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ICMBio amplia acordos e relações internacionais durante a COP30
ICMBio junto a Steven Guilbeault, ministro da Identidade e Cultura do Canadá - Foto: Luciana Bento/ICMBio
O Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) consolidou, durante a COP30, em Belém (PA), avanços na agenda internacional de conservação. Além de aprofundar o diálogo com o governo do Canadá sobre governança indígena e gestão de áreas protegidas, o órgão assinou oficialmente um acordo de cooperação com o estado alemão de Baden-Württemberg — resultado direto de uma visita realizada em julho.
Em reunião com Steven Guilbeault, ministro da Identidade e Cultura do Canadá, representantes dos dois países discutiram desafios comuns, como a sobreposição de territórios, a participação de povos indígenas na gestão, a proteção de espécies migratórias e a criação de áreas protegidas urbanas. O Canadá apresentou experiências de co-gestão de parques nacionais, repartição de benefícios e iniciativas comunitárias de conservação, modelos de interesse ao Instituto no Brasil. Na reunião bilateral, os países oficializaram a intenção de desenvolver um acordo de cooperação técnica.
Com a ministra do Meio Ambiente, Clima e Energia, do Estado de Baden-Wurttemberg, Tekla Walker, o presidente do ICMBio, Mauro Pires, oficializou na Conferência o acordo previamente alinhado durante a missão técnica de julho. O documento prevê intercâmbio de experiências em gestão de unidades de conservação, proteção da biodiversidade e práticas sustentáveis em áreas protegidas. O foco é o Parque Nacional da Floresta Negra, que se destaca como a principal área de conservação da região montanhosa que dá nome ao parque, na fronteira com a França.
"O ICMBio tem uma experiência extraordinária em pesquisa e conservação da biodiversidade, que pode inspirar outros países ao redor do mundo. Ao mesmo tempo, nós temos muito o que aprender com a experiência de outros países. O espírito da cooperação internacional está nessa troca, nos aprendizados mútuos, na colaboração para que todos avancem juntos nos desafios compartilhados. É uma busca de sinergias, um jogo em que todos ganham”, destaca o diretor da Divisão de Assuntos Internacionais da autarquia, Raul Fontoura.
Laços fortalecidos com a Angola
O ICMBio ampliou sua cooperação com o país da África Austral durante a COP30 ao promover o painel “Mulheres da Conservação – Guardiãs da Natureza e da Ética do Cuidado”, que reconhece a liderança feminina na proteção ambiental. A ministra do Ambiente de Angola, Ana Paula Pereira, destacou que o tema dialoga diretamente com as prioridades do governo angolano, que tem ampliado a participação de mulheres na gestão ambiental e na fiscalização de áreas protegidas.
A participação reforçou a parceria com o Instituto, iniciada em julho, quando Brasil e Angola assinaram um memorando de entendimento voltado à cooperação técnica que prevê troca de experiências em educação ambiental, formação de fiscais e implementação de políticas de biodiversidade. Para a ministra, a aproximação é estratégica devido às realidades semelhantes entre os dois países.
“A perspectiva de trabalharmos com o Brasil é muito positiva, porque temos realidades semelhantes. Então, é mais fácil encontrar soluções baseadas em exemplos daqui”, indicou a ministra.
Cooperação pelo Escudo das Guianas
Localizado ao longo da costa norte da América do Sul, o Escudo é uma formação geológica de aproximadamente 1,7 bilhão de anos. Com 270 milhões de hectares, a região engloba a Guiana Francesa, Suriname, Guiana, Venezuela e partes da Colômbia e do Brasil, incluindo os estados brasileiros de Roraima, Amapá, Pará e Amazonas. Em sua totalidade, o Escudo corresponde a 40% da área do bioma amazônico.
Assim, na COP30, o ICMBio destacou a cooperação transfronteiriça nessa região, com foco em inventário florestal e conservação da onça-pintada. As ações reforçam a importância de conciliar biodiversidade, desenvolvimento local sustentável e resiliência climática de forma articulada entre os países vizinhos.
Áreas protegidas conectam países latinos e africanos
Também no escopo das promoções e articulações internacionais na COP30, a autarquia promoveu o painel "Áreas Protegidas: integrando biodiversidade, clima e pessoas no enfrentamento à crise climática", do ponto de vista de diferentes saberes e contextos globais.
Junto ao presidente do ICMBio, participaram a diretora de Assuntos Internacionais de Conservação, Autoridade de Gestão de Parques e Vida Selvagem do Zimbábue, Patience Gandiwa; o diretor de Gestão Territorial do Serviço Nacional de Áreas Naturais Protegidas do Peru, Devvis Christian Huamán Mendoza; e o diretor executivo da ONG ambientalista Guineense Tiniguena da Guiné-Bissau, Miguel de Barros.
“As experiências compartilhadas entre nós mostraram claramente que estamos enfrentando desafios comuns, que exigem que compartilhemos experiências, fomentemos e catalisemos parcerias, além de fortalecer colaborações e construir relações mais sólidas entre nossas instituições e nossos países para que possamos avançar mais e mais no enfrentamento desta crise em diferentes escalas: local, nacional e global”, indicou a diretora do Zimbábue.
Próxima parada: COP15
Agora, o Instituto Chico Mendes se prepara para a 15ª Reunião da Conferência das Partes (COP15) da Convenção sobre a Conservação de Espécies Migratórias de Animais Silvestres (CMS), que acontecerá em Campo Grande (MS), em março de 2026. A COP15 reúne governo, cientistas, organizações da sociedade civil e sociedade geral para debater os desafios da conservação das espécies migratórias e seus habitats.
As aves migratórias constituem aproximadamente 10% da avifauna brasileira, e o Centro Nacional de Pesquisa e Conservação de Aves Silvestres (CEMAVE), um dos 14 centros de pesquisa do ICMBio, deverá ter destaque na Conferência. O CEMAVE é o responsável pelo Relatório Anual de Rotas e Áreas de Concentração de Aves Migratórias no Brasil.

- O evento foi promoção do Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA) - Foto: Geylson Paiva/ICMBio
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