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Ibama participa de visita técnica ao centro que abriga rejeitos do acidente com césio-137
Servidora do Ibama observa o depósito final de rejeitos radioativos do césio-137, em Goiás - Foto: July Branco/Min. da Saúde
Goiânia/GO (04/12/25) – Representantes do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) participaram de uma visita técnica ao Centro Regional de Ciências Nucleares do Centro-Oeste (CRCN-CO), ocorrida no fim de novembro, em Abadia de Goiás (GO). A atividade integrou a programação do Comitê de Planejamento de Resposta a Situações de Emergência Nuclear em Angra dos Reis (COPREN-AR), que compõe o Sistema de Proteção ao Programa Nuclear Brasileiro (Sipron).
A visita teve como objetivo reforçar o conhecimento sobre o acidente com césio-137, ocorrido em Goiânia (GO), em 1987, e apresentar as rotinas de monitoração radiológica e ambiental. Na ocasião, a comitiva pôde acompanhar de perto a infraestrutura destinada à gestão dos resíduos, que incluem roupas; móveis; veículos; animais que foram sacrificados; estruturas demolidas, como casas e ruas inteiras; e outros materiais contaminados à época. Segundo especialistas do CRCN-CO, as estruturas que armazenam os rejeitos são consideradas invioláveis e não apresentam riscos de contaminação.
A programação incluiu uma palestra sobre o histórico do acidente, as etapas de descontaminação e os critérios técnicos que levaram à escolha de Abadia de Goiás como depósito definitivo – entre eles, a estabilidade geológica da área, a disponibilidade do terreno e a logística de transferência dos resíduos. A apresentação foi conduzida pelo novo coordenador do CRCN-CO, Almir Aniceto, e por Rugles César Barbosa, ex-coordenador do Centro, que integra a Diretoria de Pesquisa e Desenvolvimento da Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN).
O Ibama foi representado por integrantes do Centro Nacional de Emergências Ambientais e Climáticas (Ceneac) e da Equipe Técnica de Atendimento a Emergências Ambientais em Goiás. A visita técnica também contou com representantes da CNEN, do Ministério da Saúde, da Autoridade Nacional de Segurança Nuclear (ANSN), do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República (GSI/PR) e da Defesa Civil do Estado do Rio de Janeiro.
O CRCN-CO é responsável pela guarda e pelo monitoramento das 6 mil toneladas de rejeitos radioativos resultantes do acidente com o césio-137, considerado o maior acidente radiológico da história. O material está isolado em duas estruturas de concreto instaladas em área de 32 alqueires dentro do Parque Estadual Telma Otergal, às margens da rodovia BR-060, a cerca de 20 quilômetros da capital goiana. O centro também desenvolve pesquisas na área ambiental relacionadas à radioatividade.
O complexo do CRCN-CO conta com cerca de 30 servidores, é monitorado 24 horas pela Polícia Militar Ambiental e mantém uma equipe de emergência preparada para atuar em eventuais ocorrências. A estrutura é composta por quatro prédios: Centro de Informação, Laboratório de Radiologia, Centro de Estudos e Formação e Laboratório de Radioproteção. O local recebe, anualmente, cerca de 5 mil estudantes em visitas guiadas que incluem palestras e acompanhamento da área próxima às estruturas que abrigam os rejeitos.
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