimento de Políticas Públicas para as Mulheres Quilombolas. Entre os resultados dos debates está a idealização do Programa Intersetorial para Mulheres Quilombolas (Portaria GM/MMulheres nº 34/2025). O colegiado tem se debruçado na criação de ferramentas para fortalecer e ampliar a participação política e autonomia econômica de mulheres quilombolas, enfrentar a violência e promover a proteção delas. Em outro eixo de ação, o fórum busca ampliar os direitos territoriais quilombolas e proteger os recursos naturais das comunidades, bem como os direitos sociais como saúde, educação, esporte, cultura e lazer.