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Operação do Ibama combate garimpos ilegais em Roraima e no Pará
Draga escariante dos garimpeiros após sua destruição pelos agentes na TI Raposa Serra do Sol – Foto: divulgação/Ibama
Brasília/DF (26/12/2025) – Uma ação deflagrada pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) em garimpos ilegais nos estados de Roraima e Pará, concluída no último dia 18 de dezembro, resultou em mais de R$ 6 milhões em multas ambientais aplicadas. A Operação Xapiri Omana desarticulou a logística de apoio a ilícitos ambientais que prejudicam terras indígenas e unidades de conservação em ambos os estados.
Os agentes ambientais neutralizaram frentes importantes do que resta de garimpo ilegal em Roraima após grande esforço empreendido nos últimos anos pelo Ibama e demais forças policiais, ambientais, de segurança pública e indigenismo. Além disso, também desarticularam uma frente logística remota e importante do garimpo no norte do Pará, que tem recebido incrementos dos garimpeiros.
Prejuízos aos garimpos ilegais
No combate direto, foram realizadas ações fiscalizatórias em garimpos localizados nos arredores da Floresta Nacional (Flona) do Parima e da Estação Ecológica (ESEC) Maracá. Na ocasião, foram destruídos oito motores estacionários – utilizados para retirar lama do fundo de rios para despejá-la nas superfícies onde o ouro será separado –, que estavam em operação, um quadriciclo e uma motocicleta utilizados para logística, além de acampamentos, geradores e diversos suprimentos. Essas áreas estão no limite leste da Terra Indígena (TI) Yanomami e têm recebido dissidentes dos garimpos ilegais em seus territórios, expulsos na desintrusão da TI promovida pelo governo federal.
Em outra frente da operação, na TI Raposa Serra do Sol, o Ibama sobrevoou o rio Maú, na fronteira entre Brasil e Guiana: os agentes identificaram uma draga escariante (que possui um potencial de destruição maior em relação a draga comum), avaliada em mais de R$ 2,5 milhões, em plena operação, extraindo minérios do leito do rio. O responsável foi autuado e responderá administrativamente por fazer funcionar mineração ilegal no interior de terra indígena. Na draga identificada também foi apreendido mercúrio metálico sem origem legal.
Já no combate indireto, o Instituto, em apoio à Polícia Rodoviária Federal (PRF) e em conjunto com a Força Nacional, realizou ação fiscalizatória na Vila de Campos Novos, em Iracema (RR). Na localidade, estavam concentrados diversos pontos de apoio logístico à atividade criminosa: armazenamento de combustíveis, suprimentos, armamento, entre outros bens relacionados ao garimpo ilegal na TI Yanomami. Nessa ação, três pessoas foram presas em flagrante. Também foram apreendidos mais de 8 mil litros de combustíveis (utilizados na aviação ou na operação efetiva do garimpo), uma arma de fogo, dois veículos, documentos e suprimentos. Os veículos e parte do combustível foram destruídos no local por não estarem em condições de serem transportados pela equipe, conforme preconiza o artigo 111 do Decreto 6.514/2008. Cerca de 7 mil litros de combustíveis foram doados à Coordenação Regional de Roraima da Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai).
Ainda no combate indireto, foi realizada ação fiscalizatória numa pista de pouso na Esec do Grão-Pará – local remoto e de difícil acesso até mesmo por meio aéreo – onde se concentra parte da logística aérea do garimpo tanto de Roraima quanto do Pará. Ao sobrevoar o local, a equipe de fiscalização identificou um helicóptero pousado na cabeceira da pista. Na aproximação da aeronave do Ibama, o helicóptero decolou e fugiu em direção Suriname, distante 3 km. Após pousar, a equipe de agentes realizou vistoria minuciosa nas instalações da pista de pouso, onde encontrou acampamentos estruturados com camas de casal, oficina mecânica de aeronaves, cantina, loja para venda de produtos, além de depósitos de combustíveis de aviação. Foram apreendidas três armas de fogo, centenas de munições e 12,5g de ouro. Os combustíveis e o ponto de apoio logístico foram destruídos.
O garimpo ilegal na Amazônia causa desmatamento acelerado, destrói leitos de rios e provoca assoreamento. A contaminação por mercúrio afeta peixes, populações indígenas e ribeirinhas, gerando graves danos à saúde. Além disso, fortalece organizações criminosas, violência armada e desestrutura o controle ambiental.
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