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Conservação em risco? Estudo mostra impacto humano em áreas protegidas
O artigo “Comparative genome toxicity as a baseline protocol to attest the environmental quality of Marine Protected Areas in Brazil: case study of Grapsus grapsus (Brachyura: Grapsidae) from Trindade and Fernando de Noronha islands” foi publicado recentemente na revista científica “Regional Studies in Marine Science”.
O artigo apresenta os resultados de uma pesquisa desenvolvida em parceria por pesquisadores do Laboratório de Genômica Ambiental (LAGEA) da Universidade Tecnológica Federal do Paraná, do Grupo de Estudos em Biologia de Crustáceos (CRUSTA) da UNESP IB/CLP e do ICMBio/CEPSUL.
Este estudo buscou contribuir para a avaliação da qualidade ambiental, testando a eficácia de duas unidades de conservação localizadas em ilhas oceânicas, mas com diferentes níveis de ocupação humana. Para isso, foi utilizado o caranguejo Grapsus grapsus como espécie sentinela, analisando-se sinais de toxicidade genética por meio da presença de micronúcleos nas células.
A pesquisa partiu da hipótese de que, mesmo em áreas legalmente protegidas para a conservação da biodiversidade, os atributos ambientais podem ser comprometidos quando há influência humana, ainda que em diferentes intensidades.
Os resultados mostraram que os níveis de toxicidade genética variaram entre as duas áreas marinhas protegidas analisadas. Os caranguejos coletados em Fernando de Noronha apresentaram maiores danos ao material genético do que aqueles encontrados na Ilha da Trindade. Isso sugere que o ambiente de Noronha está mais impactado, provavelmente devido à presença e às atividades humanas. O estudo também confirmou que o caranguejo Grapsus grapsus é uma excelente espécie indicadora da saúde ambiental em ilhas oceânicas. De modo geral, os diferentes níveis de dano genético encontrados refletem uma espécie de "escala" de qualidade ambiental, diretamente relacionada à intensidade da pegada humana em cada local.
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