Guia ensina como interagir com mamíferos marinhos

No dia 31 de janeiro, banhistas encontraram uma toninha ( Phocoena phocoena ) morta na Prainha, em Torres (RS). O animal apresentou marcas de afogamento provocada por uma rede de pesca. É relativamente comum que animais marinhos sejam envolvidos por redes ou outros petrechos de pesca e que as pessoas tentem ajudar de alguma forma, mas podem se expor ou expor o animal a riscos.

O resultado de uma interação de maneira errônea pode gerar consequências definitivas para a vida de um animal e para a pessoa envolvida na interação. Em geral, mamíferos marinhos são animais que vivem dentro de pequenos grupos familiares, com o tamanho variando por espécies. Uma embarcação que chega muito perto pode acarretar na separação do grupo ou pior: separar filhotes de suas mães, podendo gerar consequências graves já que mamíferos aquáticos são muito dependentes do cuidado materno nos primeiros meses de suas vidas. Sem esses cuidados, os filhotes ficam desorientados (podendo vir a encalhar), vulneráveis a predadores e podem até morrer de fome.

Para auxiliar o contato, o Centro Mamíferos Aquáticos (CMA) desenvolveu um Manual de Boas Práticas em Interação com Mamíferos Marinhos . A publicação, disponível aqui , traz orientações de como interagir com animais aquáticos com segurança para ambas as partes.

O material apresenta algumas situações possíveis de ocorrer no contato entre humanos, cetáceos e sirênios. Algumas delas são a captura intencional, tocar ou tentar tocar no animal, bem como alimentá-los. Turistas também não podem arremessar qualquer objeto a cerca de 300 metros dos animais.

Além disso, o Manual estabelece normas específicas nas interações embarcadas (tais como barcos, jet-skis, scooter scuba, canoas, jangadas e veleiros); aérea (por meio de drones, aviões e helicópteros) e aquática (nado, mergulho, surfe, stand up paddle). Em cada modalidade, são estabelecidas orientações de distância e altura.